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Como voltar no tempo no envelhecimento das células de gordura pode ser um remanãdio para doenças do estilo de vida
Um estudo publicado na Nature Communications , pesquisadores liderados pela Universidade de Osaka descobriram exatamente como essasmudanças levam ao aparecimento de doenças de estilo de vida, com o objetivo de reverter o processo.
Por Universidade de Osaka - 18/08/2020


Figura 1: Os na­veis de rubica£o no tecido adiposo de camundongos diminuem com a idade. (Tecido adiposo de camundongo) A abunda¢ncia de Rubica£o no tecido adiposo de camundongos de 25 meses foi significativamente diminua­da em comparação com a de camundongos de 3 meses. Os na­veis de um substrato autofa¡gico, p62, também diminua­ram com a idade, sugerindo que a autofagia aumenta com a idade. A β-actina foi usada como controle da protea­na. Crédito: Universidade de Osaka

Nãoimporta o quanto tentemos e lutemos contra isso, o envelhecimento faz parte da vida. Colesterol alto, diabetes e fígado gorduroso, o conjunto de condições conhecidas como doenças do estilo de vida, se tornam mais comuns a  medida que envelhecemos. Curiosamente, no entanto, muitas dessas condições relacionadas a  idade são causadas por alterações dentro dos adipa³citos, as células de gordura responsa¡veis ​​por armazenar o excesso de energia.

Agora, em um estudo publicado na Nature Communications , pesquisadores liderados pela Universidade de Osaka descobriram exatamente como essasmudanças levam ao aparecimento de doenças de estilo de vida, com o objetivo de reverter o processo.

"Os adipa³citos produzem horma´nios e citocinas que regulam a função de outros órgãos metaba³licos", explica o autor do estudo, Tadashi Yamamuro. "Mudanças relacionadas a  idade no tecido adiposo resultam em distúrbios metaba³licos que estãointimamente associados a doenças cardiovasculares potencialmente fatais. No entanto, ninguanãm sabe realmente o que causa a disfunção dos adipa³citos em organismos idosos."

"Esta éuma descoberta realmente emocionante com importantes implicações terapaªuticas", disse Yoshimori. "Como a perda de rubica£o adiposo dependente da idade causa doenças de estilo de vida por meio de autofagia em excesso, inibir a autofagia em adipa³citos pode ajudar a prevenir o ini­cio dessas condições prevalentes e potencialmente fatais."


A equipe de pesquisa decidiu se concentrar na autofagia, o processo usado pelas células para eliminar componentes celulares indesejáveis ​​ou disfuncionais. Estudos anteriores mostraram que a autofagia desempenha um papel importante na prevenção de vários distúrbios relacionados a  idade e provavelmente estãoenvolvida no processo de envelhecimento. Mas o mais pertinente foi a descoberta de que a autofagia éessencial para o funcionamento normal e longevidade de órgãos normais, como fígado ou rim.

Figura 2 A deleção de rubica£o no tecido adiposo leva a  magreza e intolera¢ncia a  glicose.
O painel esquerdo mostra o peso corporal do mouse de 5 a 21 meses. Em comparação
com os controles, os camundongos knockout Rubicon específicos para o tecido adiposo
exibiram um fena³tipo mais magro. O painel direito mostra os na­veis de glicose no sangue
de camundongo após a injeção de glicose. Em comparação com os controles, os
camundongos knockout Rubicon específicos para o tecido adiposo
exibiram na­veis mais elevados de glicose, sugerindo
intolera¢ncia a  glicose. Crédito: Universidade de Osaka

Diz Yamamuro: "Na³s mostramos anteriormente que uma protea­na chamada Rubicon, que inibe a autofagia, éregulada positivamente em tecidos envelhecidos. Portanto, formulamos a hipa³tese de que o Rubicon provavelmente se acumula em adipa³citos envelhecidos, diminuindo a atividade autofa¡gica e contribuindo para o ini­cio de distúrbios metaba³licos."

Surpreendentemente, poranãm, os pesquisadores descobriram que os na­veis de rubica£o diminua­ram no tecido adiposo de ratos idosos, resultando em aumento da atividade autofa¡gica.

Para se aprofundar no mecanismo subjacente, os pesquisadores desenvolveram uma linha de camundongos na qual o Rubicon foi especificamente inativado no tecido adiposo.

"Na ausaªncia de Rubicon, observamos autofagia excessiva nos adipa³citos e um decla­nio na função dos adipa³citos", explica o autor saªnior Tamotsu Yoshimori. "Como resultado, os ratos desenvolveram doenças relacionadas ao estilo de vida, como diabetes e fígado gorduroso, e apresentaram na­veis de colesterol significativamente mais elevados, apesar de serem alimentados com a mesma dieta dos animais de controle."

Figura 3: O mecanismo proposto de envelhecimento do tecido adiposo. O rubica£o no
tecido adiposo diminui com a idade, resultando em excesso de autofagia. A autofagia
excessiva degrada os coativadores PPARγ SRC-1 e TIF2, causando um decla­nio na
atividade do PPARγ e na função dos adipa³citos e o aparecimento de
doenças de estilo de vida. Crédito: Universidade de Osaka

Os pesquisadores passaram a identificar as protea­nas especa­ficas afetadas pelos na­veis aumentados de autofagia, mostrando que a suplementação dessas protea­nas nos ratos com deleção Rubicon restaurou a função dos adipa³citos.

"Esta éuma descoberta realmente emocionante com importantes implicações terapaªuticas", disse Yoshimori. "Como a perda de rubica£o adiposo dependente da idade causa doenças de estilo de vida por meio de autofagia em excesso, inibir a autofagia em adipa³citos pode ajudar a prevenir o ini­cio dessas condições prevalentes e potencialmente fatais."

 

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