Mundo

Digitalização de cadeias de abastecimento para tirar agricultores da pobreza
SourceTrace oferece um conjunto de ferramentas de software para melhorar a lucratividade, sustentabilidade e transparaªncia das cadeias de suprimentos agra­colas em todo o mundo.
Por Zach Winn - 10/09/2020


SourceTrace oferece soluções ma³veis em toda a cadeia de abastecimento agra­cola, incluindo software para visualização de previsaµes do tempo, prea§os de mercado, rastreabilidade durante o processo de envio e muito mais. Créditos:Imagem: cortesia de SourceTrace

Milhaµes de produtores de cacau vivem na pobreza em toda a áfrica Ocidental. Ao longo dos anos, esses agricultores foram forçados a enfrentar a instabilidade geopola­tica, prática s de empréstimos predata³rios e uma falta geral de informação que prejudica sua capacidade de maximizar a produção e vender as safras a prea§os justos. Outros problemas, como desmatamento e trabalho infantil, também afetam a indústria do cacau.

Nos últimos cinco anos, entretanto, as cadeias de suprimento de cacau em aldeias ao redor da Costa do Marfim, Camaraµes e Gana foram transformadas. Um conjunto de soluções digitais melhorou a lucratividade para mais de 200.000 agricultores, incentivou prática s de produção anãticas e sustenta¡veis ​​e tornou as cadeias de suprimento do cacau mais rastrea¡veis ​​e eficientes.

O progresso foi possibilitado pela SourceTrace, uma empresa que ajuda a melhorar as cadeias de suprimentos agra­colas em todo o mundo. A SourceTrace oferece ferramentas para ajudar a gerenciar e vender safras, comprar e rastrear produtos e rastrear produtos atéas fazendas onde foram feitos.

Por meio de parcerias com cooperativas de agricultores, instituições financeiras, governos e marcas de consumo, o SourceTrace impactou mais de 1,2 milha£o de agricultores em 28países.

O CEO Venkat Maroju MBA '07 acredita que o sucesso da empresa vem da ideia de que a única maneira de melhorar uma parte das cadeias de suprimentos agra­colas émelhorando todas as partes.

“A ideia de nossa plataforma étornar a cadeia de valor agra­cola sustenta¡vel, previsível, lucrativa, equitativa e rastrea¡vel”, diz Venkat.

Iluminando cadeias de suprimentos

Maroju cresceu em uma regia£o rural de Telangana, no sul da andia, no que ele descreve como "um começo muito humilde". Quando choveu, sua escola foi cancelada. Ele também estudou na la­ngua local atéo 12º ano, dificultando o vestibular.

Por meio de um programa de ação afirmativa, Maroju foi admitido em uma universidade de engenharia e seu inglês melhorou nos quatro anos seguintes. Ele fez seu mestrado no Indian Institute of Science e mais tarde veio para os Estados Unidos para fazer seu PhD na Old Dominion University, na Virga­nia.

Apa³s seu doutorado, Maroju permaneceu nos Estados Unidos, mas tornou-se ativo na pola­tica de sua regia£o natal, Telangana, inclusive na busca por um estado, que foi conquistada em 2014.

Durante esse tempo, Maroju aprendeu muito sobre as dificuldades associadas a  agricultura familiar, a principal profissão de mais de 60 por cento das pessoas na regia£o de Telangana. Nas últimas duas décadas, esses agricultores tiveram de enfrentarmudanças drama¡ticas nas políticas agra­colas após a liberalização econa´mica dopaís, bem como prática s de empréstimo predata³rias que levaram a um grande número de suica­dios de agricultores.

Em 2005, Maroju veio para o MIT para seu MBA com o Sloan Fellows Program. Como parte de sua tese, ele estudou microfinana§as na andia e considerou como o aumento da posse de telefones celulares ofereceu uma oportunidade sem precedentes de ajudar as pessoas nas áreas rurais.

“Sempre tive muita paixa£o por questões sociais”, diz Maroju. “Vindo de uma origem humilde, tenho visto as lutas da pobreza.”

Quando Maroju terminou sua tese em 2007, ela chamou a atenção da Gray Ghost Ventures, uma empresa de investimentos voltada para o impacto que estava trabalhando com o recanãm-formado Legatum Center for Development and Entrepreneurship no MIT. Gray Ghost trouxe Maroju como um consultor, onde ele foi apresentado a uma empresa de tecnologia em dificuldades chamada SourceTrace, que oferecia soluções banca¡rias sem agaªncias ou agentes. Venkat sugeriu mudar o foco da SourceTrace para a agricultura, e os investidores da empresa gostaram da ideia.

Ele se tornou CEO da SourceTrace em 2013, com o objetivo de construir novas soluções para atender a cada etapa da cadeia de abastecimento agra­cola.

“Na agricultura, não se pode fazer nada isoladamente”, diz Maroju. “Sempre a vimos como uma cadeia de valor completa, desde a demanda do consumidor atéos nutrientes usados ​​para a segurança dos alimentos. Tudo isso tem um impacto. Todos os participantes, desde fornecedores de insumos a organizações de extensão, compradores, processadores, loga­stica, háum papel a desempenhar para todos eles, e sempre pensamos em causar um impacto que vocêprecisa construir de ponta a ponta ”.

Assim, a plataforma da SourceTrace inclui recursos para todos. Os parceiros da cadeia de suprimentos podem usar o SourceTrace para comprar safras, coordenar e rastrear transferaªncias e monitorar as condições de armazenamento. Os consumidores podem ler o ca³digo QR de um item em supermercados e lojas de varejo e aprender sobre a fazenda de onde ele veio, incluindo os processos de produção dessa fazenda.

Obviamente, a plataforma oferece o ma¡ximo de recursos aos agricultores, que podem usa¡-la para obter aconselhamento personalizado sobre o manejo da cultura, obter certificações ambientais e de comanãrcio justo, monitorar o clima e ataques de pragas e vender as colheitas a prea§os de mercado justos.

“Todas essas soluções são direcionadas a empresas, governos, cooperativas de agricultores, instituições financeiras, então éum software [business to business]”, diz Maroju. “Mas o denominador comum éque essas [empresas] estãotodas trabalhando com agricultores. Sempre focamos nos fazendeiros. Sempre fui apaixonado por pequenos agricultores e realmente queremos retribuir. ”

Foco nos fazendeiros

Além do sucesso da SourceTrace com produtores de cacau na áfrica Ocidental, a empresa ajudou produtores de arroz e milho na Niganãria, produtores de gra£os no Zimba¡bue, produtores de algoda£o orga¢nico e especiarias na andia, produtores de sementes em Bangladesh e outros. No total, a plataforma da SourceTrace estãosendo usada para melhorar as prática s de produção para 350 culturas diferentes em todo o mundo.

Maroju, que foi mentor do Legatum Centre nos últimos anos, credita o centro por ajudar a empresa a crescer em toda a áfrica. Hoje, cerca de 60 por cento dos agricultores da SourceTrace são origina¡rios do continente.

Muito do sucesso da empresa vem de alavancar a conectividade onipresente recentemente empaíses em desenvolvimento e avanços em smartphones. A empresa também usa recursos de sensoriamento remoto, inteligaªncia artificial, blockchain e ca³digos QR para tornar sua plataforma mais eficaz.

Mas Maroju diz que as tecnologias são um meio para um fim: as melhorias de produção que elas desbloquearem devem ajudar os agricultores a garantir compradores de longo prazo e margens mais altas. O objetivo final da empresa étransformar a vida de algumas das pessoas mais pobres do mundo.

“a‰ tudo uma questãode subsistaªncia do agricultor”, diz Maroju. “Com toda essa tecnologia, permitimos que os agricultores acessem os melhores mercados onde quer que estejam globalmente. Então, nosos ajudamos a otimizar suas entradas e tornar os processos de aquisição mais confia¡veis ​​e minimizar o risco. Tudo volta para os fazendeiros ”.

 

.
.

Leia mais a seguir