Mundo

Marcadores genanãticos adaptativos identificam as origens e a dispersão de espanãcies invasoras
O estudo apoia o uso de marcadores genanãticos adaptativos combinados com modelagem de nicho ambiental geneticamente informada como metodologia cienta­fica para determinar as áreas potenciais de origem das espanãcies colonizadoras .
Por Universidade de Barcelona - 30/09/2020


O estudo confirma a hipa³tese que marca a bacia do Mediterra¢neo como local de origem dos indivíduos colonizadores de Drosophila subobscura. Crédito: Universidade de Barcelona

A área ocidental da Pena­nsula Ibanãrica pode ser determinante na origem da população ancestral de Drosophila subobscura, uma espanãcie invasora amplamente distribua­da por maºltiplas latitudes. Esta éa conclusão de um estudo sobre marcadores genanãticos adaptativos agora publicado na revista Proceedings of the Royal Society B , liderado por Marta Pascual da Faculdade de Biologia e do Instituto de Pesquisa em Biodiversidade (IRBio) da Universidade de Barcelona.


O estudo apoia o uso de marcadores genanãticos adaptativos combinados com modelagem de nicho ambiental geneticamente informada como metodologia cienta­fica para determinar as áreas potenciais de origem das espanãcies colonizadoras . Além disso, esses indicadores podem ser aºteis para definir áreas ainda não colonizadas. O estudo conta com a participação de especialistas da University of Oporto (Portugal) e da University of Washington e National Science Foundation (Estados Unidos), entre outras.

Drosophila subobscura: da bacia do Mediterra¢neo ao continente americano

O estudo confirma a hipa³tese que marca a bacia do Mediterra¢neo como origem dos indivíduos colonizadores de D. subobscura, espanãcie nativa do Palea¡rtico, que colonizou o continente americano no final da década de 1970. Como outras espanãcies invasoras, um ambiente antra³pico (tra¡fego de carga, etc.) teria facilitado a disseminação da espanãcie.

“Se os colonizadores vierem de uma área especa­fica, podemos prever o potencial de distribuição da espanãcie. Se vierem de diferentes ambientes, o potencial de dispersão pode ser muito poderoso. Com esse conhecimento, medidas podem ser tomadas para evitar que espanãcies invasoras atinjam certos áreas do mundo. Uma vez que colonizam um ambiente, émuito difa­cil removaª-los ",

 Pascual.

Segundo os especialistas, durante o processo de colonização de D. subobscura, as Amanãricas do Norte e do Sul sofreram um efeito de gargalo, sendo que ambos os hemisfanãrios foram colonizados de forma sequencial. O estudo confirma a influaªncia da origem e da composição genanãtica dos indivíduos fundadores na dispersão das espanãcies. Comparado a estudos de modelagem anteriores sobre a distribuição potencial das espanãcies, este modelo de estudo considera a existaªncia de adaptações locais que podem permitir uma maior adaptação a determinadas condições ambientais.

O modelo que melhor prevaª a regia£o colonizada por D. subobscura éaquele baseado em populações com alta frequência de arranjos cromossa´micos quentes. Crédito: Universidade de Barcelona
"Os dados genanãticos permitiram determinar que os arranjos cromossa´micos das espanãcies são adaptativos - em particular, a ambientes frios e quentes - e suas frequências variam rapidamente dependendo do ambiente", diz Pascual, professor do Departamento de Genanãtica, Microbiologia e Estata­stica da UB .

A atual distribuição no continente americano não poderia ser completamente explicada se as origens dos colonizadores estivessem no norte da Europa, ao passo que se fossem do sul, haveria uma explicação melhor, segundo os autores. Portanto, o modelo que melhor prevaª a regia£o colonizada por D. subobscura éaquele baseado em populações com alta frequência de arranjos cromossa´micos quentes.

Além de inferir potenciais áreas de origem dos colonizadores, os modelos de distribuição das espanãcies combinados com marcadores genanãticos adaptativos podem contribuir para identificar situações futuras de introdução e disseminação de uma nova espanãcie invasora.

“Se os colonizadores vierem de uma área especa­fica, podemos prever o potencial de distribuição da espanãcie. Se vierem de diferentes ambientes, o potencial de dispersão pode ser muito poderoso. Com esse conhecimento, medidas podem ser tomadas para evitar que espanãcies invasoras atinjam certos áreas do mundo. Uma vez que colonizam um ambiente, émuito difa­cil removaª-los ", diz Pascual.

 

.
.

Leia mais a seguir