Os cientistas identificam regiaµes especaficas do cérebro e circuitos que controlam a atenção
Neura´nios produtores de norepinefrina no locus coeruleus produzem foco de atenção, controle de impulso por meio de duas conexões distintas com o cortex pré-frontal.
Os neura´nios do locus coeruleus, mostrados aqui expressando o indicador fluorescente de ca¡lcio em tom verde GCaMP6F, são causalmente responsa¡veis ​​pelo controle da atenção: as habilidades de focar a atenção e conter os impulsos em busca de um objetivo. Créditos:Imagem cortesia do Tonegawa Lab / Picower Institute.
O controle da atenção de que os organismos precisam para ter sucesso em seus objetivos vem de duas habilidades: o foco para ignorar distrações e a disciplina para conter os impulsos. Um novo estudo realizado por neurocientistas do MIT mostra que essas habilidades são independentes, mas que a atividade dos neura´nios produtores de norepinefrina em uma única regia£o do cérebro, o locus coeruleus, controla ambos ao atingir duas áreas distintas do cortex pré-frontal.
“Nossos resultados demonstram um papel causal fundamental da ativação neuronal do LC na implementação do controle da atenção pela modulação seletiva da atividade neural em suas áreas-alvoâ€, escreveram os autores do estudo do grupo de pesquisa de Susumu Tonegawa, o Picower Professor de Biologia e Neurociaªncia no Laborata³rio RIKEN-MIT de Genanãtica de Circuito Neural do Instituto Picower para Aprendizagem e Mema³ria e Instituto Manãdico Howard Hughes.
Estudos farmacola³gicos e de lesão do controle da atenção em humanos e outros mamaferos sugeriram que neura´nios produtores de norepinefrina, ou noradrenanãrgicos, no LC podem ter esse papel, mas a evidência mais convincente tem sido mais correlativa do que causal, diz a autora principal do estudo Andrea Bari, um cientista pesquisador no laboratório Tonegawa. No novo estudo no Proceedings of the National Academy of Sciences , a equipe demonstrou clara causalidade usando optogenanãtica para controlar especificamente neura´nios noradrenanãrgicos LC em camundongos com precisão temporal e espacial como os roedores envolvidos em três tarefas de controle atencional. As manipulações afetaram imediatamente e de forma confia¡vel o desempenho dos roedores.
“Pela primeira vez, demonstramos que a ativação do LC em tempo real, com técnicas especaficas de células, causa esse efeitoâ€, diz Bari.
Os resultados, dizem os autores, podem trazer contribuições importantes para os esforços de melhor compreensão e tratamento de transtornos psiquia¡tricos nos quais o controle da atenção ou qualquer uma de suas habilidades componentes estãocomprometida, como o transtorno de danãficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
“Os pacientes com TDAH podem sofrer tanto de distração quanto de impulsividadeâ€, diz o coautor e cientista pesquisador Michele Pignatelli, “mas vocêtambém pode ter casos caracterizados principalmente por apresentação desatenta ou hiperativa-impulsiva. Talvez possamos conceber novas estratanãgias para lidar com diferentes tipos de TDAH. â€
Inesperadamente, o estudo também levantou novas questões sobre o papel do LC na ansiedade, diz Bari, porque para a surpresa da equipe, estimular a atividade do LC também reduziu a ansiedade nos ratos.
Foco de locus
Depois de estabelecer seu manãtodo de tomar controle optogenanãtico bidirecional de neura´nios LC noradrenanãrgicos - o que significa que com diferentes cores de luz eles poderiam estimular ou inibir a atividade - os pesquisadores testaram os efeitos de cada manipulação em ratos. Na primeira tarefa, os roedores tiveram que esperar 7 segundos antes que um flash de luz de meio segundo sinalizasse qual dos dois portais eles deveriam cutucar com o nariz para receber uma recompensa alimentar. Camundongos nos quais os neura´nios LC foram estimulados optogeneticamente realizaram a tarefa corretamente com mais frequência e fizeram menos movimentos prematuros do que quando não manipulados. Camundongos nos quais os neura´nios LC foram inibidos realizaram a tarefa corretamente com menos freqa¼aªncia (menos atenção significava perder aquele flash de luz) e se precipitaram mais do que o normal.
Os pesquisadores então treinaram ratos em um segundo paradigma comportamental, derivado da tarefa de orientação espacial Posner, amplamente utilizada na Neurociênciacognitiva humana. Nesta tarefa, os ratos antes de verem a luz que sinalizava o portal correto (desta vez por 3 segundos), eles veriam um flash de “sugestãoâ€. a€s vezes, essa sugestãoestaria no lado oposto, a s vezes no meio e a s vezes no lado correto. Mais uma vez, a estimulação LC melhorou o desempenho correto e suprimiu os impulsos, e novamente a inibição reduziu a correção e aumentou os impulsos, mas agora os pesquisadores aprenderam algo novo com base no tempo de reação dos ratos. Os camundongos LC estimulados não mostraram diferença no tempo de reação porque estavam focados no objetivo real,
Na terceira tarefa, os ratos foram desafiados comportamentalmente e optogeneticamente manipulados de forma diferente. Desta vez, os ratos enfrentaram a possibilidade de distração constante por luzes irrelevantes enquanto esperavam pelo sinal real de 3 segundos do local de recompensa da comida. Os mesmos resultados de antes foram mantidos novamente, com uma exceção. Nos casos em que não havia distratores, com três longos segundos para perceber o sinal, os camundongos LC inibidos não deixaram de realizar a tarefa corretamente. Eles são mostraram o danãficit em meio a distratores.
Para realmente chegar ao cerne de se o foco de atenção e o controle de impulso eram independentes ou dissocia¡veis, a equipe decidiu controlar a atividade do LC e a liberação de norepinefrina não nos principais corpos dos neura´nios como antes, mas apenas onde suas longas projeções se conectavam a áreas especaficas de o cortex pré-frontal (PFC). Seguindo algumas das pesquisas anteriores de Bari e sugestaµes de outros estudos, eles visaram o PFC dorso-medial (dmPFC) e o cortex orbitofrontal ventro-lateral (vlOFC). Nesses experimentos, eles descobriram que estimular as conexões LC no dmPFC aumentava o desempenho correto, mas não reduzia as respostas prematuras. Enquanto isso, estimular as conexões LC no vlOFC não melhorou o desempenho correto, mas reduziu as respostas prematuras.
“Aqui, aplicamos técnicas comportamentais, optogenanãticas e genanãticas do circuito neural, que proporcionam um alto grau de especificidade temporal e de tipo celular para a manipulação e registro da atividade dos neura´nios noradrenanãrgicos no LC e demonstram uma ligação causal entre a norepinefrina LC especafica temporal modulação e controle da atenção â€, escreveram os autores. “Nossos resultados revelam que o controle da atenção do comportamento émodulado pelos efeitos sinanãrgicos de duas vias coeruleo-corticais dissocia¡veis, com projeções de LC para dmPFC aumentando a atenção e projeções de LC para vlOFC reduzindo a impulsividade.â€
Menos ansiedade
Os testes que revelaram que a estimulação por LC reduziu a ansiedade foram realizados como precaução. Muitos estudos sugeriram que o aumento da atividade do neura´nio norepinefrina do LC aumentaria a ansiedade, diz Pignatelli. Isso pode ter comprometido a disposição dos ratos de bisbilhotar por comida, ou pode taª-los tornado muito impulsivos, então a equipe verificou os efeitos da ansiedade antes de iniciar as tarefas de controle da atenção.
Bari disse que investigar o surpreendente benefacio da estimulação por LC para ansiedade pode ser uma área intrigante para estudos futuros. Ele disse que espera dar mais ... atenção.
Além de Tonegawa, Bari e Pignatelli, os outros autores do artigo são Sangyu Xu, Daigo Takeuchi, Jiesi Feng e Yulong Li.
O Centro RIKEN para Ciência do Canãrebro, o HHMI, a Fundação JPB, os Institutos Nacionais de Saúde, uma bolsa do Programa de Ciências da Fronteira Humana, a Fundação Nacional de Ciências Naturais da China e a Iniciativa do Canãrebro de Pequim apoiaram o estudo.