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A esponja do mar ajuda os cientistas a desvendar o mistério da evolução de 700 milhões de anos
Cientistas australianos descobriram que os humanos, e provavelmente todo o reino animal, compartilham mecanismos genanãticos importantes com uma esponja do mar gelatinosa que vem da Grande Barreira de Corais.
Por University of New South Wales - 06/11/2020


Dra. Emily Wong e o professor associado Mathias Francois. Crédito: Instituto de Pesquisa Carda­aca Victor Chang

Uma esponja do mar gelatinosa ajudou a lana§ar luz sobre uma parte indescrita­vel do genoma humano, com implicações para a pesquisa biomédica e a saúde.

Cientistas australianos descobriram que os humanos, e provavelmente todo o reino animal, compartilham mecanismos genanãticos importantes com uma esponja do mar gelatinosa que vem da Grande Barreira de Corais.

Publicada na Science hoje, a pesquisa revela que alguns elementos do genoma humano - o conjunto completo de DNA de um organismo - estãofuncionando da mesma maneira que a esponja marinha pré-hista³rica. Esse mecanismo - que impulsiona a expressão gaªnica, chave para a diversidade de espanãcies em todo o reino animal - foi, portanto, preservado ao longo de 700 milhões de anos de evolução.

A cientista da UNSW, Dra. Emily Wong, que trabalha no Instituto de Pesquisa Carda­aca Victor Chang, diz que desvendar um mistério dessa magnitude ésignificativo.

"Esta éuma descoberta fundamental na evolução e na compreensão das doenças genanãticas, que nunca imaginamos ser possí­vel. Era uma ideia tão rebuscada para comea§ar, mas não ta­nhamos nada a perder, então fomos em frente", Dr. Wong diz.

"Coletamos amostras de esponjas do mar na Grande Barreira de Corais, perto da Ilha Herron. Na Universidade de Queensland, extraa­mos amostras de DNA da esponja do mar e injetamos em uma única canãlula de um embria£o de peixe-zebra. Sem prejudicar o peixe-zebra, repetimos então o processo no Instituto de Pesquisa Carda­aca Victor Chang com centenas de embriaµes, inserindo pequenas amostras de DNA de humanos e camundongos. "

Dr. Wong diz que apesar da falta de semelhança entre a esponja e os humanos devido a milhões de anos de evolução, a equipe identificou um conjunto semelhante de instruções gena´micas que controlam a expressão gaªnica em ambos os organismos.

“Ficamos maravilhados com os resultados”, diz o Dr. Wong.

 "Este estudo éum passo importante para a decodificação da linguagem de programação da vida - o novo conhecimento que ele apresenta ajudara¡ a informar pesquisas futuras nos campos da medicina, tecnologia e ciências da vida. a‰ maravilhoso ver pesquisas tão importantes reconhecidas por um dos cientistas mais prestigiosos do mundo peria³dicos - isso realmente apoia nossa ambição de ser a melhor escola de biociências moleculares da Austra¡lia. "


De acordo com os cientistas, as seções do DNA responsa¡veis ​​pelo controle da expressão gaªnica são notoriamente difa­ceis de encontrar, estudar e entender. Embora constituam uma parte significativa do genoma humano, os pesquisadores estãoapenas comea§ando a entender essa "matéria escura" genanãtica.

"Estamos interessados ​​em uma classe importante dessas regiaµes, chamada de 'intensificadores'", diz o Dr. Wong.

"Tentar encontrar essas regiaµes com base apenas na sequaªncia do genoma écomo procurar um interruptor de luz em uma sala totalmente escura. E épor isso que, atéagora, não houve um aºnico exemplo de um intensificador de sequaªncia de DNA que tenha sido encontrado para ser conservado em todo o reino animal.

"Ainda estamos muito longe de uma compreensão clara de como o DNA molda com precisão a morfologia na saúde e na doena§a, mas nosso trabalho éum passo importante nessa direção."

Trabalhando ao lado do Dr. Wong estãoseu marido e co-autor saªnior do artigo, o Professor Associado Mathias Francois do Centenary Institute.

"Este trabalho éincrivelmente empolgante, pois nos permite 'ler' e compreender melhor o genoma humano, que éum manual de instruções da vida incrivelmente complexo e em constante mudança", diz A / Prof. Frana§ois. "A equipe se concentrou em um gene antigo que éimportante em nosso sistema nervoso, mas que também deu origem a um gene crítico para o desenvolvimento do coração."

As descobertas, diz ele, também ira£o impulsionar a pesquisa biomédica e futuros benefa­cios de saúde. "Ser capaz de interpretar melhor o genoma humano ajuda a nossa compreensão dos processos humanos, incluindo doenças e distúrbios, muitos dos quais tem uma base genanãtica. Quanto mais sabemos sobre como nossos genes são conectados, melhor somos capazes de desenvolver novos tratamentos para doena§as. "

Marcel Dinger, professor e chefe da Escola de Biotecnologia e Ciências Biomoleculares da UNSW (BABS), disse que havia tanto sobre as informações armazenadas no genoma que ainda não entendemos totalmente. "Este estudo éum passo importante para a decodificação da linguagem de programação da vida - o novo conhecimento que ele apresenta ajudara¡ a informar pesquisas futuras nos campos da medicina, tecnologia e ciências da vida. a‰ maravilhoso ver pesquisas tão importantes reconhecidas por um dos cientistas mais prestigiosos do mundo peria³dicos - isso realmente apoia nossa ambição de ser a melhor escola de biociências moleculares da Austra¡lia. "

 

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