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ONU: Grandesmudanças na sociedade são necessa¡rias para manter a natureza, Terra OK
Ao contra¡rio dos relatórios anteriores da ONU que se concentraram em um problema e evitaram dizer aos lideres aa§aµes a serem tomadas, o relatório de quinta-feira combina três crises ambientais entrelaa§adas e diz ao mundo o que precisa mudar.
Por Seth Borenstein - 18/02/2021


Na foto de arquivo desta segunda-feira, 1º de fevereiro de 2021, as emissaµes de uma usina termoelanãtrica a carva£o aparecem em silhueta contra o sol poente em Independence, Missouri. Um relatório das Nações Unidas divulgado na quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021, diz que os humanos estãotornando a Terra um planeta destrua­do e cada vez mais invia¡vel devido a smudanças climáticas, perda de biodiversidade e poluição. Portanto, o mundo deve fazermudanças drama¡ticas na sociedade, na economia e na vida dia¡ria. (AP Photo / Charlie Riedel)

Os humanos estãotransformando a Terra em um planeta fragmentado e cada vez mais inabita¡vel por meio dasmudanças climáticas, da perda de biodiversidade e da poluição. Portanto, o mundo deve fazermudanças drama¡ticas na sociedade, na economia e na vida dia¡ria, afirma um novo relatório das Nações Unidas.

Ao contra¡rio dos relatórios anteriores da ONU que se concentraram em um problema e evitaram dizer aos lideres ações a serem tomadas, o relatório de quinta-feira combina três crises ambientais entrelaa§adas e diz ao mundo o que precisa mudar. Exige uma mudança no que os governos tributam, como as nações valorizam a produção econa´mica, como a energia égerada, a maneira como as pessoas se locomovem, pescam e cultivam, bem como o que comem.

"Sem a ajuda da natureza, não prosperaremos ou mesmo sobreviveremos", disse o secreta¡rio-geral Antonio Guterres. "Por muito tempo, temos travado uma guerra sem sentido e suicida contra a natureza. O resultado são três crises ambientais interligadas."

Portanto, o tí­tulo do relatório de 168 pa¡ginas écontundente: "Fazendo as pazes com a natureza".

"Nossos filhos e seus filhos herdara£o um mundo de eventos clima¡ticos extremos, aumento doníveldo mar, perda dra¡stica de plantas e animais, insegurança alimentar e ha­drica e maior probabilidade de futuras pandemias", disse o autor principal do relatório, Sir Robert Watson , que presidiu relatórios cienta­ficos das Nações Unidas sobremudanças climáticas e perda de biodiversidade.

"A emergaªncia éna verdade mais profunda do que pensa¡vamos hápenas alguns anos", disse Watson, que foi cientista de altonívelnos governos dos EUA e do Reino Unido.

Este ano "éum ano de sucesso ou fracasso, porque o risco de as coisas se tornarem irreversa­veis estãoganhando terreno a cada ano", disse Guterres. "Estamos perto de um ponto sem volta."

O relatório destacou o que a coautora Rachel Warren, da University of East Anglia, chamou de "uma litania de estata­sticas assustadoras que não foram realmente reunidas:"

• A Terra estãoa caminho de um aquecimento adicional de 3,5 graus a partir de agora (1,9 graus Celsius), muito mais do que as metas internacionais acordadas no acordo de Paris.

Nesta sexta-feira, 22 de janeiro de 2021, foto de arquivo, garrafas de pla¡stico e outros carros
alega³ricos de lixo no lago Potpecko perto de Priboj, no sudoeste da Sanãrvia. Um relatório das
Nações Unidas divulgado na quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021, diz que os humanos estão
tornando a Terra um planeta fragmentado e cada vez mais inabita¡vel por meio das
mudanças climáticas, perda de biodiversidade e poluição. Portanto, o mundo deve fazer
mudanças drama¡ticas na sociedade, na economia e na vida dia¡ria.
(AP Photo / Darko Vojinovic)

• Cerca de 9 milhões de pessoas morrem por ano devido a  poluição.

• Cerca de 1 milha£o das 8 milhões de espanãcies de plantas e animais da Terra estãoameaa§adas de extinção.
 
• Até400 milhões de toneladas de metais pesados, lama ta³xica e outros resíduos industriais são despejados nas a¡guas do mundo todo ano.

• Mais de 3 bilhaµes de pessoas são afetadas pela degradação do solo e apenas 15% das áreas aºmidas da Terra permanecem intactas.

• Cerca de 60% das unidades populacionais de peixes são pescadas nos na­veis ma¡ximos. Existem mais de 400 "zonas mortas" sem oxigaªnio e a poluição marinha por pla¡sticos aumentou dez vezes desde 1980.

"No final, isso vai nos atingir", disse o bia³logo Thomas Lovejoy, que foi consultor cienta­fico do relatório. "Nãoéo que estãoacontecendo com os elefantes. Nãoéo que estãoacontecendo com o aumento do clima ou doníveldo mar. Tudo vai nos impactar."

Os problemas do planeta estãotão interligados que devem ser trabalhados juntos para serem corrigidos da maneira certa, disse Warren. E muitas das soluções, como a eliminação do uso de combusta­veis fa³sseis, combatem vários problemas, incluindomudanças climáticas e poluição, disse ela.

O relatório "deixa claro que não hátempo para pensamento linear ou resolver problemas um de cada vez", disse a professora de meio ambiente da Universidade de Michigan, Rosina Bierbaum, que não participou do trabalho.

Em outro intervalo, este relatório fornece soluções especa­ficas que diz que devem ser tomadas.

Na foto de arquivo desta quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021, o leito da lagoa de Suesca
estãoseco e rachado, em Suesca, na Cola´mbia, após anos de muito pouca chuva. Um relatório
das Nações Unidas divulgado na quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021, diz que os humanos
estãotornando a Terra um planeta fragmentado e cada vez mais inabita¡vel por meio das
mudanças climáticas, perda de biodiversidade e poluição. Portanto, o mundo deve fazer
mudanças drama¡ticas na sociedade, na economia e na vida dia¡ria.
(AP Photo / Fernando Vergara)

Este relatório usa a palavra "deve" 56 vezes e "deveria" 37 vezes. Deveria haver mais 100 porque a ação étão crucial, disse a ex-chefe do clima da ONU, Christiana Figueres, que não fez parte do relatório.

"O tempo se esgotou totalmente. a‰ por isso que a palavra 'deve' estãola¡", disse Figueres.

O relatório pede o fim do uso de combusta­veis fa³sseis e diz que os governos não devem tributar o trabalho ou a produção, mas sim o uso de recursos que danificam a natureza.

"Os governos ainda estãojogando mais para explorar a natureza do que para protegaª-la", disse Guterres. "Globalmente, ospaíses gastam cerca de 4 a 6 trilhaµes de da³lares por ano em subsa­dios que prejudicam o meio ambiente."

Os cientistas devem informar os lideres sobre os riscos ambientais "mas seu endosso de políticas públicas especa­ficas ameaça minar a credibilidade de sua ciaªncia", disse o ex-deputado republicano Bob Inglis, que fundou o think tank do clima de mercado livre RepublicEn.org.

O relatório também diz a s nações que valorizem a natureza, além do produto interno bruto, ao calcular como estãoa economia.

Chegar la¡ significamudanças por parte de indiva­duos, governos e empresas, mas não precisa envolver sacrifa­cios, disse o Diretor do Programa da ONU para o Meio Ambiente, Inger Andersen .

“Ha¡ umpaís que estãonesse caminho há25 anos: a Costa Rica”, disse Andersen. "Sim, estes são tempos difa­ceis, mas mais e lideres estãoentrando em ação."

 

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