O evento, que desencadeou a erupção, foi capturado em raros detalhes por uma equipe internacional de cientistas, que disse que ele oferece novos insights sobre um dos vulcaµes mais ativos do mundo.
Equipe de campo fazendo download de dados de uma estação de Posicionamento Global em operação contanua na caldeira de Sierra Negra, Ilhas Gala¡pagos, Equador. Crédito: Keith Williams (UMAVCO, Inc).
Horas antes da erupção de Sierra Negra em 2018, o maior Vulcãodas Ilhas Gala¡pagos, um terremoto retumbou e levantou o solo por mais de 2 metros em um instante. O evento, que desencadeou a erupção, foi capturado em raros detalhes por uma equipe internacional de cientistas, que disse que ele oferece novos insights sobre um dos vulcaµes mais ativos do mundo.
"O poder deste estudo éque éuma das primeiras vezes que fomos capazes de ver um ciclo eruptivo completo neste detalhe em quase qualquer Vulcão", disse Peter La Femina, professor associado de geociências na Penn State. "Monitoramos Sierra Negra desde sua última erupção em 2005 atéa erupção de 2018 e depois, e temos este belo registro que éuma raridade em si mesmo."
Por quase dois meses em 2018, a lava explodiu do vulca£o, cobrindo cerca de 19 quila´metros quadrados da Ilha Isabela, a maior ilha das Gala¡pagos e lar de cerca de 2.000 pessoas e espanãcies de animais ameaa§adas de extinção, como a tartaruga gigante de Gala¡pagos.
"A erupção de Sierra Negra em 2018 foi um evento vulca¢nico realmente espetacular, ocorrendo no 'laboratório vivo' das Ilhas Gala¡pagos", disse Andrew Bell, vulcanologista da Universidade de Edimburgo. "Um grande trabalho em equipe e um pouco de sorte nos permitiu capturar este conjunto de dados exclusivo que nos fornece um novo entendimento importante sobre como esses vulcaµes se comportam e como podemos ser capazes de prever melhor erupções futuras."
Embora Sierra Negra esteja entre os vulcaµes mais ativos do mundo, sua localização remota anteriormente dificultava o monitoramento. Os cientistas agora usam redes de estações de monitoramento sasmicas e GPS baseadas no solo e observações de satanãlite para observar o vulca£o.
"Com base no monitoramento constante da atividade dos vulcaµes das Gala¡pagos, detectamos um aumento drama¡tico da sismicidade e uma elevação constante do fundo da cratera em Sierra Negra", disse Mario Ruiz, diretor do Instituto Geofasico do Equador, a agaªncia nacional de monitoramento dopaís. "Logo entramos em contato com colegas do Reino Unido, Estados Unidos e Irlanda e propusemos que trabalhassem juntos para investigar os mecanismos que levariam a uma erupção iminente deste vulca£o. Esta pesquisa éum exemplo de colaboração e parceria internacional."
Os cientistas capturaram dados ao longo de 13 anos, a medida que a ca¢mara de magma do Vulcãose reabastecia gradualmente após a erupção de 2005, estressando a crosta circundante e criando terremotos. Isso continuou atéjunho de 2018, quando um terremoto ocorreu no sistema de falha das caldeiras e provocou a erupção subsequente, disseram os cientistas.
"Temos essa história de magma entrando e estressando o sistema atéo ponto de falha e todo o sistema drenando novamente atravanãs da erupção de fluxos de lava", disse La Femina. "Esta éa primeira vez que alguém vaª isso em Gala¡pagos com este detalhe. Esta éa primeira vez que temos os dados para dizer, 'ok, foi isso que aconteceu aqui.'"
Frequentemente, durante erupções vulcânica s, quando as ca¢maras de magma esvaziam o solo acima delas, o solo afunda e forma uma depressão em forma de tigela, ou uma caldeira. Mas Sierra Negra experimentou um ressurgimento da caldeira, deixando esta área mais elevada do que era antes da erupção, disseram os cientistas.
Dentro da caldeira de Sierra Negra háuma "falha de ala§apa£o", que éarticulada em uma extremidade enquanto a outra pode ser elevada pelo aumento do magma. Os cientistas descobriram que a falha fez com que as colinas dentro da caldeira de seis milhas de largura se elevassem verticalmente em mais de 6 panãs durante o terremoto que desencadeou a erupção .
O ressurgimento da caldeira, importante para compreender melhor as erupções, não havia sido observado anteriormente com tantos detalhes, relataram os cientistas na revista Nature Communications .
"O ressurgimento étapico de caldeiras explosivas em vulcaµes como Yellowstone, não o tipo de vulcaµes-escudo que vemos em Gala¡pagos ou no Havaa", disse La Femina. "Isso nos da¡ a capacidade de olhar para outros vulcaµes em Gala¡pagos e dizer, 'bem, isso éo que poderia ter acontecido para formar aquela caldeira ou crista ressurgente'."
Os cientistas disseram que as descobertas podem ajudar seus colegas no Equador a rastrear melhor os distúrbios e alertar sobre futuras erupções.
“Ha¡ pessoas que vivem na Ilha Isabella, então estudar e entender como essas erupções ocorrem éimportante para gerenciar os perigos e riscos para as populações locaisâ€, disse La Femina.