A descoberta também desafia as expectativas de como a vida pode ter evoluado em outros planetas. A evolua§a£o da fotossantese que produz oxigaªnio éconsiderada o fator-chave no eventual surgimento de vida complexa.

Cola´nias de cianobactanãrias ao microsca³pio. Crédito: Ye.Maltsev / Shutterstock
Os pesquisadores descobriram que as primeiras bactanãrias tinham as ferramentas para realizar uma etapa crucial na fotossantese, mudando a forma como pensamos que a vida evoluiu na Terra.
A descoberta também desafia as expectativas de como a vida pode ter evoluado em outros planetas. A evolução da fotossantese que produz oxigaªnio éconsiderada o fator-chave no eventual surgimento de vida complexa. Acreditava-se que isso levaria vários bilhaµes de anos para evoluir, mas se de fato a vida mais antiga foi capaz de fazaª-lo, então outros planetas podem ter desenvolvido vida complexa muito antes do que se pensava.
A equipe de pesquisa, liderada por cientistas do Imperial College London, rastreou a evolução das proteanas-chave necessa¡rias para a fotossantese, possivelmente na origem da vida bacteriana na Terra. Seus resultados são publicados e acessaveis gratuitamente em BBA — Bioenergetics.
O principal pesquisador, Dr. Tanai Cardona, do Departamento de Ciências da Vida do Imperial, disse: "Tanhamos mostrado anteriormente que o sistema biola³gico para realizar a produção de oxigaªnio, conhecido como Fotossistema II, era extremamente antigo, mas atéagora não tanhamos sido capaz de coloca¡-lo na linha do tempo da história da vida.
"Agora, sabemos que o fotossistema II mostra padraµes de evolução que geralmente são atribuados apenas a s enzimas mais antigas conhecidas, que foram cruciais para a evolução da própria vida."
Produção precoce de oxigaªnio
A fotossantese, que converte a luz solar em energia, pode ter duas formas: uma que produz oxigaªnio e outra que não. Supaµe-se que a forma produtora de oxigaªnio tenha evoluado mais tarde, particularmente com o surgimento de cianobactanãrias, ou algas verde-azuladas, cerca de 2,5 bilhaµes de anos atrás.
Embora algumas pesquisas tenham sugerido que bolsaµes de fotossantese produtora de oxigaªnio (oxigaªnio) podem ter existido antes disso, ainda era considerada uma inovação que levou pelo menos dois bilhaµes de anos para evoluir na Terra.
A nova pesquisa descobriu que enzimas capazes de realizar o processo-chave na fotossantese oxigenada - dividir a águaem hidrogaªnio e oxigaªnio - podem na verdade estar presentes em algumas das primeiras bactanãrias. A evidência mais antiga de vida na Terra tem mais de 3,4 bilhaµes de anos e alguns estudos sugeriram que a vida mais antiga poderia ter mais de 4,0 bilhaµes de anos.
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Como a evolução do olho, a primeira versão da fotossantese oxigenada pode ter sido muito simples e ineficiente; como os primeiros olhos sentiam apenas a luz, a primeira fotossantese pode ter sido muito ineficiente e lenta.
Na Terra, levou mais de um bilha£o de anos para que as bactanãrias aperfeia§oassem o processo que levou a evolução das cianobactanãrias, e mais dois bilhaµes de anos para que animais e plantas conquistassem a terra. No entanto, essa produção de oxigaªnio estava presente tão cedo significa que em outros ambientes, como em outros planetas, a transição para uma vida complexa poderia ter levado muito menos tempo.
Cianobactanãrias nasuperfÍcie da a¡gua. Crédito: Kletr / Shutterstock
Medindo rela³gios moleculares
A equipe fez sua descoberta rastreando o 'rela³gio molecular' das proteanas-chave da fotossantese, responsa¡veis ​​pela divisão da a¡gua. Este manãtodo estima a taxa de evolução das proteanas observando o tempo entre os momentos evolutivos conhecidos, como o surgimento de diferentes grupos de cianobactanãrias ou plantas terrestres, que hoje carregam uma versão dessas proteanas. A taxa de evolução calculada éentão estendida no tempo, para ver quando as proteanas evoluaram pela primeira vez.
Eles compararam a taxa de evolução dessas proteanas da fotossantese com a de outras proteanas-chave na evolução da vida, incluindo aquelas que formam moléculas de armazenamento de energia no corpo e aquelas que traduzem sequaªncias de DNA em RNA, que se pensa ter se originado antes do ancestral de toda a vida celular na Terra. Eles também compararam a taxa com eventos que sabidamente ocorreram mais recentemente, quando a vida já era variada e as cianobactanãrias apareceram.
As proteanas da fotossantese mostraram padraµes de evolução quase idaªnticos aos das enzimas mais antigas, remontando no tempo, sugerindo que evoluaram de maneira semelhante.
Primeiro autor do estudo Thomas Oliver, do Departamento de Ciências da Vida do Imperial, disse: "Na³s usamos uma técnica chamada Ancestral Sequaªncia de Reconstrução para prever as proteanas sequaªncias de proteanas fotossintanãticas ancestrais.
"Essas sequaªncias nos fornecem informações sobre como o ancestral Fotossistema II teria funcionado e fomos capazes de mostrar que muitos dos principais componentes necessa¡rios para a evolução do oxigaªnio no fotossistema II podem ser rastreados atéos primeiros esta¡gios da evolução da enzima."
Evolução dirigida
Saber como essas proteanas-chave da fotossantese evoluem não éapenas relevante para a busca de vida em outros planetas, mas também pode ajudar os pesquisadores a encontrar estratanãgias para usar a fotossantese de novas maneiras por meio da biologia sintanãtica.
O Dr. Cardona, que estãoliderando esse projeto como parte de sua bolsa UKRI Future Leaders Fellowship, disse: "Agora que temos uma boa noção de como as proteanas da fotossantese evoluem, adaptando-se a um mundo em mudança, podemos usar a 'evolução direcionada' para aprender como para muda¡-los para produzir novos tipos de química.
"Poderaamos desenvolver fotossistemas capazes de realizar novas reações químicas ecola³gicas e sustenta¡veis ​​complexas, totalmente alimentadas por luz."