Mundo

A diversidade da vida selvagem éboa para a nossa saúde
Um crescente corpo de evidaªncias sugere que a perda de biodiversidade aumenta nossa exposia§a£o a patógenos zoona³ticos novos e estabelecidos.
Por Cary Institute of Ecosystem Studies - 05/04/2021


Ecossistemas com uma diversidade de mama­feros, incluindo corpos maiores e criaturas de vida mais longa, como raposas, são melhores para nossa saúde. Crédito: Ali Rajabali / Flickr

Um crescente corpo de evidaªncias sugere que a perda de biodiversidade aumenta nossa exposição a patógenos zoona³ticos novos e estabelecidos. Restaurar e proteger a natureza éessencial para prevenir futuras pandemias. Assim, relata um novo artigo da National Academy of Sciences ( PNAS ) que sintetiza o entendimento atual sobre como a biodiversidade afeta a saúde humana e fornece recomendações para pesquisas futuras para orientar o manejo.

A autora principal, Felicia Keesing, éprofessora do Bard College e cientista visitante no Cary Institute of Ecosystem Studies. Ela explica: "Existe um mito persistente de que áreas selvagens com altos na­veis de biodiversidade são focos de doena§as. Mais diversidade animal deve ser igual a patógenos mais perigosos . Mas isso acaba se revelando errado. A biodiversidade não éuma ameaça para nós, na verdade, ela protege nosda espanãcie com maior probabilidade de nos deixar doentes. "

Doena§as zoona³ticas como COVID-19, SARS e Ebola são causadas por patógenos que são compartilhados entre humanos e outros animais vertebrados . Mas as espanãcies animais diferem em sua capacidade de transmitir patógenos que nos deixam doentes.

Rick Ostfeld éecologista de doenças no Cary Institute e coautor do artigo. Ele explica: "A pesquisa estãodemonstrando que as espanãcies que prosperam em paisagens desenvolvidas e degradadas são muitas vezes muito mais eficientes em abrigar patógenos e transmiti-los a s pessoas. Em paisagens menos perturbadas com mais diversidade animal , esses reservata³rios arriscados são menos abundantes e a biodiversidade tem um efeito protetor. "

Roedores, morcegos, primatas, mama­feros de casco fendido como ovelhas e veados e carna­voros foram apontados como os taxa de mama­feros com maior probabilidade de transmitir patógenos aos humanos. Keesing e Ostfeld observam: "O pra³ximo pata³geno emergente tem muito mais probabilidade de vir de um rato do que de um rinoceronte".

Isso ocorre porque animais com história de vida rápida tendem a ser mais eficientes na transmissão de patógenos. Keesing explica: "Animais que vivem rápido, morrem jovens e tem maturidade sexual precoce com muitos descendentes tendem a investir menos em suas respostas imunes adaptativas. Eles geralmente são melhores na transmissão de doena§as, em comparação com animais de vida mais longa com imunidade adaptativa mais forte. "

Quando a biodiversidade éperdida das comunidades ecola³gicas, as espanãcies de corpos maiores e de vida longa tendem a desaparecer primeiro, enquanto as espanãcies de corpos menores com histórias de vida rápidas tendem a proliferar. A pesquisa descobriu que mama­feros hospedeiros de va­rus zoona³ticos são menos prova¡veis ​​de serem espanãcies de preocupação de conservação (ou seja, são mais comuns), e que tanto para mama­feros quanto para pa¡ssaros, o desenvolvimento humano tende a aumentar a abunda¢ncia de espanãcies hospedeiras zoona³ticas, trazendo pessoas e riscos animais mais pra³ximos.

“Quando erodimos a biodiversidade, favorecemos espanãcies que tem maior probabilidade de serem hospedeiros zoona³ticos, aumentando nosso risco de eventos de transbordamento”, observa Ostfeld. Acrescentando que, "Gerenciar este risco exigira¡ uma melhor compreensão de como coisas como conversão de habitat, mudança climática e colheita excessiva afetam os hospedeiros zoona³ticos, e como restaurar a biodiversidade em áreas degradadas pode reduzir sua abunda¢ncia."

Para prever e prevenir o transbordamento, Keesing e Ostfeld destacam a necessidade de enfocar os atributos do hospedeiro associados a  transmissão da doena§a, em vez de continuar a debater a importa¢ncia primordial de um ou outro ta¡xon. Ostfeld explica: "Devemos parar de presumir que existe uma única origem animal para cada pata³geno emergente. Os patógenos que saltam dos animais para as pessoas tendem a ser encontrados em muitas espanãcies animais , não apenas em uma. Afinal, eles são saltadores e eles normalmente se movem entre as espanãcies facilmente. "

Desemaranhar as caracteri­sticas de hospedeiros zoona³ticos eficazes - como suas estratanãgias imunola³gicas, resiliencia a distúrbios e preferaªncias de habitat - éa chave para proteger a saúde pública. A previsão dos locais onde essas espanãcies prosperam e onde a transmissão e a emergaªncia de patógenos são prova¡veis ​​pode orientar as intervenções direcionadas.

Keesing observa: "A restauração da biodiversidade éuma fronteira importante no manejo do risco de doenças zoona³ticas. Esses patógenos que se espalham para infectar humanos - patógenos zoona³ticos - freqa¼entemente proliferam como resultado de impactos humanos." Concluindo, "Amedida que reconstrua­mos nossas comunidades após COVID-19, precisamos ter firmemente em mente que uma de nossas melhores estratanãgias para prevenir futuras pandemias éproteger, preservar e restaurar a biodiversidade ."

 

.
.

Leia mais a seguir