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Um refletor solar para a Terra? Os cientistas exploram os riscos e benefa­cios potenciais
Nove dos anos mais quentes da história da humanidade ocorreram na última década. Sem uma grande mudança nesta trajeta³ria climática, o futuro da vida na Terra estãoem questão.
Por Graduate Center, CUNY - 05/04/2021


Pixabay

Nove dos anos mais quentes da história da humanidade ocorreram na última década. Sem uma grande mudança nesta trajeta³ria climática, o futuro da vida na Terra estãoem questão. Os humanos, cuja sociedade movida a combusta­veis fa³sseis estãocausando a mudança climática, deveriam usar a tecnologia para travar o aquecimento global?

Todos os meses, desde setembro de 2019, o Climate Intervention Biology Working Group, uma equipe de especialistas internacionalmente reconhecidos em ciência do clima e ecologia, se reuniu remotamente para trazer a ciência para lidar com essa questãoe as consequaªncias da geoengenharia de uma Terra mais fria refletindo uma parte do sol radiação para longe do planeta - uma estratanãgia de intervenção climática conhecida como modificação da radiação solar (SRM).

O artigo seminal do grupo, "Potenciais impactos ecola³gicos da intervenção climática refletindo a luz solar para resfriar a Terra", foi publicado nos mais recentes Proceedings of National Academy of Sciences ( PNAS ).

"Participar deste grupo de trabalho foi bastante revelador para mim", disse o coautor Peter Groffman, ecologista de ecossistemas do Centro de Pesquisa em Ciência Avana§ada do Centro de Pa³s-Graduação, CUNY e Instituto Cary de Estudos de Ecossistemas. "Eu não sabia que a modelagem da intervenção climática era tão avana§ada e acho que os modeladores do clima desconheciam as complexidades dos sistemas ecola³gicos que estãosendo afetados. a‰ um forte lembrete da importa¢ncia da necessidade de uma análise multidisciplinar de problemas complexos em Ciência ambiental."

A equipe interdisciplinar écoliderada por Phoebe Zarnetske, ecologista comunita¡ria e professora associada do Departamento de Biologia Integrativa e do programa de Ecologia, Evolução e Comportamento da Universidade Estadual de Michigan, e a ecologista Jessica Gurevitch, distinta professora do Departamento de Ecologia e Evolução em Stony Brook University.

As conversas entre Gurevitch e o cientista clima¡tico Alan Robock, ilustre professor do Departamento de Ciências Ambientais da Rutgers University, deram origem ao grupo pioneiro, mais consciente do que a maioria de que a geoengenharia da atmosfera terrestre émais do que um cena¡rio de ficção cienta­fica.

“Ha¡ uma escassez de conhecimento sobre os efeitos da intervenção climática na ecologia”, disse Zarnetske. "Como cientistas, precisamos entender e prever os efeitos positivos e negativos que isso pode ter no mundo natural, identificar lacunas de conhecimento e comea§ar a prever quais impactos isso pode ter sobre as espanãcies e ecossistemas terrestres, marinhos e de águadoce, se fosse adotado no futuro. "
 
Os custos e a tecnologia necessa¡rios para refletir o calor do Sol de volta ao espaço são atualmente mais via¡veis ​​do que outras idanãias de intervenção climática, como a absorção de dia³xido de carbono (CO 2 ) do ar. O grupo de trabalho antecipa suas discussaµes animadas e o documento de acesso aberto ira¡ encorajar uma explosão de investigação cienta­fica sobre como uma estratanãgia de intervenção climática conhecida como modificação da radiação solar (SRM), em conjunto com a redução das emissaµes de gases de efeito estufa, afetaria o mundo natural .

A viabilidade de esforços de SRM em todo o planeta depende de previsaµes precisas de sua mira­ade de resultados fornecidas pelas simulações de computador bem estabelecidas do Projeto de Intercomparação de Modelo de Geoengenharia (GeoMIP). O documento PNAS estabelece a base para expandir o escopo do GeoMIP para incluir a incra­vel variedade e diversidade dos ecossistemas da Terra.

"Embora os modelos clima¡ticos tenham se tornado bastante avana§ados na previsão dos resultados clima¡ticos de vários cenários de geoengenharia, temos muito pouco conhecimento de quais podem ser os possa­veis riscos desses cenários para as espanãcies e sistemas naturais", explicou Gurevitch. "Os riscos de extinção, mudança na comunidade de espanãcies e a necessidade de os organismos migrarem para sobreviver sob o SRM são maiores do que os da mudança climática, ou o SRM reduz os riscos causados ​​pela mudança climática?"

"A maioria dos modelos GeoMIP apenas simula varia¡veis ​​abia³ticas, mas e todos os seres vivos que são afetados pelo clima e dependem da energia do sol?" Zarnetske adicionado. "Precisamos entender melhor os possa­veis impactos do SRM em tudo, desde microorganismos do solo atémigrações de borboletas monarcas e sistemas marinhos."

O Laborata³rio de Ecologia Espacial e Comunita¡ria de Zarnetske (SpaCE Lab) éespecializado em prever como as comunidades ecola³gicas respondem a smudanças climáticas em escalas do microcosmo ao global, tornando-o exclusivamente posicionado para auxiliar o grupo de trabalho a iluminar dados vitais para cenários futuros de SRM, como aerossol estratosfanãrico intervenção (SAI), o foco do artigo.

O SAI reduziria parte da radiação do Sol refletindo a luz do sol de volta ao Espaço, semelhante ao que acontece após grandes erupções vulcânica s. Teoricamente, seria possí­vel reabastecer continuamente a nuvem e controlar sua espessura e localização para atingir a temperatura alvo desejada.

Mas o artigo revela a complexidade pouco pesquisada das relações em cascata entre a função do ecossistema e o clima em diferentes cenários de SAI. Na verdade, eles argumentam, a mitigação da mudança climática deve continuar independentemente de o SRM ser adotado, e permanece a questãose algum ou qualquer SRM pode ser benanãfico além dos esforços de descarbonização.

"Embora o SAI possa resfriar asuperfÍcie da Terra para uma meta de temperatura global, o resfriamento pode ser distribua­do de maneira desigual, afetando muitas funções do ecossistema e da biodiversidade", disse Zarnetske. "A precipitação e a radiação ultravioleta desuperfÍcie mudariam, e o SAI aumentaria a chuva a¡cida e não mitigaria a acidificação dos oceanos."

Em outras palavras, o SRM não éuma solução ma¡gica para resolver asmudanças climáticas . Atéque os esforços do grupo de trabalho inspirem novas pesquisas sobre os efeitos de diferentes cenários de intervenção climática, o SRM émais parecido com um tiro no escuro.

“Esperamos que este artigo chame muito mais atenção para este assunto e uma maior cooperação entre cientistas nas áreas de ciência do clima e ecologia”, acrescentou Gurevitch.

O grupo de trabalho Climate Intervention Biology éfinanciado pela National Science Foundation e sediara¡ sessaµes em duas conferaªncias cienta­ficas futuras: "Respostas da Biosfera a  Geoengenharia" na Reunia£o Anual da Associação Americana para o Avana§o da Ciência (AAAS) este maªs, e na Conferência Ecola³gica Society of America em agosto de 2021.

 

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