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Exploração das correntes oceânicas: sob a 'Geleira do Jua­zo Final'
Os cientistas descobriram que o suprimento de águaquente para a geleira émaior do que se pensava anteriormente, gerando preocupaa§aµes de derretimento mais rápido e fluxo de gelo acelerado.
Por Universidade de Gotemburgo - 09/04/2021


Foto do submarino Ran sem parafusos. Crédito: Filip Stedt

Pela primeira vez, os pesquisadores conseguiram obter dados embaixo da geleira Thwaites, também conhecida como "Geleira do Jua­zo Final". Eles descobriram que o suprimento de águaquente para a geleira émaior do que se pensava anteriormente, gerando preocupações de derretimento mais rápido e fluxo de gelo acelerado.

Com a ajuda do submarino Ran que abriu caminho sob a geleira Thwaites, os pesquisadores fizeram uma sanãrie de novas descobertas. A professora Karen Heywood, da University of East Anglia, comentou:

"Esta foi a primeira aventura de Ran nas regiaµes polares e sua exploração das a¡guas sob a plataforma de gelo foi muito mais bem-sucedida do que ousamos esperar. Planejamos desenvolver essas descobertas emocionantes com novas missaµes sob o gelo no pra³ximo ano."

O submersa­vel mediu, entre outras coisas, a força, a temperatura, a salinidade e o teor de oxigaªnio das correntes oceânicas: que passam por baixo da geleira.

Oníveldo mar global éafetado pela quantidade de gelo existente na terra, e a maior incerteza nas previsaµes éa evolução futura da camada de gelo da Anta¡rtica Ocidental, diz Anna Wa¥hlin, professora de oceanografia da Universidade de Gotemburgo e principal autora do novo estudo agora publicado na Science Advances .

Impacta onívelglobal do mar

O manto de gelo na Anta¡rtica Ocidental éresponsável por cerca de dez por cento da taxa atual de aumento doníveldo mar; mas também o gelo no oeste da Anta¡rtica tem o maior potencial para aumentar essa taxa, porque asmudanças mais rápidas em todo o mundo estãoocorrendo na geleira Thwaites. Devido a  sua localização e formato, Thwaites éparticularmentesensívela s correntes quentes e salgadas do oceano que estãoencontrando seu caminho por baixo dele.

Esse processo pode levar a um degelo acelerado ocorrendo no fundo da geleira e ao movimento para o interior da chamada zona de aterramento, a área onde o gelo faz a transição de repousar no fundo do mar para flutuar no oceano.

Devido a  sua localização inacessa­vel, longe de estações de pesquisa, em uma área geralmente bloqueada por espesso gelo marinho e muitos icebergs, tem havido uma grande escassez de medições in situ nesta área. Isso significa que existem grandes lacunas de conhecimento para os processos de fronteira gelo-oceano nesta regia£o.

Crédito: Universidade de Gotemburgo, Rob Larter.

Primeiras medições realizadas

No estudo, os pesquisadores apresentam os resultados do submersa­vel que mediu a força, a temperatura, a salinidade e o teor de oxigaªnio das correntes oceânicas: que passam sob a geleira.
 
"Essas foram as primeiras medições realizadas sob a geleira Thwaites", disse Anna Wa¥hlin.

Os resultados foram usados ​​para mapear as correntes oceânicas: sob a parte flutuante da geleira. Os pesquisadores descobriram que háuma conexão profunda com o leste atravanãs da qual as a¡guas profundas fluem da Baa­a de Pine Island, uma conexão que se pensava estar bloqueada por uma crista subaqua¡tica.

O grupo de pesquisa também mediu o transporte de calor em um dos três canais que conduzem a águaquente para a geleira Thwaites pelo norte. "Os canais de águaquente para acessar e atacar Thwaites não eram conhecidos por nosantes da pesquisa. Usando sonares no navio, aninhados com mapeamento ocea¢nico de alta resolução de Ran, pudemos descobrir que existem caminhos distintos para a águaentra e sai da cavidade da plataforma de gelo, influenciada pela geometria do fundo do oceano ", diz o Dr. Alastair Graham, da University of Southern Florida.

O valor medido ali, 0,8 TW, corresponde a um derretimento la­quido de 75 km 3 de gelo por ano, que équase tão grande quanto o derretimento basal total em toda a plataforma de gelo. Embora a quantidade de gelo que derrete como resultado da águaquente não seja muito comparada a outras fontes globais de águadoce, o transporte de calor tem um grande efeito local e pode indicar que a geleira não éesta¡vel ao longo do tempo.

Nãoésustenta¡vel ao longo do tempo

Os pesquisadores também notaram que grandes quantidades de águaderretida flua­ram para o norte, afastando-se da frente da geleira.

Variações na salinidade, temperatura e teor de oxigaªnio indicam que a área sob a geleira éuma área ativa atéentão desconhecida, onde diferentes massas de águase encontram e se misturam, o que éimportante para a compreensão dos processos de derretimento na base do gelo.

As observações mostram águaquente se aproximando de todos os lados em pontos de fixação, locais cra­ticos onde o gelo estãoconectado ao fundo do mar e da¡ estabilidade a  plataforma de gelo. O derretimento em torno desses pontos de fixação pode levar a  instabilidade e recuo da plataforma de gelo e, subsequentemente, a geleira rio acima fluindo da terra. O Dr. Rob Larter, do British Antarctic Survey, afirma: "Este trabalho destaca que como e onde a águaquente afeta a Geleira Thwaites éinfluenciado pela forma do fundo do mar e da base da plataforma de gelo, bem como pelas propriedades da própria a¡gua. A integração bem-sucedida de novos dados de pesquisa do fundo do mar e observações das propriedades da águadas missaµes Ran mostra os benefa­cios do etos multidisciplinar dentro da Colaboração Internacional Thwaites Glacier. "

"A boa nota­cia éque agora estamos, pela primeira vez, coletando dados necessa¡rios para modelar a dina¢mica da geleira de Thwaite. Esses dados nos ajudara£o a calcular melhor o derretimento do gelo no futuro. Com a ajuda de novas tecnologias, podemos melhorar os modelos e reduzir a grande incerteza que agora prevalece em torno das variações globais doníveldo mar ”, diz Anna Wa¥hlin.

 

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