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Capacidade das a¡rvores urbanas e solos de manter os servia§os essenciais do ecossistema
A equipe de pesquisa comparou áreas urbanas, suburbanas e rurais. Eles selecionaram faias americanas e choupos amarelos devido a s diferenças de copa e casca, mas também por causa de seu doma­nio nas florestas urbanas e rurais.
Por Dante Lapenta - 03/07/2021


O ex-pesquisador de pa³s-doutorado da Universidade de Delaware Carl Rosier posa com American Beech Tree de 300 anos. Crédito: University of Delaware

Se vocêéuma a¡rvore, a vida no campo émuito mais fa¡cil do que na cidade. As a¡rvores rurais - que podem viver vidas longas e produtivas a s vezes mais de 100 anos - utilizam vastos recursos de uma extensa rede florestal de a¡rvores próximas. Em áreas urbanas, as a¡rvores vizinhas e amiga¡veis ​​podem ser poucas e distantes entre si. Os efeitos das ilhas de calor e a variação nos na­veis de nutrientes deixam as a¡rvores urbanas mais vulnera¡veis ​​a s pressaµes ambientais naturais. As consequaªncias são um crescimento deprimido e uma morte prematura.

Mas embaixo da a¡rvore estãoum aliado - o solo , que fornece a  a¡rvore uma a¢ncora bem-vinda para suas raa­zes, nutrientes para o crescimento e uma vasta gama de micróbios do solo . Em troca, as a¡rvores modificam a comunidade microbiana do solo (SMC), estabelecendo e nutrindo a vida bacteriana e fúngica crucial abaixo dasuperfÍcie.

Em um artigo de pesquisa publicado na Scientific Reports , pesquisadores da University of Delaware investigaram as pressaµes da urbanização no SMC associadas a espanãcies de a¡rvores especa­ficas. A equipe de pesquisa incluiu o membro do corpo docente da UD Tara Trammell e o ex-pesquisador de pa³s-doutorado Carl Rosier.

A equipe de pesquisa comparou áreas urbanas, suburbanas e rurais. Eles selecionaram faias americanas e choupos amarelos devido a s diferenças de copa e casca, mas também por causa de seu doma­nio nas florestas urbanas e rurais.

Para caracterizar os micróbios do solo sob a¡rvores especa­ficas, Trammell e Rosier usaram o sequenciamento de alto rendimento da próxima geração. Essa técnica permitiu aos pesquisadores sequenciar simultaneamente milhões de moléculas de DNA, permitindo a identificação especa­fica de centenas de espanãcies bacterianas. Paralelamente a essa abordagem, a equipe de pesquisa também investigou o carbono do solo , o nitrogaªnio, as concentrações de metais e o pH que compõem o solo sob cada espanãcie de a¡rvore em todas as florestas amostradas. As descobertas da equipe sugerem que a pressão urbana altera as caracteri­sticas especa­ficas do solo, substituindo a capacidade da a¡rvore de manter um SMC aºnico.

Em florestas rurais, os pesquisadores encontraram diferenças de SMC, sugerindo que os micróbios são aºnicos para cada espanãcie de a¡rvore. No entanto, a vida na cidade significa maior pressão de urbanização, portanto, seja a a¡rvore uma faia ou um choupo, o SMC ésemelhante. Rosier disse que a semelhança não éo resultado da perda de biodiversidade, mas sim devido a uma maior sobreposição de organismos compartilhados.
 
"Pensamos que perdera­amos algumas das espanãcies de microorganismos mais sensa­veis em ambientes urbanos, mas não vimos isso", disse Rosier. "O ambiente [urbano] muda o SMC a um grau em que vocêtem faias e choupos com composição SMC semelhante."

Com a expansão dos centros populacionais, o estudo informara¡ os gestores de terras e os esforços de conservação sobre como criar florestas urbanas mais resilientes. Essa pesquisa florestal ilumina um plano de batalha sobre o tamanho que uma floresta urbana deve ter para impactar positivamente os servia§os ecossistemicos.

A ligação a¡rvore-solo

Retirando carbono do ar e transferindo-o atravanãs de suas raa­zes e folhas, as a¡rvores são o melhor amigo do solo, reabastecendo o solo com ricas fontes de nutrientes orga¢nicos. Essas explorações altrua­stas ajudam a criar um SMC sauda¡vel, que por sua vez fornece servia§os ambientais cra­ticos, incluindo decomposição de matéria orga¢nica, formação estrutural do solo e ciclagem de nutrientes.

"Quando pensamos sobre asmudanças climáticas e a capacidade do solo de sequestrar carbono, os micróbios são essenciais nesse processo", disse Rosier, agora um cientista saªnior do projeto Material Matters e pesquisador lider e co-fundador da Agroecology Solutions.

Sem as a¡rvores para fornecer recursos essenciais, a composição do solo mudaria, alterando negativamente um ecossistema. As plantas desenvolvem comunidades especa­ficas de micróbios em torno de suas raa­zes. a€s vezes vivendo centenas de anos, as a¡rvores passam a vida manipulando a¡gua, nutrientes e outros fatores como o pH do solo.

"Na base de espanãcies especa­ficas de a¡rvores, vocêtem uma química de solo única; no entanto, a apenas um metro de distância, a química do solo pode diferir significativamente", disse Rosier.

Solo contra cidade

Vocaª pode esperar que a química do solo rural e urbano seja muito diferente. Afinal, uma floresta urbana enfrenta muitas pressaµes ambientais causadas pelo homem. Em vez disso, a química ésemelhante em ambos os locais - muito robusta e resiliente.

Na luta solo versus cidade, um observador casual pode não dar muita chance ao solo. Mas apesar de ser superado em número por elementos de fabricação humana, o azara£o puxa um Rocky Balboa, lutando noite adentro.

"Isso mostra como os solos são robustos", disse Rosier. "Os solos podem ter um grande impacto antes de perder matéria orga¢nica e a capacidade de sustentar a vida das plantas."

Mas quando o solo atinge o ponto cra­tico, onde perde componentes importantes, como matéria orga¢nica, éextremamente difa­cil recupera¡-lo com saúde.

“Como gestores e administradores da terra, devemos estar atentos a esta conjuntura cra­tica”, disse Rosier. "A capacidade dos solos de realizar servia§os ecossistemicos écra­tica para os humanos sobreviverem em nosso planeta."

 

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