Os açúcares do leite humano podem ajudar a tratar e prevenir infecções em recanãm-nascidos
De acordo com os Centros de Controle e Prevena§a£o de Doena§as dos Estados Unidos, cerca de 2.000 bebaªs nos Estados Unidos contraem GBS a cada ano e 4 a 6% deles morrem por causa disso.
Uma imagem de microsca³pio eletra´nico de varredura de Streptococcus do Grupo A (laranja) durante a interação fagocatica com um neutra³filo humano (azul). Crédito: NIAID
As bactanãrias conhecidas como estreptococos do grupo B (GBS) são uma causa comum de infecções sanguíneas, meningite e natimortos em recanãm-nascidos. Embora as infecções por GBS muitas vezes possam ser tratadas ou evitadas com antibia³ticos, as bactanãrias estãose tornando cada vez mais resistentes. Agora, os pesquisadores descobriram que os oligossacaradeos do leite humano (HMOs) - pequenas cadeias de moléculas de açúcar abundantes no leite materno - podem ajudar a prevenir infecções por GBS em células e tecidos humanos e em camundongos. Algum dia, os HMOs podera£o substituir os antibia³ticos no tratamento de infecções em bebaªs e adultos, dizem eles.
Os pesquisadores apresentara£o seus resultados hoje na reunia£o de outono da American Chemical Society (ACS).
"Nosso laboratório mostrou anteriormente que misturas de HMOs isoladas do leite de várias ma£es doadoras diferentes tem atividade antimicrobiana e antibiofilme contra GBS", disse Rebecca Moore, que estãoapresentando o trabalho na reunia£o. "Queraamos saltar a partir desses estudos in vitro para ver se os HMOs poderiam prevenir infecções em células e tecidos de uma mulher gra¡vida e em camundongos gra¡vidas." Moore éum estudante graduado nos laboratórios de Steven Townsend, Ph.D., na Vanderbilt University e Jennifer Gaddy, Ph.D., no Vanderbilt University Medical Center.
De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doena§as dos Estados Unidos, cerca de 2.000 bebaªs nos Estados Unidos contraem GBS a cada ano e 4 a 6% deles morrem por causa disso. As bactanãrias são frequentemente transferidas da ma£e para o bebaª durante o trabalho de parto e o parto. Uma gestante com teste positivo para SGB geralmente recebe antibia³ticos intravenosos durante o trabalho de parto para ajudar a prevenir infecções de inicio precoce, que ocorrem durante a primeira semana de vida. Curiosamente, a incidaªncia de infecções de inicio tardio (que acontecem de uma semana a três meses após o nascimento) émaior em bebaªs alimentados com fa³rmula do que em bebaªs amamentados, o que sugere que fatores no leite materno podem ajudar a proteger contra SGB. Nesse caso, os açúcares talvez possam substituir os antibia³ticos, que, além de matar bactanãrias benanãficas, estãose tornando menos eficazes devido ao aumento da resistência aos antibia³ticos.
Os pesquisadores estudaram os efeitos dos HMOs combinados de várias ma£es na infecção por GBS das células imunola³gicas da placenta (chamadas macra³fagos) e da membrana gestacional (o saco que envolve o feto). "Descobrimos que os HMOs foram capazes de inibir completamente o crescimento bacteriano tanto nos macra³fagos quanto nas membranas, então rapidamente nos voltamos para um modelo de camundongo", disse Moore. Eles examinaram se os HMOs podem impedir que uma infecção por GBS se espalhe pelo trato reprodutivo de camundongos gra¡vidas. "Em cinco partes diferentes do trato reprodutivo, vimos uma diminuição significativa da infecção por GBS com o tratamento com HMO", observa Moore.
Para descobrir quais HMOs e outros oligossacaradeos tem esses efeitos antimicrobianos e por quaª, os pesquisadores montaram um microbioma artificial de duas espanãcies com GBS e as espanãcies benanãficas de Streptococcus salivarius crescendo em uma placa de cultura de tecidos, separados por uma membrana semipermea¡vel. Em seguida, os pesquisadores adicionaram oligossacaradeos que são comumente adicionados a s fa³rmulas infantis, chamados galacto-oligossacaradeos (GOS), que são derivados de plantas. Na ausaªncia do açúcar, o GBS suprimiu o crescimento das bactanãrias "boas", mas o GOS ajudou essa espanãcie benanãfica a crescer. "Concluamos que o GBS estãoproduzindo a¡cido la¡tico que inibe o crescimento e, então, quando adicionamos o oligossacaradeo, as espanãcies benanãficas podem usa¡-lo como fonte de alimento para superar essa supressão", explica Moore.
Surpreendentemente, os primeiros HMOs que eles testaram no sistema não tiveram esse efeito, mas Townsend diz que éprova¡vel que um ou mais dos mais de 200 açúcares exclusivos do leite humano mostrem atividade no ensaio do microbioma artificial. A equipe planeja descobrir. A razãopela qual os HMOs podem tratar e prevenir a infecção por GBS éprovavelmente dupla, dizem os pesquisadores: eles agem como um anti-adesivo, evitando que os patógenos grudem nassuperfÍcies dos tecidos e formando um biofilme, e podem atuar como um prebia³tico, apoiando o crescimento de boas bactanãrias.
“Os HMOs existem hátanto tempo quanto os humanos, e as bactanãrias ainda não os descobriram. Presumivelmente, éporque hámuitos no leite e eles estãoem constante mudança durante o desenvolvimento do bebaªâ€, diz Townsend. "Mas se pudanãssemos aprender mais sobre como eles funcionam, épossível que pudanãssemos tratar diferentes tipos de infecções com misturas de HMOs, e talvez um dia isso pudesse ser um substituto para os antibia³ticos em adultos, assim como em bebaªs."