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A poluição atual do pa¢ntano tem efeitos drama¡ticos e negativos na sobrevivaªncia da anaªmona-do-mar
Uma nova pesquisa descobriu que o crescimento, desenvolvimento e capacidade de alimentaa§a£o de Nematostella são drasticamente afetados pelos atuais na­veis de poluentes comuns encontrados em um de seus habitats nativos, a Costa Leste dos EUA
Por Laboratório Biológico Marinho - 08/01/2022


Nativa da costa leste dos Estados Unidos, Nematostella vectensis éum importante organismo de pesquisa para estudos fundamentais em biologia do desenvolvimento, regeneração e evolução. Este éo primeiro estudo a examinar o impacto dos poluentes do pa¢ntano no crescimento, desenvolvimento e microbioma de Nematostella. Crédito: Laborata³rio Biola³gico Marinho / BioQuest Studios

Organismos marinhos estaciona¡rios que não navegam no oceano, mas passam suas vidas enraizados em um local, desenvolveram maneiras impressionantes de capturar suas presas. A anaªmona-do-mar Nematostella, por exemplo, escava-se nos sedimentos dos pa¢ntanos salgados e fica la¡ por toda a vida. Mas ele se especializou em "células pungentes" que lana§am toxinas nas presas que passam, imobilizando o bocado para que a anaªmona possa pega¡-lo com seus tenta¡culos.

Uma nova pesquisa do Laborata³rio de Biologia Marinha (MBL), no entanto, descobriu que o crescimento, desenvolvimento e capacidade de alimentação de Nematostella são drasticamente afetados pelos atuais na­veis de poluentes comuns encontrados em um de seus habitats nativos, a Costa Leste dos Estados Unidos.

"O número de Nematostella na natureza tem diminua­do drasticamente ao longo do tempo", disse a autora saªnior Karen Echeverri, cientista associada do Centro Bell para Biologia Regenerativa e Engenharia de Tecidos da MBL. Este estudo aponta fatores que ameaa§am a espanãcie, que já estãosob proteção no Reino Unido.

A equipe da MBL se concentrou em ftalatos (plastificantes), produtos químicos amplamente usados ​​em embalagens pla¡sticas e outros produtos de consumo que va£o para o oceano; e nitrato de pota¡ssio , que entra nos pa¢ntanos atravanãs do escoamento de fertilizantes de gramado.

Quando os embriaµes de Nematostella foram expostos a concentrações de ftalato e nitrato comumente encontradas em ambientes costeiros (1-20 µM), eles mostraram uma diminuição bruta no tamanho do corpo duas semanas após a exposição. Os animais também tinham menos tenta¡culos, e os tenta¡culos que cresceram eram deformados ou desiguais em comprimento ou número. Além disso, os animais expostos ao poluente apresentam um número severamente reduzido de células urticantes (cnida³citos), que utilizam como mecanismo de defesa e captura de alimentos.

“A certa altura, os animais simplesmente morrem, porque não conseguem se defender ou se alimentar adequadamente”, disse Echeverri.

Nematostella possui células urticantes especializadas em sua pele e tenta¡culos que usa
para autodefesa e predação. Um novo estudo descobriu que, após a exposição a poluentes
comuns do pa¢ntano, os embriaµes de Nematostella exibem graves defeitos de desenvolvimento, incluindo diminuição do tamanho do corpo, tenta¡culos ausentes
ou deformados e número reduzido de células urticantes. 
Crédito: Laborata³rio Biola³gico Marinho / BioQuest Studios

Como o Nematostella ésanãssil (estaciona¡rio), ele deve se aclimatar constantemente a smudanças ambientais , como temperatura e salinidade. "Eles tem o que chamamos de plasticidade adaptativa; são resistentes amudanças", disse Echeverri. "Mas achamos que háum limite para essa resiliencia. E a  medida que vocêtraz mais poluição, eles alcana§am esse limite de resiliencia muito mais rápido."

O estudo éincomum porque integra a avaliação do impacto dos poluentes no microbioma de Nematostella. Liderada pelos cientistas da MBL Mitchell Sogin e Emil Ruff, a equipe sequenciou os microbiomas de animais após 10 dias de exposição ao poluente.

"Certas classes de micróbios se tornaram muito mais dominantes após a exposição", disse Echeverri. "Como isso afeta a fisiologia do animal, ainda não sabemos completamente."

Mudanças no microbioma podem servir como sentinelas de mudança na saúde do hospedeiro, conforme demonstrado por estudos anteriores em outros animais, incluindo corais e humanos.

"O pra³ximo passo évincular asmudanças no microbioma de Nematostella a smudanças no desenvolvimento do animal", disse Echeverri.

Outros estudos sobre os efeitos dos ftalatos no desenvolvimento embriona¡rio em vertebrados, incluindo ra£s e peixes-zebra, identificaram defeitos no crescimento corporal semelhantes aos encontrados em Nematostella. Estes incluem crescimento corporal mais lento e defeitos de células na linhagem ectodanãrmica (como os cnida³citos). Impactos no sistema enda³crino e na fertilidade também foram documentados em outras espanãcies.

 

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