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A poluição do ar reduz significativamente a polinização ao confundir borboletas e abelhas
Cientistas da Universidade de Reading, do Centro de Ecologia e Hidrologia do Reino Unido e da Universidade de Birmingham descobriram que havia até70% menos polinizadores, até90% menos visitas de flores e uma redua§a£o geral de polinizaa§a£o...
Por Universidade de Reading - 20/01/2022


Doma­nio paºblico

Poluentes do ar comuns de ambientes urbanos e rurais podem estar reduzindo as habilidades de polinização dos insetos, impedindo-os de farejar as plantações e flores silvestres que dependem deles, mostrou uma nova pesquisa.

Cientistas da Universidade de Reading, do Centro de Ecologia e Hidrologia do Reino Unido e da Universidade de Birmingham descobriram que havia até70% menos polinizadores, até90% menos visitas de flores e uma redução geral de polinização de até31% no teste plantas quando poluentes atmosfanãricos comuns aoníveldo solo, incluindo poluentes de exaustão de diesel e oza´nio, estavam presentes.

O estudo, publicado na revista Environmental Pollution , éo primeiro a observar um impacto negativo de poluentes atmosfanãricos comuns na polinização no ambiente natural. A teoria éque os poluentes reagem e alteram os aromas das flores, tornando-as mais difa­ceis de encontrar.

O Dr. Robbie Girling, Professor Associado em Agroecologia da Universidade de Reading, que liderou o projeto, disse: "Saba­amos de nossos estudos de laboratório anteriores que a exaustão do diesel pode ter efeitos negativos sobre os insetos polinizadores , mas os impactos que encontramos no campo foram muito mais drama¡tico do que espera¡vamos."

Dr. James Ryalls, um Leverhulme Trust Research Fellow da Universidade de Reading, que conduziu o estudo, disse: "As descobertas são preocupantes porque esses poluentes são comumente encontrados no ar que muitos de nosrespiramos todos os dias. Sabemos que esses poluentes são ruim para nossa saúde, e as reduções significativas que vimos nos números e atividades de polinizadores mostram que também háimplicações claras para os ecossistemas naturais dos quais dependemos”.

Estudos de laboratório anteriores realizados por membros da equipe de Reading mostraram que a fumaa§a do diesel pode alterar os odores florais . Este trabalho sugeriu que a poluição poderia contribuir para o decla­nio conta­nuo dos insetos polinizadores, dificultando a localização de seus alimentos ospa³len e nanãctar.

O impacto que esse fena´meno tem na natureza, onde os insetos proporcionam a polinização de importantes culturas alimentares e flores silvestres nativas, émenos conhecido, por isso este novo estudo teve como objetivo reunir evidaªncias para investigar como a poluição do ar afeta diferentes espanãcies de insetos polinizadores, alguns dos quais dependem mais do cheiro do que outros.
 
O estudo, financiado pelo Natural Environment Research Council, usou uma instalação de fumigação construa­da especificamente para regular os na­veis de a³xidos de nitrogaªnio (NO x ) ospresentes nos gases de escape de diesel ose oza´nio em um ambiente de campo aberto. Eles então observaram os efeitos que esses poluentes tiveram na polinização de plantas de mostarda preta por insetos polinizadores que voam livremente e ocorrem localmente ao longo de duas temporadas de campo de vera£o.

Eles usaram concentrações de poluição bem abaixo dos na­veis manãdios ma¡ximos - o que equivale a 40-50% dos limites atualmente definidos pela lei dos EUA como seguros para o meio ambiente

Isso empalidece em comparação com os na­veis muito mais altos de poluição que ocorrem em todo o mundo devido a violações de regulamentos. Por exemplo, fora de Londres, uma análise de 2019 mostrou que na­veis ilegais de dia³xido de nitrogaªnio foram registrados em autoridades locais em grandes áreas do norte da Inglaterra, incluindo Cheshire e Gateshead, e sul da Inglaterra, incluindo Wiltshire, Chichester e áreas rurais como New Forest.

As observações revelaram que houve 62-70% menos visitas de polinizadores a s plantas localizadas em ar polua­do. Essa redução foi observada em sete grupos de polinizadores, principalmente abelhas, mariposas, moscas-das-flores e borboletas. Houve também 83-90% menos visitas de flores por esses insetos e, finalmente, uma redução de 14-31% na polinização, com base no rendimento de sementes e outros fatores.

Tais descobertas podem ter amplas implicações porque a polinização por insetos entrega centenas de bilhaµes de libras em valor econa´mico a cada ano. Ele suporta cerca de 8% do valor total da produção de alimentos agra­colas em todo o mundo e 70% de todas as espanãcies de culturas, incluindo maçãs, morangos e cacau, dependem dele.

Esta pesquisa faz parte de estudos conta­nuos sobre os efeitos da poluição do ar na saúde dos insetos e suas interações com o meio ambiente por pesquisadores da Universidade de Reading.

O Dr. Christian Pfrang, leitor em Ciências Atmosfanãricas da Universidade de Birmingham e coautor do estudo, disse: "Este trabalho verdadeiramente interdisciplinar demonstrou muito claramente como os poluentes atmosfanãricos impactam negativamente na polinização com consequaªncias diretas para a produção de alimentos também. como a resiliencia do nosso ambiente natural."

 

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