Criada em 2012, a Plataforma Intergovernamental de Polaticas Cientaficas sobre Biodiversidade e Servia§os Ecossistemicos (IPBES), reaºne mais de 130países membros. Na interface entre a tomada de decisaµes políticas e a pesquisa sobre biodiversidade, publica avaliações cientaficas sobre o estado do conhecimento sobre a biodiversidade, os ecossistemas e as contribuições que eles fazem para as pessoas. Professor Associado da Universidade Sorbonne e membro do Centro de Ecologia e Ciências da Conservação , Jean-Baptiste Mihoub faz parte do grupo de especialistas Geo Bon, o eixo do IPBES. Ele traz a luz as partes inferiores desta sexta extinção em massa.
"Dos 10 a 20 milhões de espanãcies que existem no planeta entre 500.000 e 1 milha£o estãoameaa§adas de extinção nas próximas décadas, o que representa 50 por cento das espanãcies conhecidas", diz Jean-Baptiste Mihoub.
Se houver disparidades por espanãcie e regia£o, todas estãoem declanio. Desde a década de 1970, 60% das populações de vertebrados desapareceram e até83% das espanãcies de águadoce. Na Alemanha, os pesquisadores observaram uma redução de 85% na biomassa de insetos em apenas 30 anos. Mais preocupante, as espanãcies que ainda não foram consideradas ameaa§adas de extinção diminuaram em mais de 30%. E alguns anteriormente comuns tendem a entrar em colapso, como por exemplo os ouria§os que perderam 90% de sua população no Reino Unido desde a década de 1950.
"Estamos no alvorecer de uma sexta extinção que paµe em risco o equilabrio e o funcionamento dos ecossistemas, dos quais o homem éparte integrante", diz Jean-Baptiste Mihoub. O que nos deixa tontos éa magnitude e a velocidade desse declanio ".
As cinco grandes causas desta sexta extinção, todas de origem humana
"As causas desta crise de biodiversidade são bem conhecidas pelos cientistas", especifica Jean-Baptiste Mihoub.
A fragmentação e destruição de habitats éa primeira ameaça a biodiversidade devido a urbanização, agricultura, desmatamento ou destruição do fundo do mar. A exploração excessiva de espanãcies éa segunda principal causa do declanio da biodiversidade. Asmudanças climáticas, cujos primeiros efeitos já são visaveis, podem causar profundas reviravoltas ecola³gicas nos pra³ximos anos. A quarta causa, a poluição da a¡gua, do solo e do ar, mas também a poluição luminosa e sonora afetam diretamente algumas espanãcies. Finalmente, a introdução de espanãcies exa³ticas invasoras que perturbam o funcionamento dos ecossistemas locais éuma quinta ameaça a biodiversidade.
"Podemos dizer que a magnitude desse desaparecimento estãodiretamente relacionada a s atividades humanas. Uma espanãcie que representa uma anfima parte da vida écapaz de colocar em risco o restante da biodiversidade", diz o cientista.
Os seres humanos representam apenas 0,01% da biomassa viva 4 na Terra, enquanto as plantas respondem por 80%, as bactanãrias 12% e fungos 2%. No entanto, a biomassa humana representa hoje quase 10 vezes a biomassa de mamaferos silvestres e 30 vezes a de aves silvestres.
"Essa onipresença da população humana no planeta, seu crescimento exponencial e o impacto globalizado de suas atividades na Terra, o que chamamos de Antropoceno, ameaa§am diretamente a biodiversidade", explica Jean-Baptiste Mihoub.
Pesquisa e educação para agir em prol da biodiversidade
Para Jean-Baptiste Mihoub, "devemos ser realistas, mas não fatalistas. Se o relatório éalarmante, o maior erro seria não fazer nada e se resignar". Segundo ele, precisamos olhar profundamente para o nosso modo de vida. "A transição ecola³gica comea§ara¡ realmente somente quando as sociedades comea§arem a influenciar mais do que apenas os governos e a indaºstria".
"Como cientistas", diz ele, "precisamos apresentar figuras-chave e cenários que, sem ser reducionistas, possam se tornar alvos concretos e confia¡veis ​​para decisaµes políticas. O que tem sido feito nos últimos anos também deve ser feito para a biodiversidade "
Para que isso acontea§a, Mihoub diz que énecessa¡rio criar sistemas de observação global da biodiversidade compartilhando dados coletados localmente.
"Faltam dados globalmente. Nossos modelos não são robustos o suficiente. Sabemos que havera¡ pontos sem retorno, mas não podemos prever quando, como e em qual escala", diz ele.
Um ator de ciência aberta, Jean-Baptiste Mihoub trabalha dentro de uma rede de outros pesquisadores internacionais para padronizar as medições e dados da biodiversidade globalmente, assim como os cientistas do clima do IPCC (o Painel Intergovernamental sobre Mudança Clima¡tica). Ter uma visão global da biodiversidade global permitira¡, em sua opinia£o, entender melhor os mecanismos de trabalho, medir seus efeitos e, portanto, ser mais capaz de prevaª-los.
 "Como professor-pesquisadores, temos a responsabilidade de informar o paºblico em geral, mas também de educar cada vez mais estudantes, incluindo não-bia³logos, sobre a questãoda biodiversidade com o conhecimento cientafico da universidade." insiste Jean-Baptiste Mihoub.
Na Universidade de Sorbonne, os programas acadaªmicos evoluaram nessa direção. Nos últimos dois anos, um "Ambiente" transdisciplinar de pequeno porte proporcionou aos alunos uma educação aprofundada sobre questões importantes como clima, energia, biodiversidade, urbanização e transição agracola. A fim de educar os alunos para uma visão mais ampla, a questãoambiental éabordada de forma multidisciplinar e colaborativa atravanãs de a¢ngulos cientaficos, juradicos, polaticos, anãticos e filosãoficos.