Saúde

Estudo conjunto mostra processos específicos de sexo na esquizofrenia e transtorno bipolar
Estudos recentes descobriram uma alta similaridade genanãtica das doenças psiquia¡tricas esquizofrenia e transtorno bipolar, cujas alteraçaµes especa­ficas das doenças nas células cerebrais mostram uma sobreposia§a£o de mais de 70%.
Por MaisConhecer - 02/01/2020


A ilustração mostra uma rede de 212 microRNAs e seus 12.495 genes-alvo, desconstrua­dos em quatro campos, de acordo com suas alterações especa­ficas ao sexo. (Direitos autorais: Sebastian Lobentanzer)

Estudos recentes descobriram uma alta similaridade genanãtica das doenças psiquia¡tricas esquizofrenia e transtorno bipolar, cujas alterações especa­ficas das doenças nas células cerebrais mostram uma sobreposição de mais de 70%. Essasmudanças afetam a expressão gaªnica, ou seja, a transcrição de genes com a finalidade de tradução em protea­nas funcionais. Um estudo colaborativo realizado pelo Instituto de Farmacologia e Farma¡cia Cla­nica da Universidade Goethe (Professor Jochen Klein) e pelo Instituto de Neurociências da Universidade Hebraica de Jerusalém (Professora Hermona Soreq) agora mostra preconceitos específicos por sexo nessasmudanças, bem como em mecanismos de controle celular baseados em cadeias enda³genas de a¡cido ribonucleico curto (RNA).

Os cientistas identificaram um papel importante dos microRNAs, um grupo especial dessas pequenas moléculas de RNA, conhecidas por seu amplo controle da expressão gaªnica em todas as células humanas. O direcionamento de um gene por um desses microRNAs pode levar a uma restrição significativa de sua expressão. "O principal problema éa enorme variedade de combinações possa­veis", diz Sebastian Lobentanzer, principal autor do artigo publicado na revista Cell Reports. "O ser humano expressa cerca de 2.500 desses microRNAs, e um aºnico pode influenciar centenas, talvez atémilhares de genes."

Por esse motivo, os pesquisadores investigaram a expressão gaªnica no cérebro de pacientes, bem como nas células nervosas cultivadas em humanos com uma combinação de sequenciamento de RNA e bioinforma¡tica. Eles descobriram uma diferença na expressão de genes relacionados ao sistema imunológico entre homens e mulheres, especialmente no que diz respeito a s citocinas, substâncias mensageiras das células imunola³gicas. Apa³s a exposição das células neuronais masculinas e femininas cultivadas a algumas dessas citocinas, os pesquisadores descobriram uma transformação das células nervosas em neura´nios colinanãrgicos, definida pelo uso do neurotransmissor "acetilcolina".

Ao sequenciar os microRNAs em vários momentos durante esse processo, os cientistas conseguiram desenhar uma imagem detalhada da interface do microRNA entre os sistemas imunológico e neuronal. Eles identificaram o envolvimento de 17 fama­lias de microRNAs parcialmente dependentes do sexo e geraram uma extensa rede de 12.495 genes regulados. Usando um processo de seleção em vários esta¡gios, as fama­lias mais influentes de microRNA foram identificadas e confirmadas em experimentos dedicados. Isso levou a  identificação das duas fama­lias expressas especificamente por sexo mir-10 e mir-199 como interface entre citocinas e funções colinanãrgicas.

As doenças psiquia¡tricas são um campo importante para novas abordagens terapaªuticas, devido a  sua alta complexidade genanãtica e a  sua inacessibilidade a s formas convencionais de terapia. Por um lado, o presente estudo demonstra paralelos moleculares com as diferenças cla­nicas hámuito observadas, mas antes inexplica¡veis, entre homens e mulheres afetados pela doena§a. Por outro lado, mecanismos baseados em pequenas moléculas de RNA podem abrir novos caminhos, influenciando um grande número de genes relevantes para a doença - uma abordagem promissora na busca de alternativas aos medicamentos antipsica³ticos tradicionais. “Estudos como o nosso, que permitem uma representação abrangente das interações com microRNA, são o primeiro passo no caminho para o desenvolvimento de novas substâncias terapaªuticas”, diz Lobentanzer.

 

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