Saúde

Micra³bio intestinal associado a problemas comportamentais em criana§as
Criana§as com problemas comportamentais podem ter diferentes composia§aµes em seu microbioma intestinal, com os pais desempenhando um papel importante em quanto pronunciadas as diferenças foram, além da comida que fornecem, sugere um novo estudo.
Por Angela Betsaida B. Laguipo, - 21/01/2020

Existem pelo menos 400 espanãcies de bactanãrias no microbioma intestinal, com trilhaµes de micróbios vivendo no trato digestivo, o que significa que o intestino possui mais bactanãrias do que todas as células do corpo. Os micróbios no intestino desempenham funções vitais, incluindo a sa­ntese de vitaminas, a prevenção de patógenos nocivos e a digestãode alimentos. Eles são importantes para a saúde e, com um desequila­brio, chamado disbiose, pode levar a  doena§a.

Pesquisador de microbiologia e estata­stica Thomas Sharpton. Crédito de imagem: Debbie Farris, Faculdade de Ciências da OSU.

Uma equipe de pesquisadores da Oregon State University (OSU) teve como objetivo determinar o impacto do microbioma intestinal no comportamento das criana§as, bem como os papanãis que os pais desempenham na saúde intestinal dos filhos.

Os resultados do estudo, publicados na revista mBio , mostram que criana§as com certos problemas comportamentais e maior estresse socioecona´mico tinham status ou perfis de microbioma variados do que aqueles que não tinham. Além disso, o estresse vivenciado pelos pais e a qualidade do relacionamento entre pais e filhos afetaram o quanto marcadas foram as alterações no microbioma intestinal.

“A infa¢ncia éum período formativo de desenvolvimento comportamental e biola³gico que pode ser modificado, para melhor ou para pior, pelos cuidadores e pelos ambientes que eles ajudam a determinar. As trajeta³rias de desenvolvimento das criana§as são afetadas por seus pra³prios genes e fatores ambientais, e também pela comunidade de micróbios que vivem dentro e ao redor de seus corpos ”, disse Tom Sharpton, pesquisador de microbiologia e estata­stica da OSU.

Bactanãrias intestinais e o cérebro

Estudos anteriores mostraram a ligação entre as bactanãrias intestinais e o cérebro. Além de ajudar na digestão, as bactanãrias intestinais ou microbioma também secretam substâncias químicas reguladoras do humor, incluindo dopamina, serotonina e a¡cido gama-aminobuta­rico ou GABA. Portanto, existe uma conexão entre o microbioma intestinal diverso e a saúde.

Artigos de pesquisas anteriores também apontaram que alterações ou anormalidades nas bactanãrias intestinais tem sido associadas a depressão, ansiedade e atéhiperatividade e autismo em criana§as.

Acredita-se que o estudo atual seja o primeiro a analisar como o microbioma de criana§as de 5 a 7 anos estãovinculado a  maneira como se comporta. O estudo desse nicho évital, pois pode esclarecer quais criana§as correm o risco de desenvolver desafios de saúde mental mais tarde na vida. Essas criana§as podem receber ajuda e aconselhamento antecipado para evitar o aparecimento de problemas de saúde mental no futuro.

"A maioria dos estudos atéo momento vinculou a composição do microbioma a comportamentos de bebaªs e criana§as pequenas, como extroversão, medo e desenvolvimento cognitivo. Nãoficou claro, no entanto, que o microbioma se associe a outras formas de desregulação comportamental ou se estãovinculado ao aparecimento de distúrbios psiquia¡tricos e comportamentos problemáticos ”, acrescentou Sharpton.

Sistemas e comportamento de secreção tipo VI

A equipe estudou a flora intestinal de 40 criana§as em idade escolar de diferentes origens psicossociais e vários sintomas subclínicos de saúde mental.

As fezes foram coletadas das criana§as, enquanto os pais foram solicitados a responder questiona¡rios sobre desregulação comportamental, risco socioecona´mico, comportamento do cuidador, história relacionada ao intestino, demografia e um dia¡rio de uma semana.

Para chegar a suas descobertas, a equipe usou a metagena´mica da espingarda, um manãtodo que pode aplicar o seqa¼enciamento de todo o genoma a todos os diferentes organismos nas fezes do participante. Essa técnica oferece uma visão do ambiente, composição e espanãcies do microbioma intestinal presentes no intestino.

Uma das relações que eles descobriram foi entre o sistema de secreção do tipo VI e o comportamento. O tipo IV éum tipo de sistema de secreção usado pelas células bacterianas para liberar as protea­nas e pepta­deos que afetam o equila­brio do microbioma.

Os pesquisadores esperam que estudos futuros estudem mais a relação, se ela afeta o eixo intestino-cérebro, que éa comunicação entre o sistema nervoso entanãrico e o humor ou o comportamento, e quais organismos específicos carregam os sistemas.

Estudos futuros

Os pesquisadores recomendam o uso de estudos longitudinais para estudar ainda mais a conexa£o, que envolve observar os mesmos participantes por anos para ver e rastrear a ligação do microbioma intestinal ao comportamento e a  saúde mental em geral.
Além disso, os pesquisadores sugerem estudos maiores e mais longos para obter resultados precisos, levando em consideração outras faixas eta¡rias, como adolescentes.

 

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