Saúde

Apenas estar perto do seu celular afeta o seu pensamento, constata estudo
Amedida que os telefones inteligentes se tornaram uma parte difundida da vida cotidiana na última década, eles mudaram a maneira como as pessoas socializam e se comunicam.
Por Tim Christie - 07/02/2020

Crédito: CC0 Public Domain

Amedida que os telefones inteligentes se tornaram uma parte difundida da vida cotidiana na última década, eles mudaram a maneira como as pessoas socializam e se comunicam. Eles estãosempre por perto e sempre ao seu alcance, ou quase sempre.

Então, o que acontece com o cérebro e o corpo das pessoas quando seus telefones estãofora de alcance ou ao alcance, mas não são utiliza¡veis?

Foi o que Dave Markowitz, professor assistente da Escola de Jornalismo e Comunicação, e colegas procuraram descobrir em um estudo recente publicado no PLOS One , uma revista cienta­fica de acesso aberto, revisada por pares.

Markowitz estãointeressado em entender a psicologia do comportamento da comunicação, incluindo padraµes de linguagem e como a ma­dia afeta os processos sociais e fa­sicos. Como parte de sua tese de doutorado na Universidade de Stanford, ele desenvolveu um estudo examinando como os sujeitos reagiam ao exercer autocontrole com seus telefones.

Ele recrutou 125 participantes para o estudo, que foram designados para um dos três grupos e depois orientados a ficarem sozinhos em uma sala vazia por seis minutos, apesar de não terem sido informados sobre a duração. Veja como os grupos foram divididos:

Os membros de um grupo foram instrua­dos a se divertirem com o celular , exceto por telefonemas e mensagens de texto.

Os membros do segundo grupo foram instrua­dos a deixar seus telefones fora da sala, sentar-se sozinhos sem o dispositivo e se divertir com seus pensamentos.

Os membros do terceiro grupo foram autorizados a manter seus telefones, mas disseram para vira¡-los de brua§os sobre a mesa em frente a eles e não usa¡-los. Eles também foram instrua­dos a se divertirem com seus pensamentos.

Um dispositivo de ponta de dedo foi usado para medir a conduta¢ncia da pele, um indicador de excitação. Onívelde satisfação dos participantes, dificuldade de concentração, divagações e humor geral foram medidos usando questiona¡rios pa³s-estudo.

Markowitz e colegas descobriram que os participantes sem o telefone tinham mais dificuldade em se concentrar e mais divagações em comparação com aqueles que usavam o telefone . E aqueles que tiveram que resistir ao uso do telefone tinham maior capacidade de concentração percebida do que aqueles que ficaram sem o telefone.

"A descoberta surpreendente para mim foi a redução na dificuldade de concentração quando as pessoas tiveram que resistir" ao usar o telefone, disse Markowitz.

"Essa ainda érealmente uma questãoem aberto", disse ele. "Ha¡ alguns casos em que experiências mediadas e não mediadas mostram consistaªncia no comportamento, mas outros casos em que a mediação desempenha um papel crucial e modificador. Estou interessado em explorar essas fronteiras".


Uma possí­vel razãopara resistir ao telefone levou a  percepção de melhoria na concentração? A maioria das pessoas acha que os telefones são valiosos e, ao vaª-lo na frente deles, mesmo que não pudessem usa¡-lo, ofereceu algo para pensar em comparação com ficar sem o telefone, disse ele

"Pelo menos taª-lo diante de vocêera psicologicamente melhor do que não ter tudo", disse ele. "Tendo alguma forma de estimulação externa, mesmo que não tenha sido usada, acho que isso pode focar um pouco a mente.

Ele sugere que o telefone presente émelhor do que não, mas o que não estãoclaro ése o telefone éespecial ou se os participantes reagiram da mesma maneira com um livro na frente deles que eles não tinham permissão para ler ou pegar , ele disse.

As descobertas de Markowitz se encaixam com a pesquisa de Tim Wilson, da Universidade da Virga­nia, que descobriu que quando as pessoas tinham tempo para "apenas pensar", elas experimentavam consequaªncias psicológicas - menos prazer, mais dificuldade de concentração, mais divagações - em comparação com as que tinham algum. forma de estimulação externa.

"A mente pode vagar e perder o foco quando vocênão recebe um auxa­lio para pensar", o que pode ser menos psicologicamente positivo para as pessoas, disse ele.

Markowitz disse que seu estudo também se encaixa em uma estrutura para tentar entender se a tecnologia, ou a ma­dia em geral, são espelhos ou modificadores do comportamento humano.

Se a tecnologia éum espelho, as experiências mediadas refletem como as pessoas também agem offline. Se a tecnologia éum modificador, então, em alguns casos, estãomudando a maneira como nos comportamos, pensamos e sentimos no mundo, disse ele.

"Essa ainda érealmente uma questãoem aberto", disse ele. "Ha¡ alguns casos em que experiências mediadas e não mediadas mostram consistaªncia no comportamento, mas outros casos em que a mediação desempenha um papel crucial e modificador. Estou interessado em explorar essas fronteiras".

 

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