Saúde

Estresse em criana§as pode ter consequaªncias genanãticas a longo prazo
O estudo intitulado "Puericultura fora da familia para menores de três anos: motivo de preocupaa§a£o?" foi publicado na última edia§a£o do Journal of the Royal Society of Medicine .
Por Ananya Mandal, - 16/02/2020

Os pesquisadores descobriram que separar-se dos pais em uma idade jovem pode levar ao aumento dos horma´nios do estresse, que podem ter conseqa¼aªncias diretas na alteração da composição genanãtica da criana§a, que pode ser repassada a s gerações futuras. O estudo intitulado "Puericultura fora da familia para menores de três anos: motivo de preocupação?" foi publicado na última edição do Journal of the Royal Society of Medicine .

Crédito de imagem: AKIRA PHOTO / Shutterstock

O estudo revela que criana§as com menos de três anos de idade que estãosendo atendidas em creches de qualidade inadequada fora de casa por mais de 30 horas por semana aumentaram os na­veis de cortisol noníveldo horma´nio do estresse. Isso foi significativamente maior quando comparado a s criana§as que estavam sendo cuidadas em casa. O professor Sir Denis Pereira Gray, professor emanãrito de Cla­nica Geral da Universidade de Exeter, e seu colega explicaram: "A liberação de cortisol éuma resposta normal ao estresse em mama­feros que enfrentam uma emergaªncia e geralmente éútil. No entanto, a liberação sustentada de cortisol por horas ou dias pode ser prejudicial. " O professor Gray também éo presidente da instituição de caridade infantil What About the Children?

A equipe explicou que, no século passado, houve uma mudança na educação e criação dos filhos. Eles explicaram que as culturas são determinantes significativos das prática s de criação dos filhos e, ao longo dos anos, os pais, mais importante as ma£es, são essenciais para a dina¢mica dos pais. Eles acrescentaram que as mulheres e a maternidade mudaram no século XX devido ao advento de oportunidades educacionais e de emprego para mulheres, bem como devido a  cultura de emancipação feminina. Isso levou cada vez mais mulheres a sair para o trabalho e a uma dependaªncia crescente dos servia§os de creche para criana§as fora de casa. Os autores escreveram: "Na Inglaterra, 75% das mulheres com filhos dependentes trabalham (Office of National Statistics, 2019), enquanto seus filhos muito pequenos são frequentemente colocados em creches com cuidadores desconhecidos pela criana§a". Eles acrescentaram que os governos promovem isso porque as mulheres contribuem significativamente para o produto interno bruto e, dessa maneira, a pessoa e os centros que cuidam da criana§a também contribuem para o PIB. As mulheres que trabalham em geral também estãocombatendo a pobreza, escreveram os pesquisadores. Eles acrescentaram: "No Reino Unido, um ba´nus substancial para reduzir os custos de assistaªncia a  infa¢ncia épago por criana§a aos pais que trabalham".

Essa nova cultura de pais que trabalham levou a um aumento da dependaªncia de servia§os de creche para as criana§as. A equipe escreveu que os bebaªs recanãm-nascidos, ao contra¡rio da maioria dos mama­feros, nascem indefesos para acomodar seus cérebros e passar pelo canal do parto. Assim, os bebaªs humanos precisam de mais tempo para se tornarem independentes e desenvolverem seus grandes cérebros em comparação aos bebaªs de outros mama­feros. Os autores explicaram que os bebaªs são programados para "demonstrar maior atividade cerebral apenas com o rosto da ma£e", e as ma£es podem "detectar o choro de seu pra³prio bebaª em uma multida£o de bebaªs chorando". Nesta situação, os bebaªs sofrem de ansiedade severa quando separados de suas ma£es. Eles escreveram: "O sistema de ligação hormonal de uma criana§a écomprometido por ligações interrompidas, já que a sa­ntese reduzida de receptores de ocitocina segue frequentes separações maternas.

Essa separação durante a infa¢ncia pode levar ao aumento dos horma´nios do estresse, bem como a  alteração dos circuitos neuronais do cérebro, eles escreveram. O estresse leva a uma sensação de perigo, causando alterações no hipota¡lamo pra³ximo a  gla¢ndula pituita¡ria no cérebro, causando uma liberação no horma´nio adreno-corticotra³fico (ACTH). O ACTH estimula o cérebro a liberar cortisol. O aumento do cortisol desvia o fluxo sangua­neo para os maºsculos para se preparar para o perigo em uma resposta de "fuga ou luta". Assim, hásuprimento sangua­neo reduzido para as funções vitais, como digestão, imunidade, sa­ntese de protea­nas, crescimento e desenvolvimento de órgãos, etc. O cortisol anterior são podia ser medido no sangue e, portanto, era difa­cil de medir em criana§as pequenas. Agora ele pode ser medido de forma não invasiva a partir da saliva, escreveram os pesquisadores.

O tempo gasto longe dos pais biola³gicos aumenta o estresse nessas criana§as, e isso pode ser mais importante do que se acreditava anteriormente, escreveram os pesquisadores. Eles explicaram que os meninos sob estresse podem se tornar mais agressivos. Os na­veis de cortisol também contribuem para a redução dos na­veis de anticorpos e a alteração de partes do cérebro que lidam com a estabilidade das emoções, escreveram os pesquisadores. A equipe escreveu que pesquisadores dos Estados Unidos descobriram que os na­veis de cortisol são maiores em 63% das criana§as em creches e 40% dessas criana§as estãoestressadas. Asmudanças genanãticas também foram relatadas, escreveram os autores, afirmando que "a metilação do promotor do gene do receptor de glicocortica³ide humano estãoassociada de maneira diferenciada, com baixos na­veis de cuidados parentais, morte dos pais ou maus-tratos na infa¢ncia".

A equipe acrescentou que esse estresse évisto apenas em uma fração das criana§as que passam algum tempo em uma creche, e nem todas são afetadas da mesma forma. Eles declararam: "A maioria das criana§as nos viveiros não éafetada, mas até40% pode ser".

Os autores acrescentaram: "Os fatores ambientais interagem com os genes para que os genes possam ser alterados e, uma vez alterados por experiências adversas na infa¢ncia, possam passar para as gerações futuras. Tais efeitos epigenanãticos precisam de estudo urgente". Isso significa que o cortisol aumentado écapaz de alterar o DNA das criana§as que podem ser transmitidas para as próximas gerações. Sir Dennis disse: "Pesquisas futuras devem explorar as ligações entre o cuidado de criana§as pequenas em diferentes contextos, seus na­veis de cortisol, DNA e comportamento".

 

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