Saúde

Os efeitos nocivos do estresse durante a gravidez podem durar a vida toda
Os ratos expostos ao estresse no aºtero e logo após o nascimento podem esperar uma vida inteira de deficiências no sistema imunológico que dificultam a capacidade de evitar infeca§aµes e ca¢ncer, relatam pesquisadores da Universidade de Yale
Por Bill Hathaway - 05/03/2020

(© stock.adobe.com)

Os ratos expostos ao estresse no aºtero e logo após o nascimento podem esperar uma vida inteira de deficiências no sistema imunológico que dificultam a capacidade de evitar infecções e ca¢ncer, relatam pesquisadores da Universidade de Yale em 5 de mara§o na revista Cell .

Em um novo estudo, eles acompanharam uma vida inteira de alterações fisiola³gicas experimentadas por camundongos que receberam uma solução la­quida contendo o horma´nio do estresse glicocortica³ide enquanto estavam no aºtero ou logo após o nascimento. Os glicocortica³ides são horma´nios naturais que reduzem a inflamação e são fundamentais para ajudar bebaªs e adultos a se adaptarem rapidamente a perigos ambientais, como fome ou violência. Os médicos os usam para tratar asma e doenças autoimunes causadas por sistemas imunológicos hiperativos, por exemplo.

Mas, descobriram os pesquisadores, a exposição precoce ao horma´nio do estresse pode alterar permanentemente muitas respostas do sistema imunológico, diminuindo a capacidade do organismo de evitar infecções bacterianas e combater tumores.

"Em todas as culturas, háesforços para proteger as mulheres do estresse durante a gravidez. Os efeitos do estresse no ini­cio da vida não desaparecem".

ruslan medzhitov

"Os ratos pelo resto da vida são reconectados e reprogramados de maneiras fundamentalmente diferentes daquelas não expostas aos glicocortica³ides", disse o imunobia³logo de Yale Ruslan Medzhitov , autor saªnior do estudo e investigador do Howard Hughes Medical Institute.

Medzhitov e o primeiro autor Jun Young Hun , também de Yale, catalogaram uma sanãrie demudanças fisiola³gicas que ocorreram em camundongos que receberam glicocortica³ides e que tiveram sanãrias conseqa¼aªncias para o resto de suas vidas. Como adultos, por exemplo, os camundongos expostos eram mais suscetíveis a infecções e tumores bacterianos do que os camundongos sem exposição. Uma mudança fisiola³gica especa­fica foi a diminuição da atividade em uma canãlula T chave que responde a patógenos e outras ameaa§as ao hospedeiro.

O estudo ajuda a explicar por que os indivíduos variam tão amplamente em sua capacidade de evitar infecções, disseram os autores. Tambanãm fornece uma explicação para um fena´meno social encontrado ao longo da história da humanidade: uma aªnfase em proteger as mulheres do estresse durante a gravidez.

" Em todas as culturas, háesforços para proteger as mulheres do estresse durante a gravidez", disse ele. "Os efeitos do estresse no ini­cio da vida não desaparecem".

Quanto mais se aprende sobre alterações moleculares causadas pela exposição precoce ao estresse, maior a probabilidade de a ciência médica encontrar uma maneira de minimizar seus danos, disseram os autores.

"Ainda não chegamos la¡", disse Medzhitov.

 

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