Saúde

Interações entre células cancera­genas e fibroblastos promovem meta¡stase
Cientistas descobriram que algumas células cancera­genas estimulam células do tecido conjuntivo em seu ambiente para liberar transmissores que promovem meta¡stases.
Por Centro Alemão de Pesquisa do Câncer - 23/03/2020

Crédito: CC0 Public Domain

Para colonizar outros órgãos e se transformar em meta¡stases, as células tumorais que se desprendem do tumor original precisam manipular seu novo microambiente e criar um 'nicho metasta¡tico'. Cientistas do Centro Alema£o de Pesquisa do Ca¢ncer e do Instituto Heidelberg de Tecnologia de Canãlulas-Tronco e Medicina Experimental descobriram que algumas células cancera­genas estimulam células do tecido conjuntivo em seu ambiente para liberar transmissores que promovem meta¡stases. Essa descoberta desempenha um papel fundamental para entender melhor como essas meta¡stases perigosas surgem.

Se as células cancera­genas se separam de um tumor e se movem pelo corpo, elas estãoentrando no territa³rio inimigo. Muitas células cancera­genas separadas realmente morrem antes de conseguirem colonizar outros tecidos e formar meta¡stases, porque o sistema imunológico do corpo évoltado para proteger tecidos sauda¡veis ​​de invasores de todos os tipos. Além disso, essas células cancera­genas migrantes são podem sobreviver se conseguirem manipular as células em seu novo ambiente para criar um nicho metasta¡tico que ajude as células cancera­genas migrantes a sobreviver.

Thordur Oskarsson e sua equipe no Centro Alema£o de Pesquisa do Ca¢ncer (DKFZ) e no Instituto Heidelberg de Tecnologia de Canãlulas-Tronco e Medicina Experimental (HI-STEM gGmbH) estãoinvestigando como esse nicho metasta¡tico surge. Os cientistas descobriram agora, tanto em culturas de células quanto em camundongos, que algumas células de câncer de mama particularmente agressivas induzem uma situação semelhante a  inflamação no tecido pulmonar . Isso garante que eles possam colonizar o tecido e se transformar em meta¡stases.

Especificamente, as células tumorais destacadas liberam duas moléculas de sinalização inflamata³ria, conhecidas como interleucinas, que estimulam fibroblastos no pulma£o a liberar mais duas moléculas de sinalização inflamata³ria no microambiente: CXCL9 e CXCL10. Por sua vez, elas se ligam a uma molanãcula receptora que várias células cancera­genas migrantes agressivas carregam em suasuperfÍcie, marcando um passo decisivo no processo de crescimento em uma meta¡stase. Essas células agressivas do câncer de mama se beneficiam diretamente da inflamação e das moléculas sinalizadoras CXCL9 e CXCL10.

"Curiosamente, as próprias células tumorais que estimulam os fibroblastos a produzir CXCL9 e CXCL10 também tem o receptor relevante para essas citocinas e, portanto, se beneficiam do processo", explicou Maren Pein, principal autora do estudo. "Isso sublinha a importa¢ncia da comunicação celular entre as células cancera­genas destacadas e os fibroblastos em seu novo microambiente para a meta¡stase".

Além disso, os cientistas evitaram meta¡stases no pulma£o em um ambiente experimental, tratando camundongos com um inibidor que bloqueava a molanãcula receptora nas células cancera­genas.

Amostras de tecido tumoral de pacientes mostram que essa interação celular provavelmente também desempenha um papel em pacientes com câncer de mama : assim, as células cancera­genas que carregam o receptor desuperfÍcie relevante e, portanto, podem aproveitar a interação com fibroblastos para formar meta¡stases também são encontradas em pacientes com câncer de mama metasta¡tico.

Oskarsson enfatizou que ainda era muito cedo para identificar uma nova abordagem de tratamento a partir desses achados. "Nosso trabalho foi inicialmente projetado para ajudar a entender os mecanismos subjacentes necessa¡rios para que as meta¡stases realmente surjam", explicou ele. "Mas obviamente esperamos que esse melhor entendimento nos leve a evitar meta¡stases em algum momento no futuro".

 

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