Saúde

Montando o quebra-cabea§a da doença auto-imune
A autoimunidade não afeta os invertebrados, que possuem um sistema imunológico de uma única ponta, conhecido como imunidade inata.
Por Latina Emerson - 28/04/2020

Crédito: Devin Phillips


Apa³s o câncer e as doenças carda­acas, o grupo mais comum de doenças nos EUA são as doenças autoimunes, que ocorrem quando o sistema imunológico ataca por engano os pra³prios órgãos, tecidos e células do corpo.

Doena§as auto-imunes pode afectar quase qualquer parte do corpo, e mais do que 100 tipos foram identificados atéagora (alguns dos mais comuns incluem a diabetes tipo 1, artrite reumata³ide , esclerose maºltipla, laºpus, psora­ase, doenças da tira³ide e inflamata³ria do intestino doença ) . A maioria não tem cura e, portanto, os pacientes podem enfrentar uma vida inteira de sintomas debilitantes, perda da função dos órgãos e atémorte.

No entanto, apesar de comuns e sanãrias, grande parte das doenças auto-imunes permanece um mistanãrio. As condições aumentam constantemente na prevalaªncia, particularmente no mundo desenvolvido, mas os especialistas não sabem o porquaª. Tambanãm não estãoclaro por que as mulheres são afetadas desproporcionalmente, representando quase 80% das pessoas com distúrbios do sistema imunológico.

Leszek Ignatowicz, professor do Instituto de Ciências Biomédicas, estãotrabalhando para descobrir mais sobre como a autoimunidade se desenvolve, e suas descobertas mais recentes podem mudar a maneira como os cientistas abordam essa classe crescente de doena§as.

"Em todos os animais, o sistema imunológico éprojetado para se defender de entidades estrangeiras, particularmente patógenos", diz Ignatowicz. "Os seres humanos desenvolvem doenças auto-imunes porque nosso sistema imunológico émuito avana§ado".

"Em termos de número de células que precisam ser controladas, a tolera¢ncia perifanãrica écompara¡vel a  tolera¢ncia central", diz Ignatowicz. "Agora épriorita¡rio examinar o papel desses fugitivos no desencadeamento de doenças auto-imunes em pacientes animais e humanos".


A autoimunidade não afeta os invertebrados, que possuem um sistema imunológico de uma única ponta, conhecido como imunidade inata. Esse tipo de resposta imune essencialmente detecta invasores e emite um ataque geral. Vertebrados superiores, como os humanos, também tem uma segunda camada de defesa, chamada sistema imunológico adaptativo , que organiza as células imunola³gicas chamadas linfa³citos, especa­ficas para tipos específicos de patógenos. Se os mesmos patógenos invadirem novamente, esses linfa³citos podem extingua­-los ainda mais rapidamente. a‰ por isso que as pessoas não sofrem de doenças (como varicela) mais de uma vez.

A autoimunidade ocorre quando os linfa³citos conhecidos como células T circulantes, que cruzam o corpo a  procura de alvos específicos, atacam suas próprias protea­nas celulares, e não as de patógenos.

A razãopela qual as doenças autoimunes não afetam todo mundo se resume a um mecanismo chamado tolera¢ncia , diz Ignatowicz, que trabalha principalmente em dois na­veis. A primeira éa tolera¢ncia central, na qual o corpo elimina as células T com capacidade de serem auto-reativas ou ativadas pelas próprias protea­nas do corpo, assim que são criadas no timo. O corpo também possui uma segunda linha de segurança chamada tolera¢ncia perifanãrica, que fixa as células T com potencial para se tornarem auto-reativas e impede a ativação.

"Os cientistas teorizaram que apenas algumas células T autorreativas, talvez um ou dois por cento, geralmente escapam do timo para causar autoimunidade", diz Ignatowicz.

Seu trabalho virou essa teoria de cabea§a para baixo. Em um artigo recente publicado na Nature Communications , Ignatowicz relatou que, mesmo em camundongos normais e sauda¡veis, quase um tera§o das células T maduras fora do timo (chamadas células T CD4) tem capacidade para causar doenças autoimunes. Além disso, em vez de focar em um tecido especa­fico, essas células T autorreativas podem reconhecer sequaªncias de protea­nas que são predominantes em vários órgãos.

As descobertas implicam que a tolera¢ncia perifanãrica - antes considerada uma proteção de backup contra a autoimunidade - pode ser tão importante quanto a tolera¢ncia central.

"Em termos de número de células que precisam ser controladas, a tolera¢ncia perifanãrica écompara¡vel a  tolera¢ncia central", diz Ignatowicz. "Agora épriorita¡rio examinar o papel desses fugitivos no desencadeamento de doenças auto-imunes em pacientes animais e humanos".

 

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