Saúde

Paºblico brita¢nico 'mais preocupado' com coronava­rus - mais do que Espanha ou Ita¡lia, sugere estudo
Pesquisadores de Cambridge realizaram pesquisas sobre como as pessoas sentem e pensam sobre o risco do va­rus entre meados de mara§o e meados de abril, em dezpaíses diferentes com abordagens variadas para combater a pandemia.
Por Fred Lewsey - 06/05/2020

Doma­nio paºblico

Um novo estudo de atitudes públicas em toda a Europa, Amanãrica e asia descobriu que as pessoas no Reino Unido tem os mais altos na­veis gerais de preocupação com o coronava­rus - mais do que a Ita¡lia ou a Espanha -, enquanto os da Coranãia do Sul são os menos preocupados.

Pesquisadores da Universidade de Cambridge realizaram pesquisas sobre como as pessoas sentem e pensam sobre o risco do va­rus entre meados de mara§o e meados de abril, em dezpaíses diferentes com abordagens variadas para combater a pandemia.

O estudo, em co-autoria da Dra. Sarah Dryhurst e Dra. Claudia Schneider, do Centro de Comunicação de Riscos e Evidaªncias do Winton, mediu a percepção de risco combinando as classificações das pessoas sobre a prevalaªncia, a ameaça de vida e a preocupação com o va­rus.

"Apelar a motivos pra³-sociais pode ser uma parte importante da solução de dilemas sociais durante pandemias"

Claudia Schneider

A equipe de Cambridge também decidiu descobrir alguns dos principais fatores psicola³gicos por trás da preocupação das pessoas. As descobertas, baseadas em dados de 6.991 participantes, foram publicadas hoje no Journal of Risk Research .

"Sem tratamento farmacaªutico, estamos confiando nas pessoas que mudam seu comportamento para travar essa pandemia", disse Sander van der Linden, lider do estudo e diretor do Laborata³rio de Decisão Social de Cambridge.

"A disposição de adotar comportamentos de proteção, como lavagem frequente das ma£os ou distanciamento fa­sico, provavelmente seráinfluenciada, em parte, pela forma como as pessoas arriscadas percebem o va­rus".

"Acreditamos que esta éa primeira evidência comparativa de como as pessoas percebem o risco de COVID-19 em todo o mundo", disse ele.

Na amostra do estudo, a Espanha seguiu o Reino Unido pela maior preocupação pública com o coronava­rus, com os EUA em terceiro lugar. Embora as diferenças restantes fossem menores, a Alemanha ficou em quarto lugar acima da Suanãcia - onde o governo tem sido menos proscrito em relação aos bloqueios - seguido pela Austra¡lia e pelo Japa£o.

Talvez, surpreendentemente, a Ita¡lia - o primeiro epicentro europeu da pandemia - tenha uma classificação bastante baixa dentre as dez nações, com apenas o Manãxico e a Coranãia do Sul tendo escores manãdios mais baixos de percepção de risco.

No entanto, havia pouca diferença entre muitospaíses, com a percepção de risco geralmente alta em todas as nações.

Os pesquisadores também descobriram que uma maior preocupação com o va­rus realmente se correlacionou com a adoção de várias medidas preventivas de saúde pública, como aumento da lavagem das ma£os ou uso de máscaras faciais. 

Os homens normalmente tinham na­veis mais baixos de preocupação com o va­rus do que as mulheres, apesar do fato de que, em média, o COVID-19 parece ser consideravelmente mais perigoso para os homens se contraa­do.

A importa¢ncia de diferentes fatores psicola³gicos variou entre ospaíses. No entanto, algumas atitudes e caracteri­sticas indicaram consistentemente maior percepção de risco em pessoas em váriospaíses.

Por exemplo, em todas as nações, aqueles que suspeitavam que já haviam contraa­do o va­rus perceberam um risco maior. Em váriospaíses, as pessoas que obtiveram informações sobre o va­rus de amigos ou familiares também perceberam maior risco.

A “prosocialidade”, ou uma crena§a na importa¢ncia de fazer as coisas para o benefa­cio de outras pessoas, relacionava-se a  maior preocupação com o va­rus em nove dos dezpaíses. De fato, emergiu como um dos fatores psicola³gicos mais importantes da percepção de risco internacionalmente.

"Apelar a motivos pra³-sociais pode ser uma parte importante da solução de dilemas sociais durante pandemias", disse a Dra. Claudia Schneider, co-autora do estudo. "Por exemplo, as campanhas de 'aplauso para nossos cuidadores' nos ajudam a sinalizar publicamente intenções pra³-sociais por meio de sentimentos compartilhados e a disseminação de emoções positivas."

Por outro lado, o que os pesquisadores chamam de "visão de mundo individualista" - deduzida da crena§a de que os governos se envolvem demais em nossas vidas - estãorelacionada a na­veis mais baixos de preocupação com os riscos do coronava­rus.    

Embora essa visão de mundo esteja famosa por estar associada a determinados estados dos EUA, também estava significativamente relacionada a  percepção de risco em vários outrospaíses, como Alemanha, Suanãcia, Espanha, Japa£o e Reino Unido.

"A percepção de que o governo estãorestringindo a liberdade das pessoas pode causar uma reação psicológica entre algumas pessoas com fortes visaµes de mundo individualistas", disse Sarah Dryhurst, co-autora do estudo. "Vemos isso expresso em protestos anti-lockdown nos EUA e na Alemanha, por exemplo".

A ideologia pola­tica foi menos significativa para a percepção de risco em geral, embora uma perspectiva mais conservadora tenha sido associada a na­veis mais baixos de preocupação no Reino Unido e nos EUA.

“Os governos estãopedindo a s pessoas que fiquem dentro de casa e abandonem seus meios de subsistaªncia para proteger suas sociedades. a‰ importante entender como as pessoas reagem a s informações e instruções que recebem sobre o va­rus ”, disse Alexandra Freeman, diretora do Winton Center.

“Disponibilizamos todos os nossos dados publicamente para ajudar instituições e jornalistas a se comunicarem melhor. Esperamos que este trabalho possa ajudar o esfora§o global a reagir adequadamente a essa ameaça ”, afirmou.

Sir David Spiegelhalter, co-autor e presidente do Winton Center, acrescentou: "Amedida que avana§amos no relaxamento do bloqueio, éimportante entender os na­veis gerais de preocupação e a variabilidade entre as pessoas em suas atitudes em relação ao va­rus". contra-medidas tomadas. Essas evidaªncias sugerem que diferentes visaµes de mundo precisam ser levadas em consideração. "

 

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