Qua£o forte éa sua imagem mental? Pode depender de quanto 'excita¡veis' são seus neura´nios
Um cortex pré-frontal empolgante tornou uma pessoa mais propensa a visualizar imagens fortes, enquanto o oposto era verdadeiro no cortex visual .
Quando vocêimagina, suas imagens mentais são fortes, confusas ou inexistentes?
Nem todo mundo visualiza da mesma maneira - e a excitabilidade
do cérebro pode ser responsável. Crédito: Unsplash
A força das imagens mentais de uma pessoa - sua capacidade de imaginar algo em sua mente - estãoligada a excitabilidade de diferentes regiaµes do cérebro, segundo um estudo conduzido por pesquisadores da UNSW Sydney.
Um cortex pré-frontal empolgante tornou uma pessoa mais propensa a visualizar imagens fortes, enquanto o oposto era verdadeiro no cortex visual .
A excitabilidade cerebral éa probabilidade de os neura´nios dispararem e varia de pessoa para pessoa - por exemplo, estudos anteriores mostraram que pessoas que sofrem de enxaqueca com aura tem alta excitabilidade no cortex visual.
"Surpreendentemente, os participantes com cortex visual menos excita¡vel viram imagens mentais mais fortes", diz a Dra. Rebecca Keogh, pa³s-doutorada na Escola de Psicologia e principal autora do estudo. Os resultados foram publicados hoje na revista eLife .
Segundo os pesquisadores, os neura´nios que disparam com mais frequência no cortex visual podem estar acrescentando "ruado" ao sinal da imagem - interferindo na capacidade de uma pessoa de formar uma imagem clara em sua mente.
"Pense no cérebro écortex visual como um quadro," diz o Dr. Keogh, que trabalha com o Professor Joel Pearson no da UNSW Minds Future Lab, um centro que faz as duas pesquisas de Neurociênciacognitiva fundamental e trabalho aplicado.
"Desenhar uma imagem em um quadro empoeirado (mais empolgante) dificulta a visualização, mas se vocêdesenhar em um quadro mais limpo (menos empolgante), a imagem serámais natida".
O estudo da Neurociênciausou uma abordagem multi-manãtodo para identificar a ligação entre excitabilidade e força da imagem, incluindo a análise de dados de imagens cerebrais de fMRI e a indução magnanãtica de alucinações fracas (um manãtodo chamado Simulação Magnanãtica Transcraniana ou TMS).
"As imagens mentais são um processo mental fundamental", diz o professor Pearson. "a‰ a chave para desvendar nossa compreensão de como pensamos, sentimos, lembramos e tomamos decisaµes".
Depois de identificar um vanculo entre excitabilidade cerebral e força das imagens , os pesquisadores alteraram a excitabilidade do cortex visual de uma pessoa usando uma estimulação cerebral não invasiva (chamada Estimulação Transcraniana por Corrente Direta, ou tDCS) para verificar se isso provocava uma alteração na força das imagens. Cada fase da pesquisa teve 16-37 participantes, com mais de 150 pessoas no total. Eles planejam expandir essa pesquisa em estudos futuros.
 "As imagens mentais são um processo mental fundamental", diz o professor Pearson. "a‰ a chave para desvendar nossa compreensão de como pensamos, sentimos, lembramos e tomamos decisaµes".
"Tambanãm existem grandes diferenças individuais em nossa capacidade de criar imagens em nossa mente", diz o Dr. Keogh. "Para algumas pessoas, a imagem étão clara que équase como ver; para outras, éfraca e fraca. Algumas pessoas não conseguem ver nada.
"Nossa pesquisa oferece uma possível explicação neurola³gica sobre o motivo pelo qual essas diferenças entre indivíduos grandes ocorrem".
A causa de tais diferenças tem sido um mistério cientafico desde que o primo de Charles Darwin, Francis Galton, descobriu em 1883 que algumas pessoas tem imagens fortes, enquanto outras nascem sem nenhuma imagem.
"A descoberta de Galton foi feita em 1883, mas alguns teorizam que a questãotambém pode remontar ao fila³sofo Platão", diz o professor Pearson, diretor do Future Minds Lab.
"a‰ emocionante finalmente descobrir as primeiras pistas de por que a vida mental de cada um de nosdifere tanto".
Espiando a imaginação
Para medir a vivacidade das imagens mentais de uma pessoa , os pesquisadores aplicaram um manãtodo de laboratório que usa uma ilusão visual chamada 'rivalidade binocular' para medir diretamente a força sensorial das imagens. Esse manãtodo émais confia¡vel e preciso do que perguntar aos participantes a opinia£o de quanto forte ésua imagem.
"Os participantes receberam a letra" R 'ou "G' no inicio de cada teste de experiência com imagens", diz o Dr. Keogh. "A letra representava a imagem que eles deveriam imaginar:" R 'indicava um padrãohorizontal vermelho, enquanto "G' indicava um padrãovertical verde.
"Eles então tiveram que imaginar o padrãovermelho ou verde por 6-7 segundos. Depois, uma imagem do padrãofoi mostrada a eles em uma tela (a exibição da rivalidade binocular) por breves 750 milissegundos.
"Quando a imagem desapareceu, eles relataram qual imagem havia sido dominante, ou seja, se viram principalmente verde, vermelho ou uma mistura. Medimos a força da imagem visual como a porcentagem de tentativas em que a imagem que imaginavam era a imagem que viam no exibição de rivalidade binocular ".
Quanto mais forte sua imagem mental, maior a probabilidade de dominar os breves estamulos visuais.
"Esse manãtodo ignora a necessidade de perguntar a cada participante sua opinia£o sobre suas próprias imagens, que sabemos que são frequentemente tendenciosas", diz o professor Pearson.
"Em vez disso, a ilusão parece medir o traa§o sensorial deixado para trás pela imagem mental no cérebro".
Modulação da atividade neural
A equipe também ajustou a excitabilidade cerebral atravanãs da estimulação cerebral não invasiva, tDCS. Esse procedimento envolveu a colocação de dois eletrodos pequenos - um positivo e outro negativo - nas laterais da cabea§a.
"Em termos muito ba¡sicos, quando vocêcoloca o eletrodo positivo (conhecido como 'a¢nodo') sobre uma parte do cérebro, pode aumentar a probabilidade de os neura´nios dispararem. Da mesma forma, se vocêcolocar o negativo (o 'ca¡todo' ') na área abaixo dela, torna-se menos excita¡vel ", diz o Dr. Keogh.
Esse procedimento não da³i - no ma¡ximo, os participantes sentiriam uma coceira ou um formigamento na pele.
"A manipulação dos naveis de excitabilidade do cérebro fez com que a força da imagem mudasse, sugerindo que o link não éapenas correlativo, mas causador", diz Keogh.
"Este éum desenvolvimento empolgante para o uso do tDCS em possaveis terapias de ajuste de imagens".
Olhando para o futuro
Mais pesquisas sobre o tDCS - incluindo como ele funciona por longos períodos de tempo e por que algumas pessoas parecem mostrarmudanças maiores ou menores de excitabilidade na estimulação elanãtrica - são necessa¡rias para avaliar como ele pode ser usado em terapias potenciais. Se possível, a terapia pode ajudar as pessoas com visualizações de imagens hiperativas ou subativas.
"Em muitos transtornos mentais, as imagens podem se tornar incontrola¡veis ​​e trauma¡ticas", diz Keogh. "Nossos dados sugerem uma maneira possível de tratar imagens mentais visuais sintoma¡ticas, manipulando de maneira não intrusiva a excitabilidade do cérebro".
O professor Pearson e o Dr. Keogh também querem ver como suas descobertas podem explicar a aphantasia - uma condição em que as pessoas não conseguem visualizar nada.
"Essa descoberta também pode lana§ar luz sobre o ta³pico oportuno do que causa a fantasia e hiperfantasia (visualizações altamente ativas)", diz o professor Pearson. "Embora não tenhamos testado neste estudo, nossas descobertas da£o a primeira pista para um mecanismo cerebral que pode levar a essas condições".
Keogh diz que qualquer cognição que use imagens visuais provavelmente seráafetada pela força da força de imagens de um indivaduo.
"Ao entender o que impulsiona essas diferenças individuais em umnívelneural, podemos potencialmente aumentar a força das imagens e, por sua vez, impulsionar outras cognições que usam imagens visuais", diz ela.
As imagens mentais desempenham um papel importante na vida cotidiana e nos processos mentais. Seja lembrando o passado, lendo livros ou em meditação guiada, muitas pessoas usam imagens visuais todos os dias.
"As imagens mentais são um processo mental fundamental", diz o professor Pearson. "a‰ a chave para desvendar nossa compreensão de como pensamos, sentimos, lembramos e tomamos decisaµes".