Informações sobre a¡caros podem levar a ferramentas para combater alergias e asma
Os pesquisadores da Johns Hopkins identificaram o processo pelo qual os a¡caros causam reaa§aµes alanãrgicas, abrindo novos caminhos para combater doenças inflamata³rias
Domanio paºblico
Pesquisadores da Escola de Saúde Paºblica Johns Hopkins Bloomberg identificaram a sequaªncia de eventos moleculares pelos quais pequenas criaturas semelhantes a carrapatos, chamadas a¡caros da poeira doméstica, desencadeiam asma e rinite alanãrgica.
Os pesquisadores, cujo estudo foi publicado on-line na Nature Immunology , descobriram que as moléculas causadoras de alergias dos a¡caros podem interagir com uma proteana imune chamada SAA1, mais conhecida como sentinela contra bactanãrias e outros agentes infecciosos. Os pesquisadores mostraram passo a passo como essa interação entre moléculas de a¡caros e SAA1 desencadeia uma resposta imune do tipo alanãrgico em camundongos.
Os resultados revelam o que pode ser um novo caminho significativo pelo qual surgem distúrbios alanãrgicos e inflamata³rios. Eles também sugerem que o bloqueio do caminho poderia funcionar como uma estratanãgia preventiva ou de tratamento contra a asma e outras reações alanãrgicas.
"Acreditamos que as interações de sinalização que ocorrem imediatamente a jusante da ativação do SAA1 pelas proteanas dos a¡caros podem ser bons alvos para futuros medicamentos", diz a autora saªnior do estudo Marsha Wills-Karp , professora e presidente do Departamento de Saúde e Engenharia Ambiental da a Escola Bloomberg.
"Acreditamos que diferentes alanãrgenos seguem rotas diferentes para a ativação da interleucina-33 e respostas alanãrgicas relacionadas, e essa rota SAA1-FPR2 parece ser aquela que étomada por alguns alanãrgenos dos a¡caros"
Wills-Karp.
A asma afeta entre 8 a 15% das pessoas nos EUA e normalmente édesencadeada por a¡caros, pa³len de a¡rvores e grama e outros alanãrgenos. Os pesquisadores suspeitam que esse desencadeamento imunológico inadequado ocorra quando o sistema imunológico confunde alanãrgenos - que são inofensivos - por pedaço s de bactanãrias ou outros agentes infecciosos. No entanto, os mecanismos moleculares subjacentes a essa identificação incorreta não foram bem compreendidos.
Em seu estudo, Wills-Karp e seus colegas se concentraram no SAA1, uma proteana imune que éencontrada, entre outros lugares, no fluido que reveste as vias aanãreas e outrassuperfÍcies mucosas. Acredita-se que um membro do "sistema imunológico inato" evolutivamente antigo dos mamaferos tenha evoluado como uma molanãcula sentinela ou de resposta precoce que, por exemplo, reconhece e ajuda a eliminar certos tipos de bactanãrias e outros agentes infecciosos.
Os pesquisadores descobriram que a exposição a proteanas de a¡caros causa uma sensibilização semelhante a asma das vias aanãreas dos camundongos do grupo controle. Por outro lado, a exposição a proteanas de a¡caros dificilmente teve efeito em camundongos nos quais o SAA1 foi neutralizado por anticorpos, ou em camundongos cujos genes para o SAA1 foram eliminados. Outros experimentos confirmaram que o SAA1, quando presente, liga diretamente certos alanãrgenos de a¡caros chamados proteanas de ligação a a¡cidos graxos, que tem semelhanças estruturais com proteanas encontradas em algumas bactanãrias e parasitas. Essa interação alanãrgeno-SAA1 libera o SAA1 em sua forma ativa, em que ativa um receptor chamado FPR2 nas células do revestimento das vias aanãreas. As células das vias aanãreas produzem e secretam grandes quantidades de interleucina-33, uma proteana conhecida por sua capacidade de estimular respostas imunes do tipo alanãrgico.
Confirmando a prova¡vel releva¢ncia para os seres humanos, os pesquisadores descobriram evidaªncias de aumento da produção de SAA1 e FPR2 em células do revestimento das vias aanãreas nasais de pacientes com sinusite crônica - que geralmente estãoligada a alanãrgenos de a¡caros - em comparação com controles sauda¡veis.
"Acreditamos que diferentes alanãrgenos seguem rotas diferentes para a ativação da interleucina-33 e respostas alanãrgicas relacionadas, e essa rota SAA1-FPR2 parece ser aquela que étomada por alguns alanãrgenos dos a¡caros", diz Wills-Karp.
Agora, ela e seus colegas planejam investigar por que algumas pessoas desenvolvem distúrbios alanãrgicos nos quais esse caminho éhiperativo, enquanto a maioria não. Eles também planejam explorar a possibilidade de bloquear esse caminho, talvez na interação SAA1-FPR2, como uma maneira de tratar a asma e outros distúrbios alanãrgicos.
Os pesquisadores suspeitam que a nova via alanãrgica SAA1-FPR2 possa ser relevante não apenas nas doenças do tipo asma e febre do feno, mas também nas alergias ao eczema e aos alimentos - possivelmente atémesmo em distúrbios inflamata³rios cra´nicos, como artrite reumata³ide e aterosclerose.