Maior estudo sobre dispersão do novo coronavarus no Brasil épublicado na Science
A pesquisa, focada na dispersão do varus no Brasil, sequenciou 427 genomas do novo coronavarus (SARS-CoV-2) de 21 estados brasileiros e foi realizada em conjunto por 15 instituia§aµes brasileiras, além de instituia§aµes brita¢nicas.
O maior estudo de vigila¢ncia gena´mica da Covid-19 na Amanãrica Latina foi publicado nesta quinta-feira (23) na Science, uma das revistas acadaªmicas mais prestigiadas do mundo. A pesquisa, focada na dispersão do varus no Brasil, sequenciou 427 genomas do novo coronavarus (SARS-CoV-2) de 21 estados brasileiros e foi realizada em conjunto por 15 instituições brasileiras, entre elas a Unicamp, além de instituições brita¢nicas. Entre os resultados, os pesquisadores detectaram mais de 100 introduções distintas do varus no Brasil.
"Os dados mostram que houve vários eventos de introdução do varus no Brasil, mais de 100, principalmente de pessoas que estavam voltando da Europa e dos Estados Unidos. A partir dessa introdução macia§a, antes dos eventos de contenção e de isolamento social, o varus se disseminou principalmente em três grandes grupos, que tiveram maior sucesso e que se espalharam no Brasil", explica o professor do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp JoséLuiz Proena§a Ma³dena, que esteve envolvido no estudo. O pesquisador coordena Laborata³rio de Estudos de Varus Emergentes (LEVE) do IB, cuja equipe também participou da pesquisa.
audiodescrição: fotografia colorida da equipe do LEVE, no laboratório, posando para
foto No LEVE, parte da equipe que trabalhou no estudo
Nos três grandes grupos de varus preponderantes, que englobaram 76% dos varus detectados atéabril, JoséLuiz observa que foram identificadas mutações associadas a formas graves da Covid-19. "Todos eles tem uma mutação pontual na proteana spike, que éuma proteana do varus associada a patogenicidade, com a doença mais grave e com aumento da carga viral", diz.
A maior parte das introduções do varus no Brasil foi identificada nas capitais com maior incidaªncia de va´os internacionais, como Sa£o Paulo, Minas Gerais, Ceara¡ e Rio de Janeiro. Apenas uma pequena parcela dessas introduções resultou nas linhagens que se dispersaram nopaís por transmissão comunita¡ria, ou seja, por transmissaµes cuja origem da infecção não épossível de rastrear e que circulam entre pessoas que não viajaram.
audiodescrição: figura interna do estudo
Figura do estudo que mostra os mapas com as rotas de disseminação do varus na
primeira e segunda ondas de dispersão
Medidas de isolamento insuficientes
Os resultados demonstram que intervenções como o fechamento das escolas e do comanãrcio no final de mara§o, embora insuficientes, ajudaram a reduzir a taxa de transmissão do varus. Inicialmente, essa taxa foi superior a 3, o que significa que uma pessoa transmitia para três pessoas o varus. Apa³s as medidas, os valores caaram para entre 1 e 1,6, tanto em Sa£o Paulo quanto no Rio de Janeiro.Â
“A partir das medidas de isolamento social a taxa de disseminação do varus cai, mas não ésuficiente para barrar a transmissão do varus, que continua se espalhando interessantemente agora a partir de longas distâncias pelo tra¡fego de pessoas incluindo a malha área dentro do Brasil chegando a todos os confins dopaísâ€, diz JoséLuiz.
audiodescrição: ilustração do estudo com gra¡ficos
Em “A†estãoo número acumulado de casos notificados de SARS-CoV-2 (azul) e os a³bitos
(cinza) no Brasil. Em “Bâ€, os estados são coloridos de acordo com o número de casos
cumulativos confirmados até30 de abril de 2020 (em milhares). Em “C†e “D†o número
de reprodução do varus ao longo do tempo para as cidades de Sa£o Paulo (C) e
Rio de Janeiro (D). Foto: reprodução/Science
Cooperação entre instituições
O trabalho teve inicio com uma atividade do Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Gena´mica e Epidemiologia de Arbovarus (CADDE), financiada pela Fapesp. As instituições envolvidas na pesquisa são: Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Universidade de Sa£o Paulo (USP); Universidade Fderal de Minas Geral (UFMG); Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Fundação Getaºlio Vargas (FGV); Universidade Federal de Uberla¢ndia (UFU); Universidade Federal de Roraima (UFRR); Faculdade de Medicina de Sa£o Josédo Rio Preto; Instituto de Pesquisa Econa´mica Aplicada (Ipea) e Laborata³rio Nacional de Computação Cientafica (LNCC). Entre as instituições brita¢nicas envolvidas estãoa Universidade de Oxford.Â
Em Campinas e regia£o, o professor JoséLuiz Ma³dena destaca que houve um esfora§o grande do LEVE e de profissionais da área de saúde da Unicamp: equipe do Laborata³rio da Patologia Clanica e Naºcleo de Vigila¢ncia Epidemiola³gica do Hospital de Clanicas, profissionais do Centro de Saúde da Comunidade (Cecom) e profissionais do Hospital de Sumaranã.Â
Da Unicamp, além de JoséLuiz Ma³dena, são autores do estudo: Mariene Amorim; Fabiana Granja; Marcia T. Garcia; Maria Luiza Moretti; Mauracio Perroud Jr.; Terezinha Castia±eiras; Camila Simeoni; Julia Forato; Andrei Sposito; Anganãlica Schreiber; Magnum Santos e Patricia A F Leme.
"O esfora§o possibilitou com que conseguassemos sequenciar, de Campinas, de 66 genomas completos desse varus que ajudaram na construção dos dados agora pouco publicados", avalia. Ele também afirma que a pesquisa éum “exemplo de como a abordagem transnacional, multicaªntrica pode contribuir rapidamente para o conhecimento e para a construção de ciência de qualidade que possa ajudar a resolver os problemas da sociedadeâ€.