Saúde

Corpo humano como professor
Aulas virtuais podem ensinar habilidades importantes aos futuros fisioterapeutas, mas somente por meio do toque humano as ma£os aprendem a sentir e ver.
Por Laurel Daniels Abbruzzese - 13/08/2020


Ilustração Julie Winegard

Em mara§o, os programas de fisioterapia da Columbia passaram de aulas presenciais para online. Com os alunos retirados de suas colocações cla­nicas e aulas de laboratório canceladas, o corpo docente foi desafiado pela tarefa aparentemente impossí­vel de transformar "aprender fazendo" em "aprender observando e discutindo".

Eu ensino no programa de fisioterapia no centro médico de Columbia e estava na metade do meu curso sobre cinesiologia e biomeca¢nica da marcha quando o COVID-19 atingiu.

Eu soube na hora que a turma teria que perder a atuação em estudos de caso de marcha, que da£o aos alunos do PT a oportunidade de trabalhar em equipes para observar, diagnosticar e simular condições de movimento e dor demonstradas por voluntários. A atividade éimportante na construção de habilidades cla­nicas e os alunos gostam do desafio de descobrir a natureza de um problema fa­sico com base no que estãosentindo e vendo.   

As atividades são sempre estimulantes de se observar: todos se levantando e se movendo, simulando um pécaa­do e uma marcha em degrau ou balana§ando de um lado para o outro (um desvio de marcha que ajuda a reduzir a demanda muscular nos quadris com osteoartrite). As equipes debatem e modificam seus movimentos após "apalpa¡-los" antes de subir ao palco para apresenta¡-los a  classe.

Nãofui capaz de replicar essas demonstrações após o COVID-19. Em vez disso, passei horas fazendo a curadoria de uma biblioteca expandida de va­deos para assistir e discutir via Zoom. Embora eu tenha sentido a perda, pedagogicamente, análises de va­deo de apresentações de marcha e lesões musculoesquelanãticas provaram ser substituições compara¡veis. Os alunos adotaram o ambiente de aprendizagem virtual e prosperaram durante esse componente do nosso curra­culo. Mas para muitos outros cursos, o aprendizado prático não poderia ser substitua­do e as aulas de laboratório foram adiadas.

A primavera équando nossos alunos do primeiro ano de doutorado em fisioterapia (DPT) estãoaprendendo e praticando técnicas de transferaªncia segura e mobilidade na cama. As aulas de laboratório incluem prática com dispositivos auxiliares e treinamento de marcha em escadas. Os alunos aprendem a coordenar suas instruções, manuseio e meca¢nica corporal para garantir sua própria segurança, bem como a segurança do paciente, habilidades essenciais para dominar antes de envia¡-los para hospitais, centros de reabilitação e instalações de enfermagem para educação cla­nica.

Nos cursos de ortopedia, habilidades psicomotoras prática s são essenciais para a avaliação de deficiências de movimento e intervenções.

Os alunos do primeiro ano não tiveram nenhum de seus laboratórios ortopanãdicos por causa da mudança para aulas virtuais. Nossos alunos DPT do segundo ano perderam a oportunidade de expandir suas habilidades de laboratório cla­nico. Adiamos os laboratórios ortopanãdicos que cobrem a coluna tora¡cica e cervical. Alguns cursos não puderam ser ministrados durante nosso semestre de vera£o por causa de sua aªnfase na instrução de laboratório.

O laboratório éum ambiente onde os alunos aprendem técnicas tradicionais de massagem, terapia de ponto de gatilho, manipulação miofascial e de tecidos moles, mobilizações articulares e testes especiais. Nesses laboratórios, as ma£os aprendem a "sentir e" ver ". Essas não são habilidades que podem ser desenvolvidas e praticadas virtualmente.

Essa constatação não surpreendeu nosso corpo docente. No mundo do PT, nossa pedagogia caracterí­stica éo corpo humano como professor .  a‰ essencial em nossa profissão oferecer aos alunos oportunidades de praticar as habilidades com mentores experientes antes de trabalharem com os pacientes.

Enquanto olhamos para o outono, muitos programas de profissaµes da saúde em Columbia permanecera£o online. Nossa instrução dida¡tica baseada em discussão também permanecera¡ em forma ha­brida online.

Estamos trabalhando com a Universidade, no entanto, para conduzir laboratórios presenciais e experiências cla­nicas e desenvolvemos um plano que inclui a colocação de máscaras faciais, protetores e luvas. Os parceiros do laboratório permaneceriam os mesmos durante todo o período. Estamos nos preparando para ensinar laboratórios três vezes cada, para acomodar maior distanciamento e grupos de laboratório menores.

Foi um momento importante para todos nosrefletirmos sobre o que ensinamos, como ensinamos e o que émais importante na formação de futuros fisioterapeutas. O que aprendemos com COVID-19 estãoorientando nossos planos.

 

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