Saúde

O teste de DNA pode identificar rapidamente a pneumonia em pacientes com COVID-19 grave, auxiliando no tratamento mais rápido
Os pesquisadores desenvolveram um teste de DNA para identificar rapidamente infeca§aµes secunda¡rias em pacientes com COVID-19, que tem o dobro do risco de desenvolver pneumonia durante a ventilaa§a£o do que pacientes sem COVID-19.
Por Sarah Collins - 19/01/2021


Tenente Comandante Michael Heimes verifica um paciente conectado a um ventilador no campus Baton Rouge General Mid City - Crédito: Pa¡gina oficial da Marinha dos EUA


Usando este teste, descobrimos que os pacientes com COVID-19 tinham duas vezes mais chances de desenvolver pneumonia secunda¡ria do que outros pacientes na mesma unidade de terapia intensiva

Andrew Conway Morris

Para pacientes com as formas mais graves de COVID-19, a ventilação meca¢nica costuma ser a única maneira de mantaª-los vivos, pois os médicos usam terapias antiinflamata³rias para tratar os pulmaµes inflamados. No entanto, esses pacientes são suscetíveis a novas infecções de bactanãrias e fungos que podem adquirir durante a internação - a chamada “pneumonia associada ao ventilador”.

Agora, uma equipe de cientistas e médicos da University of Cambridge e da Cambridge University Hospitals NHS Foundation Trust, liderada pelo Professor Gordon Dougan, Dr. Vilas Navapurkar e Dr. Andrew Conway Morris, desenvolveu um teste de DNA simples para identificar rapidamente essas infecções e direcionar o antibia³tico tratamento conforme necessa¡rio.

O teste, desenvolvido no hospital de Addenbrooke em colaboração com a Public Health England, fornece aos médicos as informações de que precisam para iniciar o tratamento em horas, em vez de dias, ajustando o tratamento conforme necessa¡rio e reduzindo o uso inadequado de antibia³ticos. Essa abordagem, baseada em testes de DNA de maior rendimento, estãosendo implementada nos hospitais da Universidade de Cambridge e oferece um caminho para melhores tratamentos para infecções em geral. Os resultados são relatados na revista Critical Care .

Pacientes que precisam de ventilação meca¢nica correm risco significativo de desenvolver pneumonia secunda¡ria enquanto estãoem tratamento intensivo. Essas infecções costumam ser causadas por bactanãrias resistentes a antibia³ticos e são difa­ceis de diagnosticar e precisam de tratamento direcionado.

“No ini­cio da pandemia, notamos que os pacientes com COVID-19 pareciam estar particularmente em risco de desenvolver pneumonia secunda¡ria e comea§amos a usar um teste de diagnóstico rápido que hava­amos desenvolvido exatamente para essa situação”, disse o coautor Dr. Andrew Conway Morris do Departamento de Medicina de Cambridge e um consultor de terapia intensiva. “Usando este teste, descobrimos que os pacientes com COVID-19 tinham duas vezes mais chances de desenvolver pneumonia secunda¡ria do que outros pacientes na mesma unidade de terapia intensiva.”

Acredita-se que os pacientes com COVID-19 apresentem risco aumentado de infecção por vários motivos. Devido a  quantidade de dano pulmonar, esses casos graves de COVID-19 tendem a passar mais tempo em um ventilador do que os pacientes sem COVID-19. Além disso, muitos desses pacientes também tem um sistema imunológico mal regulado, em que as células imunola³gicas danificam os órgãos, mas também tem funções antimicrobianas prejudicadas, aumentando o risco de infecção.

Normalmente, a confirmação do diagnóstico de pneumonia éum desafio, pois as amostras bacterianas dos pacientes precisam ser cultivadas e cultivadas em um laboratório, o que édemorado. O teste de Cambridge tem uma abordagem alternativa, detectando o DNA de diferentes patógenos, o que permite testes mais rápidos e precisos.

O teste utiliza reação em cadeia da polimerase maºltipla (PCR) que detecta o DNA da bactanãria e pode ser feito em cerca de quatro horas, não sendo necessa¡rio esperar o crescimento da bactanãria. “Freqa¼entemente, os pacientes já começam a receber antobia³ticos antes que a bactanãria tivesse tempo de crescer no laboratório”, disse Morris. “Isso significa que os resultados das culturas costumam ser negativos, ao passo que a PCR não precisa de bactanãrias via¡veis ​​para detectar - tornando este um teste mais preciso”.

O teste - que foi desenvolvido com o Dr. Martin Curran, um especialista em diagnóstico de PCR do laboratório de Cambridge da Public Health England - executa várias reações de PCR em paralelo e pode detectar simultaneamente 52 patógenos diferentes, que costumam infectar os pulmaµes de pacientes em terapia intensiva. Ao mesmo tempo, também pode testar a resistência aos antibia³ticos.

“Descobrimos que, embora os pacientes com COVID-19 fossem mais propensos a desenvolver pneumonia secunda¡ria, as bactanãrias que causavam essas infecções eram semelhantes a s dos pacientes de UTI sem COVID-19”, disse o autor principal Mailis Maes, também do Departamento de Medicina. “Isso significa que protocolos de antibia³ticos padrãopodem ser aplicados a pacientes COVID-19.”

Esta éuma das primeiras vezes que esta tecnologia éutilizada na prática cla­nica de rotina e já foi aprovada pelo hospital. Os pesquisadores prevaªem que abordagens semelhantes beneficiariam os pacientes se usadas de forma mais ampla.

Este estudo foi financiado pelo National Institute for Health Research Cambridge Biomedical Research Center.

 

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