Saúde

Vacina em spray nasal em desenvolvimento contra covid pode estimular forte resposta local
Segundo Jorge Kalil Filho, a produção édescomplicada e 100% nacional. Além disso, vacina éextremamente adapta¡vel aos diferentes variantes e pode ser guardada em temperatura ambiente
Por USP - 11/02/2021

Se vocêédaqueles que tem medo de agulha e sonha com a vacina contra a covid-19, épossí­vel que seus anseios venham a ser atendidos no futuro, e com tecnologia nacional. Esta¡ em desenvolvimento no Brasil uma vacina em spray nasal. Em entrevista, Jorge Kalil Filho, diretor do Laborata³rio de Imunologia do Instituto do Coração do Hospital das Cla­nicas da Faculdade de Medicina da USP, professor titular de Imunologia Cla­nica e Alergia da FMUSP e coordenador da pesquisa, explica como estãosendo o processo de pesquisa da vacina.

O médico comea§a dizendo que a proposta do trabalho, desde o ina­cio, era estudar melhor a resposta imune contra o coronava­rus para criar uma vacina baseada nos alvos da resposta imune mais eficientes. “Tem duas formas de noscombatermos o va­rus: não deixando ele entrar em uma canãlula, ou se ele entrou na canãlula e a infectou, ele pode ser morto por uma outra canãlula do sistema imune”, explica. Para o estudo, então, coletou-se o sangue de pessoas contaminadas com o va­rus e foi possí­vel analisar os alvos da resposta de anticorpos e também da resposta celular. Essa investigação mais profunda do anta­geno éo que diferencia a nova vacina das demais.

Vacina spray nasal osFotomontagem sobre imagem de flockine via Pixabay
 
A opção pelo desenvolvimento da vacina nasal se deve ao fato de que uma resposta local muito forte pode, assim, ser estimulada, diz Kalil Filho. Além disso, a vacina fortalece as defesas na mucosa nasal. Como demais vantagens, a produção édescomplicada e 100% nacional, além da a vacina ser extremamente adapta¡vel aos diferentes variantes, e poder ser guardada atémesmo em temperatura ambiente.

“Na³s estamos construindo, geneticamente, a composição final dessa vacina”, diz o professor Kalil Filho. A meta éde que os testes em seres humanos comecem este ano e o trabalho estãosendo feito para atingi-la. “Quem vence a corrida équem chega melhor, em melhores condições de dar uma proteção mais ampla”, afirma o médico.

Na opinia£o do imunologista, tivemos um avanço muito grande em um ano, em se tratando de uma doença que ninguanãm conhecia. “Normalmente, esse conhecimento seria acumulado em pelo menos dez anos. Na³s já temos vacina, as vacinas funcionam. Aprendemos muito sobre a doena§a, aprendemos a tratar, sabemos que temos que isolar as pessoas que estãodoentes”, diz. A ciência brasileira segue respirando.

 

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