A enzima do estresse celular pode desempenhar um papel fundamental em doenças neurodegenerativas, como ALS
A enzima MARK2 controla a santese de proteanas celulares em resposta a tipos de estresse ou danos observados em doenças neurodegenerativas, cientistas direcionam a enzima para novas linhas de pesquisa
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Uma enzima chamada MARK2 foi identificada como um interruptor chave de resposta ao estresse em células em um estudo realizado por pesquisadores da Escola de Saúde Paºblica Johns Hopkins Bloomberg. A superativação desse tipo de resposta ao estresse éuma possível causa de lesão das células cerebrais em doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson e Esclerose Lateral Amiotra³fica. A descoberta fara¡ do MARK2 um foco de investigação por seu possível papel nessas doenças e pode, em última insta¢ncia, ser um alvo para tratamentos de doenças neurodegenerativas.
Além de sua releva¢ncia potencial para doenças neurodegenerativas, a descoberta éum avanço na compreensão da biologia celular ba¡sica.
O artigo que descreve a descoberta apareceu online em 11 de mara§o na PLoS Biology .
O estudo se concentrou na resposta celular ao estresse "proteota³xico" - um acaºmulo de proteanas danificadas ou agregadas na parte principal da canãlula, que éuma característica central das doenças neurodegenerativas. Sabe-se que as células respondem a esse tipo de estresse reduzindo sua produção de novas proteanas e que uma enzima sinalizadora provavelmente medeia essa resposta. Os pesquisadores, após descartar outras enzimas sinalizadoras, conseguiram mostrar que a enzima sinalizadora MARK2 tem esse papel.
"ESTUDOS ADICIONAIS DESTA VIA DE SINALIZAa‡aƒO ANTERIORMENTE NaƒO RECONHECIDA DEVEM EXPANDIR NOSSA COMPREENSaƒO DA REGULAa‡aƒO DE PROTEaNAS NAS Ca‰LULAS E O PAPEL DESSE PROCESSO NO DESENVOLVIMENTO DE DOENa‡AS HUMANAS."
Jiou Wang Professor
"Estudos adicionais desta via de sinalização anteriormente não reconhecida devem expandir nossa compreensão da regulação de proteanas nas células e o papel desse processo no desenvolvimento de doenças humanas", disse Jiou Wang , professor do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da Escola Bloomberg .
Juntos, Alzheimer, ALS e outras doenças neurodegenerativas afetam mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo. Atéo momento, não hátratamento para retardar a doena§a, muito menos cura, para nenhum deles - principalmente porque suas causas não são bem compreendidas.
Um possível conjunto de causas de distúrbios neurodegenerativos estãorelacionado ao estresse proteota³xico e a resposta nas células cerebrais. Quando essa resposta éativada, reduzindo a santese protanãica, ela idealmente minimiza a carga de proteana da canãlula sob estresse proteota³xico, permitindo assim que ela se recupere do estresse. Mas a redução a longo prazo da santese de proteanas pode acabar privando a canãlula das proteanas necessa¡rias, danificando-a e, potencialmente, desencadeando a morte celular. Em outros casos, o fracasso da resposta proteota³xica ao estresse, ao invanãs de sua superativação, pode ser o problema, de modo que a sobrecarga de proteana leva a lesão ou morte celular.
Para compreender totalmente qualquer um dos cenários, os cientistas precisam entender a via de sinalização que detecta o estresse proteota³xico e ativa a resposta ao estresse proteota³xico. Wang e seus colegas em seu novo estudo decidiram descobri-lo.
Como outras pessoas da área, a equipe de pesquisa já sabia que a molanãcula no final dessa via que interrompe a produção de proteanas émembro de uma ampla classe de enzimas sinalizadoras chamadas quinases. Eles também sabiam com antecedaªncia que existem várias quinases especaficas que desligam a produção de proteanas da mesma maneira, mas em resposta a outros tipos de estresse celular, como a infecção viral. O desafio neste estudo foi encontrar a quinase especafica que aciona essa chave em resposta ao estresse proteota³xico na parte principal da canãlula.
Os pesquisadores primeiro identificaram a quinase MARK2 como uma das várias candidatas para sua investigação, peneirando um grande banco de dados, produzido com pesquisas anteriores, de várias quinases e as proteanas sobre as quais elas potencialmente atuam. Seguindo suas pistas com vários experimentos livres de células e cultura de células, eles foram capazes de mostrar que MARK2, e nenhuma outra quinase candidata, pode desligar a maquinaria de produção de proteanas nas células em resposta ao estresse proteota³xico, mesmo quando os outros quatro cinases de desligamento de proteanas estãoausentes.
Olhando a montante na via de sinalização, a equipe descobriu que MARK2 éativado por outra quinase de sinalização, PKCδ, que se torna disponavel para seu papel de ativação de MARK2 sob condições de estresse proteota³xico, agindo assim efetivamente como um sensor de estresse proteota³xico.
Como uma verificação preliminar da releva¢ncia clanica dessas descobertas, os pesquisadores examinaram um modelo de rato de ELA familiar e amostras de tecido da medula espinhal de pacientes humanos com ELA. Eles encontraram evidaªncias de que esta via PKCδ-MARK2 éaltamente ativa nesses casos, em comparação com camundongos não ALS e humanos.
"Essas descobertas são consistentes com a ideia de que em ALS, por exemplo, esta via PKCδ-MARK2 éaltamente ativa e reduz a produção de proteana, o que a longo prazo contribui para o processo da doena§a", disse Wang.
Tendo esclarecido os fundamentos de como essa via funciona, Wang e seus colegas estãoagora planejando estuda¡-la em diferentes modelos de doenças neurodegenerativas para determinar se a via poderia ser direcionada para o tratamento de tais doena§as.
"Suspeito que esta via PKCδ-MARK2 acabara¡ se mostrando relevante não apenas em doenças neurodegenerativas, mas em muitas outras doena§as, incluindo ca¢ncer", disse Wang.