A testagem molecular da saliva, como manãtodo eficiente para diagnóstico da covid-19 em criana§as sintoma¡ticas, foi validada por pesquisadores do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da USP, em colaboração com o Servia§o Especial de Saúde de Araraquara (SP).

O estudo foi coordenado por Paulo Henrique Braz-Silva, professor da Faculdade de Odontologia (FO) da USP, e Camila Malta Romano, pesquisadora do Laborata³rio de Investigação Manãdica do Hospital das Cla­nicas da Faculdade de Medicina (FM) da USP osambos também vinculados ao IMT-USP –, e contou com apoio da Fapesp.

Artigo a respeito encontra-se dispona­vel na plataforma medRxiv, ainda sem revisão.

“Obtivemos a mesma performance diagnóstica, com sensibilidade de aproximadamente 90%, para amostras de saliva e esfregaa§o [swab] de nasofaringe”, diz Braz-Silva.

No estudo, foram investigadas 50 criana§as que procuraram atendimento em Unidade Ba¡sica de Saúde (UBS) com sintomas leves relacionados a  covid-19. Os pesquisadores coletaram amostras e secreção nasofara­ngea e de saliva e submeteram ambas ao teste de RT-PCR, considerado padra£o-ouro para o diagnóstico da doena§a. “Dez criana§as apresentaram resultados positivos para o sars-cov-2. E o diagnóstico por amostras de saliva mostrou-se tão eficaz quanto o diagnóstico por esfregaa§o de nasofaringe”, informa Braz-Silva.

O resultado valida uma forma de testagem em larga escala muito mais simples e menos invasiva osespecialmente desejável no contexto pedia¡trico.

“O uso da saliva para diagnóstico da covid-19 em criana§as abre uma perspectiva de entendimento de como a circulação do sars-cov-2 se da¡ nessa faixa da população, ainda mais com a reabertura de escolas. A obtenção da amostra étão simples que, dependendo da idade, pode inclusive ser adotada a autocoleta”, comenta o pesquisador.

A testagem molecular em larga escala tem sido uma das estratanãgias mais bem-sucedidas no controle da pandemia, pois permite a identificação precoce de casos positivos e o rastreio da rede de contatos. Em adultos, a análise da saliva já havia apresentado uma sensibilidade variando de 80% a 100%. Mas ainda não havia um estudo que corroborasse tal procedimento em pediatria oso que foi proporcionado agora pela equipe do IMT-USP.