Saúde

Devemos enfrentar as consequaªncias para a saúde mental das experiências adversas da infa¢ncia
O professor Kam Bhui, professor de psiquiatria, estãopesquisando como ajudar jovens que sofreram experiências adversas na infa¢ncia. Os processos criativos oferecem novas perspectivas, opa§aµes e escolhas personalizadas.
Por Oxford - 13/07/2021


Aos oito anos, 7 em cada 10 criana§as relatam pelo menos uma Experiaªncia Adversa na Infa¢ncia. Crédito: Shutterstock.

As Experiaªncias Adversas da Infa¢ncia (ACEs) podem se referir a uma variedade de experiências de abuso verbal, sexual ou fa­sico; neglicenciar; uso indevido de substâncias ou doença mental familiar. Tambanãm pode incluir bullying, pobreza, racismo, perdas trauma¡ticas, escassez de alimentos, experiências adversas no atendimento, baixo desempenho acadêmico e viver em ambientes inseguros.

"As experiências adversas podem ter impactos significativos na vida das criana§as, reduzindo atéa expectativa de vida em até20 anos e causando prejua­zo social, emocional e cognitivo, comportamentos de risco, deficiência, exclusão social, saúde preca¡ria"


Aos oito anos, 7 em cada 10 criana§as relatam pelo menos uma dessas experiências. Isso pode ter impactos significativos na vida das criana§as, reduzindo atéa expectativa de vida em até20 anos e causando prejua­zo social, emocional e cognitivo, comportamentos de risco, deficiência, exclusão social e problemas de saúde. Traªs em cada quatro adolescentes expostos a  ECA desenvolvem problemas de saúde mental aos 18 anos, incluindo automutilação, tentativas de suica­dio e transtornos de estresse pa³s-trauma¡tico.

Um dos desafios na tentativa de prevenir ACEs, bem como melhorar a saúde dos jovens que sofreram, éa preocupação com a possí­vel re-traumatização, bem como estigma e tabu associados a  discussão de alguns ACEs abertamente. Grupos de identidade específicos podem estar em maior risco devido a influaªncias intersetoriais. As influaªncias são padronizadas por idade, gaªnero, LGBTQ, etnia e neurodiversidade. Este último, em particular, torna as pessoas vulnera¡veis ​​aos ACEs e aos efeitos adversos.


"O processo criativo pode ser fortalecedor e terapaªutico e permite que os jovens reflitam e falem sobre suas preocupações de forma mais gradual e gentil"


Ainda assim, os jovens são resilientes e podem prosperar apesar da adversidade. E recebemos  um novo praªmio do conselho de pesquisa cruzada do UKRI por um projeto liderado por Oxford / Falmouth que visa compreender ACEs e desenvolver maneiras de evita¡- los. As experiências vividas pelos jovens estãono cerne da pesquisa e da aprendizagem. Trabalhando junto com a ATTUNE, uma colaboração de organizações de jovens, instituições de caridade, universidades, agaªncias de saúde e sociais, vamos estudar os impactos dos ACEs na saúde mental, usando artes criativas e manãtodos digitais.

A participação no processo criativo pode ser fortalecedora e terapaªutica e permite que os jovens reflitam e falem sobre suas preocupações de maneira mais gradual e gentil. Para algumas experiências especa­ficas e alguns jovens, outras abordagens podem ser mais adequadas.

O principal desafio enfrentado por pessoas que vivem experiências adversas e traumas éa tendaªncia compreensa­vel de evitar lembretes de que passaram. Eles também precisam superar a interrupção do processamento da memória de eventos trauma¡ticos, tornando o primeiro passo na jornada para a recuperação ainda mais difa­cil.

"Acima de tudo, érealmente importante não impor um determinado conjunto de soluções ... Precisamos descobrir quais intervenções podem funcionar e quais abordagens de saúde pública apoiam e criam um ambiente melhor e mais seguro".


As abordagens que desenvolvemos ira£o oferecer aos jovens escolha e opções personalizadas e sera£o acessa­veis para aqueles em áreas rurais e costeiras, bem como urbanas. Acima de tudo, érealmente importante não impor um determinado conjunto de soluções. Precisamos aprender sobre os mecanismos sociais, comportamentais e psicola³gicos - e quais processos criativos ajudam os jovens. Precisamos descobrir quais intervenções podem funcionar e quais abordagens de saúde pública apoiam e criam um ambiente melhor e mais seguro. O consãorcio incrivelmente talentoso de jovens, parceiros e pesquisadores envolvidos neste projeto oferece esperana§a e uma resposta otimista e criativa a experiências debilitantes.

ATTUNE recebeu £ 3,8 milhões em financiamento: Trabalhando com parceiros, o objetivo écompreender os mecanismos e os impactos de experiências adversas na infa¢ncia para coprojetar artes preventivas e intervenções digitais. O projeto éliderado pelo Professor Bhui e Professor Eunice Ma na Falmouth University e inclui uma sanãrie de agaªncias e universidades, incluindo: UCL, KCL, Kent, Leeds, QMUL.

 

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