Saúde

Preocupações com a saúde mental e eventos trauma¡ticos são comuns entre criana§as pequenas que morrem por suica­dio
As mortes por suica­dio eram comumente precedidas por um evento negativo ou
Por Hospital Infantil Nationwide - 28/07/2021


Doma­nio paºblico

Um estudo publicado hoje pelos pesquisadores do Nationwide Children's Hospital descobriu que, embora as circunsta¢ncias em torno de qualquer morte por suica­dio sejam complexas, muitas vezes hácaracteri­sticas e experiências compartilhadas entre criana§as pequenas que morrem por suica­dio.

O estudo, publicado na JAMA Network Open , mostrou que o suica­dio em criana§as estãomais frequentemente associado a problemas de saúde mental , comportamento suicida anterior, trauma - incluindo abuso, negligaªncia ou exposição a  violência doméstica, suica­dio ou morte de um membro da familia - ou colega , problemas escolares ou familiares. As mortes por suica­dio eram comumente precedidas por um evento negativo ou "desencadeante" no dia da morte, como uma discussão entre a criana§a e um membro da familia ou ação disciplinar.

O suica­dio éa oitava principal causa de morte entre jovens de 5 a 11 anos nos Estados Unidos, e as taxas de suica­dio nessa faixa eta¡ria aumentaram quase 15% ao ano entre 2012 e 2017, de acordo com estata­sticas recentes de mortalidade dos Centros de Controle e Prevenção de Doena§as. Um melhor entendimento das circunsta¢ncias potencialmente únicas que cercam essas mortes éfundamental para melhorar a prevenção do suica­dio entre criana§as em risco nessa faixa eta¡ria.

A equipe de pesquisadores liderada por Donna Ruch, Ph.D., pesquisadora do Centro para Prevenção e Pesquisa de Suica­dio no Abigail Wexner Research Institute do Nationwide Children's Hospital, e Jeff Bridge, Ph.D., diretor do centro, examinou caracteri­sticas comuns e circunsta¢ncias precipitantes de mortes por suica­dio de jovens usando o National Violent Death Reporting System (NVDRS), um sistema que coleta dados sobre suica­dio e mortes violentas a partir de relatórios policiais e legistas.

Um total de 134 mortes por suica­dio de criana§as de 5 a 11 anos entre 2013 e 2017 foram identificadas a partir do banco de dados. A maioria estava entre criana§as de 10 a 11 anos e 75% das criana§as do estudo eram do sexo masculino. Entre as criana§as que morreram por suica­dio, 31% tiveram uma preocupação ou diagnóstico de saúde mental, sendo o transtorno de danãficit de atenção e hiperatividade (TDAH), transtornos de humor como depressão e transtornos concomitantes sendo os mais comuns. Uma hospitalização psiquia¡trica anterior foi documentada em 24% das criana§as no estudo e 78% estavam recebendo tratamento de saúde mental antes de suas mortes.
 
Mais de 25% das criana§as no estudo experimentaram um ou mais eventos trauma¡ticos , e muitas criana§as no estudo experimentaram uma ou mais circunsta¢ncias relacionadas a  fama­lia, incluindo diva³rcio ou questões de custa³dia, abuso de substâncias parentais ou hista³rico familiar de problemas psicola³gicos ou suica­dio. Os resultados sugerem intervenções baseadas na familia e uma abordagem baseada no trauma para a prevenção do suica­dio de jovens também podem desempenhar um papel importante na prevenção de pensamentos e comportamentos suicidas na infa¢ncia.

Os pesquisadores também descobriram que as criana§as do estudo foram punidas no dia do suica­dio em 32% dos casos. As ações disciplinares geralmente ocorriam após uma questãorelacionada a  escola ou uma discussão entre as criana§as e seus pais ou responsa¡veis ​​e envolviam o envio de criana§as para seus quartos em metade dos casos ou a retirada de um dispositivo tecnola³gico em 29% dos casos.

“Descobrimos que esses temas principais costumavam ocorrer simultaneamente”, diz o Dr. Ruch. "Criana§as com problemas de saúde mental ou história de comportamento suicida frequentemente tinham histórias trauma¡ticas relacionadas a situações familiares adversas. Problemas escolares frequentemente resultavam em conflitos entre pais e filhos e eram mais prova¡veis ​​de ocorrer em criana§as com problemas de saúde mental."

O estudo também encontrou padraµes comuns de como as mortes por suica­dio ocorreram. Enquanto a maioria dos suica­dios nessa faixa eta¡ria ocorreu por enforcamento / sufocação no quarto da criana§a, 19% ocorreu por arma de fogo. Em todos os casos em que informações detalhadas sobre essas mortes estavam dispona­veis, as criana§as obtiveram armas desprotegidas dentro de suas casas, onde foram armazenadas carregadas, destrancadas, com munição ou de outra forma sem segurança. Programas educacionais, leis de armas de fogo voltadas para jovens e campanhas de conscientização pública de armazenamento seguro de armas de fogo podem melhorar as prática s de armazenamento seguro, e as evidaªncias sugerem que isso protegeria contra tiroteios não intencionais com armas de fogo e tentativas de suica­dio em todas as faixas eta¡rias , incluindo criana§as pequenas.

Uma história anterior de tentativas de suica­dio foi relatada em 12% das criana§as no estudo, e uma história de ideação suicida ou declarações suicidas foi relatada em cerca de 25% dos casos. Mais de 10% das criana§as expressaram esses comenta¡rios aos pais, professores ou funciona¡rios da escola no dia de suas mortes, sugerindo que declarações suicidas deveriam ser levadas a sanãrio em criana§as menores.

"Essas descobertas ressaltam a importa¢ncia dos esforços de prevenção do suica­dio precoce que incluem melhorias na avaliação do risco de suica­dio, relações familiares e segurança de meios letais, particularmente o armazenamento seguro de armas de fogo", disse o Dr. Bridge.

"Tambanãm queremos enfatizar que as fama­lias e os médicos não devem ficar alarmados com nossas descobertas. Os temas e as circunsta¢ncias precipitantes que identificamos também são vividos por criana§as que nunca se envolvera£o em comportamento suicida. Mas identifica¡-los pode ajudar a informar os esforços de prevenção", diz Dr. Ruch.

“Pesquisas futuras que examinem mais profundamente a mira­ade de aspectos do suica­dio infantil, incluindo diferenças raciais / anãtnicas e de sexo, são necessa¡rias”, acrescenta o Dr. Ruch, “mas essas descobertas são um importante ponto de partida”.

 

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