A infeca§a£o pelo varus Epstein-Barr (EBV) hámuito estãoassociada a esclerose maºltipla, por isso era importante garantir que os resultados não fossem porque a infeca§a£o por EBV estava associada a outros tipos de infeca§a£o.

Crédito: New Africa / Shutterstock
A esclerose maºltipla (EM) émais frequentemente diagnosticada entre as idades de 20 e 50. Certos genes colocam uma pessoa em maior risco de contrair esta doença do sistema nervoso central, mas os cientistas ainda estãotentando entender os gatilhos. Meus colegas e eu estudamos esses gatilhos hámuitos anos. Nossa pesquisa anterior descobriu que a pneumonia na adolescaªncia estãoassociada a um risco elevado de esclerose maºltipla, então decidimos investigar se outros tipos de infecção estãoassociados a doena§a.
Tivemos que ter cuidado, poranãm, porque as infecções podem ser uma consequaªncia da EM e não o contra¡rio. Além disso, pode ser de cinco a dez anos, ou atémais, entre o inicio do processo da doença e a pessoa apresentar os primeiros sintomas, que incluem dormaªncia e formigamento, rigidez, dificuldade de equilabrio, problemas de visão e fadiga. Portanto, tivemos que tomar medidas extras para ter certeza de que as infecções ocorreram antes que qualquer doença relacionada a esclerose maºltipla se tornasse aparente.
Para nosso estudo, publicado na revista Brain , usamos os registros de saúde de quase 2,5 milhões de pessoas nascidas na Suanãcia entre 1970 e 1994. Pouco mais de 4.000 delas foram diagnosticadas com MS após os 20 anos de idade. Entre este grupo, 19% tinham teve infecção diagnosticada em hospital entre o nascimento e os dez anos de idade e 14% entre os 11 e 19 anos.
Descobrimos que a maioria das infecções antes dos 11 anos não estava associada a um diagnóstico posterior de EM. Em contraste, as infecções diagnosticadas em um hospital (indicando que são relativamente graves) entre as idades de 11 e 19 anos foram consistentemente associadas a um risco elevado de desenvolver EM.
Nem todos os tipos de infecção foram associados a EM subsequente, mas uma descoberta surpreendente éque as infecções do sistema nervoso central (o cérebro e a medula espinhal) aumentaram o risco de MS de forma mais nota¡vel. Isso faz sentido, pois acreditamos que a inflamação no sistema nervoso central pode iniciar o processo autoimune (quando o sistema imunológico de uma pessoa ataca parte de seu corpo) que causa a esclerose maºltipla.
As infecções respirata³rias na adolescaªncia também foram associadas a EM, aumentando o risco em 51%. Acreditamos que, em alguns casos, a infecção e a inflamação nos pulmaµes podem levar a ativação imunola³gica em outras partes do corpo, incluindo o sistema nervoso central, aumentando assim o risco de inflamação nesse local. Isso pode explicar como uma infecção pulmonar pode iniciar o processo da doença de MS. Alternativamente, o agente infeccioso pode ter uma influaªncia mais direta no cérebro.
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A infecção pelo varus Epstein-Barr (EBV) hámuito estãoassociada a esclerose maºltipla, por isso era importante garantir que os resultados não fossem porque a infecção por EBV estava associada a outros tipos de infecção. Apa³s a exclusão das pessoas que já tiveram a forma aguda da infecção por EBV, conhecida como febre glandular , os resultados para as demais infecções permaneceram, enfatizando a importa¢ncia de vários tipos de infecção na adolescaªncia como riscos para EM.
Para ter ainda mais certeza de que as infecções na adolescaªncia provavelmente antecederam o desenvolvimento assintoma¡tico inicial de MS, repetimos a análise, mas olhamos apenas para MS diagnosticada após os 25 anos. O risco elevado de MS associada a infecções na adolescaªncia permaneceu por infecções do sistema nervoso central e infecções pulmonares. Houve um manimo de cinco anos entre a infecção e o diagnóstico de esclerose maºltipla - e geralmente mais - indicando que a doença progride lentamente atéque haja dano suficiente ao cérebro para que os sintomas de esclerose maºltipla se desenvolvam.
Peraodo de suscetibilidade elevada
Nosso estudo fornece evidaªncias adicionais de que a adolescaªncia éum período de elevada suscetibilidade a exposições associadas ao risco de MS e que pode haver muitos anos entre a exposição e o diagnóstico de MS. Esses resultados nos ajudam a entender melhor os tipos de exposições que podem aumentar o risco de MS. Pode valer a pena considerar a esclerose maºltipla como um diagnóstico potencial em alguém que apresenta sintomas neurola³gicos, caso tenha uma infecção grave na adolescaªncia.
O pra³ximo passo em nossa pesquisa seráinvestigar mais se as pessoas que são geneticamente suscetíveis ao desenvolvimento de EM são mais propensas a ter uma reação imunola³gica mais pronunciada a infecções, aumentando a probabilidade de internação hospitalar.
Va¡rios, mas não todos os tipos de infecções estãoassociados a EM, particularmente aquelas que podem causar inflamação no sistema nervoso central. Apenas algumas pessoas com infecções relativamente sanãrias na adolescaªncia desenvolvera£o EM (na maioria dos casos, muito menos de 1%), pois outros fatores, incluindo suscetibilidade genanãtica, também são necessa¡rios para o desenvolvimento da doena§a.