Saúde

Apenas o a¡lcool - não cafea­na, dieta ou falta de sono - pode desencadear problemas de ritmo carda­aco
Os autores concluem que as pessoas podem reduzir o risco de fibrilaa§a£o atrial (FA) evitando certos fatores desencadeantes.
Por Elizabeth Fernandez - 24/03/2021


Doma­nio paºblico

Uma nova pesquisa da UC San Francisco que testou possa­veis gatilhos de uma condição carda­aca comum, incluindo cafea­na, privação de sono e dormir do lado esquerdo, descobriu que apenas o uso de a¡lcool estava consistentemente associado a mais episãodios de arritmia carda­aca.

Os autores concluem que as pessoas podem reduzir o risco de fibrilação atrial (FA) evitando certos fatores desencadeantes.

O estudo foi publicado no JAMA Cardiology e apresentado em 14 de novembro de 2021 nas sessaµes cienta­ficas anuais da American Heart Association.

Os pesquisadores ficaram surpresos ao descobrir que, embora a maioria das coisas que os participantes pensavam que estivessem relacionadas a  FA não estavam, aqueles no grupo de intervenção ainda experimentaram menos arritmia do que as pessoas em um grupo de comparação que não fazia automonitoramento.

"Isso sugere que essas avaliações personalizadas revelaram resultados aciona¡veis", disse o autor principal Gregory Marcus, MD, MAS, professor de Medicina da Divisão de Cardiologia da UCSF. "Embora a cafea­na tenha sido o gatilho mais comumente selecionado para o teste, não encontramos evidaªncias de uma relação de curto prazo entre o consumo de cafea­na e a fibrilação atrial. Em contraste, o consumo de a¡lcool exibiu de forma mais consistente riscos elevados de fibrilação atrial."

A fibrilação atrial contribui para mais de 150.000 mortes nos Estados Unidos a cada ano, relata os Centros federais para Controle e Prevenção de Doena§as, com a taxa de mortalidade aumentando por mais de 20 anos.

Para saber mais sobre o que os pacientes sentiam ser especialmente importante estudar sobre a doena§a, os pesquisadores realizaram uma sessão de brainstorming em 2014. Os pacientes disseram que pesquisar os gatilhos individuais para FA era sua prioridade, dando origem ao estudo I-STOP-AFib, que permitiu aos indivíduos para testar qualquer presuma­vel gatilho AF. Cerca de 450 pessoas participaram, mais da metade das quais (58 por cento) eram homens, e a esmagadora maioria dos quais eram brancos (92 por cento).

Os participantes do ensaio cla­nico randomizado utilizaram um dispositivo ma³vel de gravação de eletrocardiograma junto com um aplicativo de telefone para registrar possa­veis gatilhos, como beber a¡lcool e cafea­na, dormir do lado esquerdo ou não dormir o suficiente, comer uma grande refeição, uma bebida gelada ou ficar uma dieta especa­fica, prática de exerca­cios ou qualquer outra coisa que considerassem relevante para a FA. Embora os participantes fossem mais propensos a selecionar a cafea­na como gatilho, não houve associação com a FA. Pesquisas recentes da UCSF também falharam em demonstrar uma relação entre cafea­na e arritmias - pelo contra¡rio, os pesquisadores descobriram que pode ter um efeito protetor.

O novo estudo demonstrou que o consumo de a¡lcool foi o aºnico gatilho que resultou em um número significativamente maior de episãodios de FA autorrelatado.

O manãtodo de teste individualizado, conhecido como n-de-1, não validou os gatilhos selecionados pelos participantes para FA. Mas os participantes do ensaio relataram menos episãodios de FA do que os do grupo de controle, e os dados sugerem que comportamentos como evitar o a¡lcool podem diminuir as chances de ter um episãodio de FA.

"Este estudo completamente remoto, sem site e baseado em aplicativo ma³vel, espera-se que pavimente o caminho para que muitos investigadores e pacientes conduzam experimentos personalizados 'n-de-1' semelhantes que podem fornecer informações clinicamente relevantes especa­ficas para o indiva­duo", disse Marcus.

 

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