Saúde

A tira de teste COVID-19 revestida de açúcar tira proveito da vontade de comer doce do coronava­rus
Pesquisadores aproveitam a tendaªncia do va­rus no desenvolvimento de uma tira de teste COVID-19 revestida de açúcar que tem sido eficaz na deteca§a£o de todas as variantes conhecidas do coronava­rus, incluindo Delta.
Por University of North Carolina em Chapel Hill - 15/12/2021


Pixabay

Mesmo aqueles que rastreiam cada nova descoberta sobre o coronava­rus e suas variantes podem não estar cientes dos desejos do va­rus por açúcar.

Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill e da Universidade da Califórnia em San Diego aproveitam a tendaªncia do va­rus no desenvolvimento de uma tira de teste COVID-19 revestida de açúcar que tem sido eficaz na detecção de todas as variantes conhecidas do coronava­rus, incluindo Delta.

Nas próximas semanas, os pesquisadores determinara£o se o autoteste conhecido como GlycoGrip pode detectar infecções causadas pela variante do Omicron também, disse o pesquisador da Carolina Ronit Freeman.

"Viramos a mesa com o va­rus usando o mesmo revestimento de açúcar que se liga a s células infectadas - para captura¡-lo em nosso sensor", disse Freeman, que publicou as descobertas na ACS Central Science .

Um dos maiores desafios da atual pandemia de COVID-19 tem sido responder a s mutações do va­rus e variantes emergentes. Novos testes devem ser desenvolvidos para novos ajustes no ca³digo genanãtico do va­rus.

Mas o GlycoGrip oferece uma solução para testes universais de coronava­rus.

"Estamos otimistas de que o GlycoGrip capturara¡ variantes futuras com a mesma facilidade", disse Freeman.

O teste éinspirado na biologia natural das células epiteliais - aquelas que são direcionadas e infiltradas pelo SARS-CoV-2, o va­rus que causa o COVID-19. Essas células são revestidas por uma densa matriz de açúcares chamada glicoca¡lice, e éessa rede de açúcar que o va­rus explora para causar infecção.

O conceito éintuitivo: uma gota de biofluido contendo o va­rus, como a saliva, écolocada em uma das extremidades da tira e flui ao longo dasuperfÍcie. Quando o fluido atinge uma área coberta de açúcar, o va­rus não consegue evitar o apetite por doces, ficando preso nessa área especa­fica.

Essa captura éentão sinalizada por anticorpos tratados com nanoparta­culas de ouro, produzindo uma cor visual que indica infecção.

"Usamos a natureza para reimaginar o diagnóstico viral", disse Freeman, coautor do artigo e professor associado de ciências físicas aplicadas e engenharia biomédica no UNC-Chapel Hill College of Arts & Sciences.

Para entender melhor como esses polímeros de açúcar se ligam ao va­rus , Freeman entrou em contato com Rommie Amaro, professor de química e bioquímica da Universidade da Califórnia em San Diego e coautor do estudo correspondente.

Amaro e sua equipe desenvolveram simulações computacionalmente intensas que ajudaram a explicar a meca¢nica por trás de como e por que os açúcares ancorados nas células se ligam aos picos virais.

"Usando visualizações denívelata´mico da protea­na de pico, fomos capazes de identificar os principais locais de ligação para os polímeros de açúcar glicoca¡lice e descobrir como esses açúcares se adaptam a diferentes conformações de pico", disse Amaro. "Isso éemocionante, nosessencialmente revelamos outro segredo de como o pico liga as células para facilitar a infecção."

Uma patente foi registrada para esta nova tecnologia e, olhando além da pandemia atual, a equipe prevaª um futuro no qual o GlycoGrip pode oferecer testes baratos e confia¡veis ​​para uma ampla gama de va­rus.

O artigo éintitulado "GlycoGrip: Sensor universal inspirado nasuperfÍcie celular para betacoronava­rus." A lista completa de autores inclui: Sanghoon Kim, Fiona Kearns, Mia Rosenfeld, Lorenzo Casalino, Micah J. Papanikolas, Carlos Simmerling, Rommie E. Amaro e Ronit Freeman.

 

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