Saúde

Estudo mostra como o HIV se copia no corpo
Um novo estudo descobriu como uma pequena diferença na sequaªncia do RNA pode permitir que o RNA viral seja empacotado para replicaça£o, criando alvos potenciais para futuros tratamentos de HIV.
Por Laura Arenschield - 15/12/2021


A replicação do HIV no corpo humano requer que RNAs virais específicos sejam empacotados empartículas virais descendentes. Um novo estudo descobriu como uma pequena diferença na sequaªncia do RNA pode permitir que o RNA viral seja empacotado para replicação, criando alvos potenciais para futuros tratamentos de HIV.


Diagrama do va­rus HIV. Imagem: Instituto Nacional de
Saúde dos EUA / Wikipedia.

O estudo, publicado na semana passada no Proceedings of the National Academy of Sciences , descobriu que o HIV escolhe seu genoma de RNA viral - o "ca³digo-fonte" que injeta em células humanas sauda¡veis ​​para infecta¡-las - com base em funções atribua­veis a apenas dois nucleota­deos.

"a‰ apenas essa diferença de dois nucleota­deos que faz um efeito tão drama¡tico", disse Karin Musier-Forsyth, autora saªnior do estudo, Ohio Eminent Scholar e professora de química e bioquímica da Universidade Estadual de Ohio. "Se pudermos impedir que ele empacote seu pra³prio genoma, podemos evitar que ele se espalhe dentro do corpo."

Os autores do estudo, que também incluem pesquisadores do National Cancer Institute, esperavam responder a uma questãode longa data na pesquisa da biologia do HIV: como o va­rus sabe como empacotar seu RNA viral especa­fico para ser copiado em células humanas?

"Assim como precisamos de um genoma codificado por DNA, os va­rus tem seu pra³prio DNA ou RNA gena´mico - no caso do HIV éo RNA - e precisam empacotar seu RNA gena´mico e édisso que trata todo este estudo", disse ela. "a‰ uma etapa essencial para entendermos a replicação do va­rus."

O RNA éuma cadeia de nucleota­deos e estãopresente de uma forma ou de outra em todas as coisas vivas, incluindo os va­rus. No HIV, ele carrega a informação genanãtica que permite ao va­rus se copiar dentro de um hospedeiro - o corpo humano . O RNA do HIV compreende cerca de 9.800 nucleota­deos.

"Temos muitos tipos de RNA em nossas células como humanos, incluindo RNA mensageiro (mRNA), que émuito abundante - e sobre o qual todos já ouviram falar, graças ao COVID-19", disse Musier-Forsyth. “Mas o genoma viral do HIV éfeito em pequenas quantidades e émuito seletivamente empacotado como RNA gena´mico, além de servir como mRNA para fazer protea­nas virais. Como o va­rus encontra esse RNA gena´mico para empacotar e não apenas empacotar qualquer RNA em nossas células? "

Os pesquisadores acreditavam que se pudessem encontrar uma resposta para essa pergunta, eles poderiam eventualmente desenvolver drogas que poderiam bloquear a replicação do va­rus e impedir que ele infecte células humanas sauda¡veis.

Os pesquisadores examinaram as estruturas de duas cadeias de RNA do HIV quase idaªnticas e descobriram que o va­rus usava uma diferença de dois nucleota­deos no final das cadeias de RNA para distinguir entre o RNA gena´mico e o mRNA viral. Eles descobriram que um era mais eficiente em ser empacotado como um genoma do que o outro devido a s conformações, ou estruturas, que se formava.

As descobertas podem ter implicações para futuros tratamentos para o HIV que tem como alvo o RNA e seriam diferentes dos atuais tratamentos para o HIV, que visam principalmente a s protea­nas virais. Novos medicamentos para o HIV baseados nesta descoberta provavelmente estãoa anos de distância, mas Musier-Forsyth disse que esta descoberta éum importante passo cienta­fico.

“Agora que entendemos mais sobre a estrutura do RNA, podera­amos desenvolver terapaªuticas, sejam elas pequenas moléculas ou outras novas terapaªuticas de a¡cido nuclanãico, que poderiam bloquear o RNA em uma conformação que não seria embalada. empacotar seu genoma, então ele não pode replicar ", disse Musier-Forsyth.

Outros pesquisadores do estado de Ohio que contribua­ram para este estudo incluem Shuohui Liu e Jonathan P. Kitzrow. Este trabalho foi apoiado pelo National Institutes of Health.

 

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