O mieloma maºltiplo éum câncer da canãlula plasma¡tica, um tipo de gla³bulo branco presente na medula a³ssea que produz anticorpos para combater a infeca§a£o. Em pacientes com mieloma, as células plasma¡ticas proliferam muito rapidamente...
Micrografia de um plasmocitoma, o correlato histola³gico de mieloma maºltiplo. Coloração H&E. Crédito: Wikipedia/CC BY-SA 3.0
Em 1873, o médico russo J. von Rusitzky cunhou o termo "mieloma maºltiplo" depois de encontrar oito tipos diferentes de tumores de medula a³ssea em um aºnico paciente. Quase 150 anos depois, usando tecnologia avana§ada de sequenciamento de células e técnicas de imagem de última geração, pesquisadores do Roswell Park Comprehensive Cancer Center forneceram uma explicação molecular e biológica para esse achado, descobrindo que diferentes clones de mieloma podem estar presentes em um aºnico paciente e ligando essas alterações genanãticas distintas nas células do mieloma ao desenvolvimento da doença a³ssea do mieloma.
O mieloma maºltiplo éum câncer da canãlula plasma¡tica, um tipo de gla³bulo branco presente na medula a³ssea que produz anticorpos para combater a infecção. Em pacientes com mieloma, as células plasma¡ticas proliferam muito rapidamente, expulsando as células sauda¡veis ​​e causando áreas dolorosas de dano ósseo chamadas lesões osteolaticas. No entanto, por que as células cancerosas em pacientes com mieloma maºltiplo causam doenças ósseas debilitantes em algumas áreas do corpo, deixando outras áreas inalteradas, tem sido amplamente desconhecida por muitos anos.
No primeiro ensaio clanico prospectivo desse tipo, uma equipe multidisciplinar de colaboradores, incluindo Jens Hillengass, MD, Ph.D., Chief of Myeloma, e Philip McCarthy, MD, Diretor Emanãrito de Transplante e Terapia Celular em Roswell Park, revelou vasta heterogeneidade espacial em pacientes com mieloma maºltiplo recidivante/refrata¡rio ou recanãm-diagnosticado por meio de uma combinação de sequenciamento de RNA de canãlula única e bia³psias guiadas por imagem de lesões ósseas do mieloma. O estudo, publicado em 10 de fevereiro na Nature Communications , liga o acaºmulo de células plasma¡ticas malignas causadoras de doenças ao desenvolvimento da doença a³ssea do mieloma, fornecendo respostas a perguntas de longa data sobre o mieloma maºltiplo que podem mudar a maneira como a doença édiagnosticada e tratado.
"Nossa abordagem multidisciplinar revelou informações importantes sobre a heterogeneidade espacial e temporal do mieloma maºltiplo", observa o Dr. Hillengass, autor saªnior do estudo. "Descobrimos que as células do mieloma mostram diferenças emnívelde canãlula única em um aºnico paciente, tanto em diferentes áreas da medula a³ssea quanto ao longo do tempo".
Para confirmar o diagnóstico de mieloma maºltiplo, um especialista em câncer geralmente obtanãm uma bia³psia da medula a³ssea da crista ilaaca (osso do quadril), sem a orientação de técnicas de imagem. Para este ensaio clanico prospectivo, os especialistas do Roswell Park usaram imagens de corpo inteiro (PET/CT) de última geração não apenas para bia³psia da crista ilaaca, mas também para identificar e fazer bia³psia de lesões ósseas do mieloma em 10 pacientes com mieloma maºltiplo sintoma¡tico (7 com câncer recanãm-diagnosticado e 3 com doença recidivante/refrata¡ria).
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Em seguida, pesquisadores dos departamentos de Medicina, Imunologia, Radiologia Diagnóstica, Bioestatastica e Bioinforma¡tica, Citometria de Fluxo e Imagem, Citogenanãtica Clanica e Patologia e Medicina Laboratorial em Roswell Park, em colaboração com cientistas do Dana Farber Cancer Institute, analisaram centenas de milhares de as células de mieloma obtidas durante bia³psias guiadas por imagem usando sequenciamento de RNA de canãlula única, uma técnica de laboratório que pode identificar clones resistentes ao tratamento e subpopulações responsa¡veis ​​pela disseminação metasta¡tica.
A análise revelou que as células do mieloma de diferentes localizações no mesmo paciente são geneticamente diferentes, especialmente em pacientes com doença recidivante. Os pesquisadores identificaram subgrupos de células de mieloma maligno que superexpressaram genes associados a proliferação e fosforilação oxidativa, duas caracteristicas do câncer associadas a piores resultados, confirmando o valor prognóstico dessa técnica.
Quando a equipe repetiu suas análises de células plasma¡ticas malignas individuais depois que os pacientes completaram a terapia do mieloma, eles descobriram alterações genanãticas nas células plasma¡ticas malignas que permaneceram após a terapia osalterações provavelmente associadas a resistência ao tratamento osmostrando que o sequenciamento de uma única canãlula pode ser usado para não apenas identificar e caracterizar a doença residual, mas também identificar novas estratanãgias para erradicar a resistência ao tratamento no futuro.
Além de genes que já foram associados ao mieloma, os pesquisadores identificaram um novo gene, LAMP5, que ésuperexpresso em lesões ósseas e provavelmente contribui para a progressão da doença . Como a amostragem de células de mieloma apenas da crista ilaaca não fornece uma imagem completa da doena§a, observam os autores, adquirir informações adicionais de imagens para identificar clones resistentes ao tratamento pode se tornar uma prática padra£o, especialmente ao projetar terapias personalizadas e direcionadas.
"Nosso trabalho destaca a importa¢ncia da imagem de corpo inteiro no diagnóstico e tratamento do mieloma, considerando a forte evidência de que diferentes clones de mieloma estãopresentes em um aºnico paciente", diz o primeiro autor do estudo, Maximillian Merz, MD, que liderou o trabalho enquanto ele era um membro do corpo docente de Roswell Park e continua a ser um colaborador frequente da equipe de mieloma de Roswell Park. "Se queremos curar o mieloma, precisamos incluir imagens de corpo inteiro no acompanhamento de rotina, porque sem técnicas modernas de imagem, como PET e CT, os médicos podem subestimar a verdadeira extensão da doena§a".
As descobertas da equipe aprimoram a compreensão atual do mieloma maºltiplo, com implicações para o tratamento e monitoramento de pacientes com doença recanãm-diagnosticada e recidivada. Eles destacam a possibilidade de personalizar o tratamento com base na composição genanãtica distinta dos mielomas em cada paciente, tanto no diagnóstico inicial quanto ao longo do tempo.