Saúde

Nãoháumento do risco de tumores cerebrais para usuários de telefones celulares, segundo novo estudo
Como os telefones celulares são colocados perto da cabea§a, as ondas de radiofrequência que eles emitem penetram vários centa­metros no cérebro , sendo os lobos temporal e parietal os mais expostos.
Por Universidade de Oxford - 28/03/2022


Os telema³veis podem agravar as desigualdades na saúde. Crédito: Shutterstock

Temores de longa data de que o uso de telefones celulares pode aumentar o risco de desenvolver um tumor cerebral foram reacendidos recentemente pelo lana§amento das tecnologias sem fio 5G (quinta geração). Os telefones celulares emitem ondas de radiofrequência que, se absorvidas pelos tecidos, podem causar aquecimento e danos.

Como os telefones celulares são colocados perto da cabea§a, as ondas de radiofrequência que eles emitem penetram vários centa­metros no cérebro , sendo os lobos temporal e parietal os mais expostos. Isso levou a  preocupação de que os usuários de telefones celulares possam estar em maior risco de desenvolver tumores cerebrais, com a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Ca¢ncer (IARC) classificando as ondas de radiofrequência como "possivelmente cancera­genas". No entanto, a maioria dos estudos que investigaram essa questãoatéo momento foram estudos retrospectivos em que indivíduos relatam uso de telefone celular após o diagnóstico de ca¢ncer, o que significa que os resultados podem ser tendenciosos.

Hoje, pesquisadores da Oxford Population Health e do IARC relataram os resultados de um grande estudo prospectivo no Reino Unido (um estudo no qual os participantes são inscritos antes de desenvolver a(s) doena§a(s) em questão) para investigar a associação entre o uso de telefones celulares e o risco de tumor cerebral . Os resultados são publicados no Journal of the National Cancer Institute .

Os pesquisadores usaram dados do UK Million Women Study: um estudo em andamento que recrutou uma em cada quatro mulheres do Reino Unido nascidas entre 1935 e 1950. Cerca de 776.000 participantes preencheram questiona¡rios sobre o uso de telefones celulares em 2001; cerca de metade deles foram pesquisados ​​novamente em 2011. Os participantes foram acompanhados por uma média de 14 anos por meio de va­nculo com seus registros do NHS.

O uso do telefone celular foi examinado em relação ao risco de vários tipos específicos de tumor cerebral: glioma (um tumor do sistema nervoso); neuroma acaºstico (um tumor do nervo que conecta o cérebro e o ouvido interno); meningioma (um tumor da membrana que envolve o cérebro); e tumores da gla¢ndula pituita¡ria. Os pesquisadores também investigaram se o uso de telefones celulares estava associado ao risco de tumores oculares.
 
Principais conclusaµes

Em 2011, quase 75% das mulheres com idade entre 60 e 64 anos usavam celular, e pouco menos de 50% das entre 75 e 79 anos

Durante o período de acompanhamento de 14 anos, 3.268 (0,42%) das mulheres desenvolveram um tumor cerebral

Nãohouve diferença significativa no risco de desenvolver um tumor cerebral entre aqueles que nunca usaram um telefone celular e os usuários de telefone celular . Estes inclua­ram tumores nos lobos temporal e parietal, que são as partes mais expostas do cérebro

Tambanãm não houve diferença no risco de desenvolver glioma, neuroma acaºstico, meningioma, tumores pituita¡rios ou tumores oculares

Nãohouve aumento no risco de desenvolver qualquer um desses tipos de tumor para aqueles que usavam telefone celular diariamente, falavam por pelo menos 20 minutos por semana e/ou usavam telefone celular hámais de 10 anos

A incidaªncia de tumores do lado direito e do lado esquerdo foi semelhante em usuários de telefones celulares, embora o uso de telefones celulares tenda a ser consideravelmente maior no lado direito do que no esquerdo

A coinvestigadora Kirstin Pirie, da Unidade de Epidemiologia do Ca¢ncer da Oxford Population Health, disse: "Esses resultados apoiam a evidência acumulada de que o uso de telefones celulares em condições usuais não aumenta o risco de tumor cerebral".

Embora os resultados sejam tranquilizadores, ainda não estãoclaro se os riscos associados ao uso de telefones celulares são diferentes naqueles que usam telefones celulares consideravelmente mais do que era ta­pico das mulheres nesta coorte. Neste estudo, apenas 18% dos usuários de telefone relataram falar em um telefone celular por 30 minutos ou mais a cada semana. Aqueles que usam telefones celulares por longos períodos podem reduzir sua exposição a s ondas de radiofrequência usando kits de viva-voz ou alto-falantes.

O estudo não incluiu criana§as ou adolescentes, mas pesquisadores em outros lugares investigaram a associação entre o uso de telefones celulares e o risco de tumor cerebral nesses grupos, não encontrando nenhuma associação.

O investigador principal Joachim Scha¼z da IARC disse: "As tecnologias ma³veis estãomelhorando o tempo todo, de modo que as gerações mais recentes emitem uma potaªncia de saa­da substancialmente menor . boa abordagem de precaução."

O estudo foi publicado no Journal of the National Cancer Institute.

 

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