Saúde

Cientistas descobrem como o sal em tumores pode ajudar a diagnosticar e tratar o câncer de mama
Usando essa técnica, os pesquisadores analisaram os tumores de câncer de mama e descobriram que o sal (sãodio) estava sendo acumulado dentro das células cancera­genas e que os tumores mais ativos acumulam mais sãodio.
Por Universidade de York - 24/04/2022


Pixabay

A análise dos na­veis de sãodio em tumores de câncer de mama pode fornecer uma indicação precisa de quanto agressivo éum câncer e se os tratamentos de quimioterapia estãosurtindo efeito, mostrou uma nova pesquisa.

Em um estudo, pelas universidades de York e Cambridge e financiado pelas instituições de caridade Cancer Research UK e Breast Cancer Now, os pesquisadores desenvolveram uma técnica usando ressonância magnanãtica de sãodio (MRI) para detectar na­veis de sal em tumores de câncer de mama em camundongos.

Usando essa técnica, os pesquisadores analisaram os tumores de câncer de mama e descobriram que o sal (sãodio) estava sendo acumulado dentro das células cancera­genas e que os tumores mais ativos acumulam mais sãodio.

Os pesquisadores então pegaram um grupo de 18 tumores e direcionaram alguns deles com tratamento quimiotera¡pico. Quando examinaram os tumores uma semana depois, descobriram que os na­veis de sãodio haviam diminua­do nos tumores tratados com quimioterapia.

Atualmente, existem cerca de 55.920 novos casos de câncer de mama diagnosticados no Reino Unido a cada ano e éa principal causa de morte relacionada ao câncer em mulheres em todo o mundo.

A imagem dos na­veis de sal pode ser uma nova ferramenta vital para ajudar a diagnosticar e monitorar o câncer de mama, dizem os pesquisadores. A equipe agora estãorealizando um estudo observacional para ver se seus resultados podem ser replicados em pacientes humanos com câncer de mama.

O autor saªnior do estudo, Dr. William Brackenbury, do Departamento de Biologia da Universidade de York, disse: “Sabemos hálgum tempo que os tumores sãolidos são ricos em sal, mas esta pesquisa nos leva um passo mais perto de entender o porquaª. Nossas descobertas mostram que os altos na­veis de sãodio nos tumores de câncer de mama vão de dentro das células cancera­genas e não do fluido tecidual circundante, o que significa que hálgo estranho em sua atividade metaba³lica que os leva a acumular mais sal do que as células sauda¡veis.
 
“Atualmente, hápenas um punhado de scanners de ressonância magnanãtica de sãodio em todo opaís, mas nosso estudo abre caminho para que eles sejam usados ​​como uma nova técnica para diagnosticar câncer de mama, monitorar o sucesso dos tratamentos e melhorar as taxas de sobrevivaªncia dos pacientes”.

Segundo os autores do estudo, hátambém o potencial para o desenvolvimento de medicamentos para bloquear os canais de sãodio nas células cancera­genas, retardando o crescimento e disseminação de tumores. Pesquisas anteriores lideradas pelo Dr. Brackenbury identificaram uma droga atualmente usada para tratar a epilepsia que se mostrou promissora no direcionamento dos canais de sãodio e retardou a progressão do câncer em modelos laboratoriais de câncer de mama.

Os pesquisadores também gostariam de explorar maneiras de melhorar a resolução da ressonância magnanãtica de sãodio, que atualmente produz uma imagem relativamente pixelizada em comparação com uma ressonância magnanãtica normal. A equipe quer desenvolver novas tecnologias oscomo o projeto de novas bobinas de radiofrequência e sistemas de resfriamento associados ospara melhorar a qualidade do sinal de imagem de sãodio. Isso permitiria que eles fizessem mais pesquisas, incluindo investigar se existem hotspots de sãodio em tumores onde o crescimento émais ativo.

A coautora cla­nica do estudo, a professora Fiona Gilbert, da Universidade de Cambridge, disse: "Estamos entusiasmados com o uso dessas técnicas na cla­nica".

Dr. Charles Evans, gerente de informações de pesquisa da Cancer Research UK, disse: "Este estudo interessante demonstra que o uso de ressonância magnanãtica de sãodio pode ser uma nova maneira poderosa de melhorar a detecção de câncer de mama. A técnica também tem o potencial de nos fornecer insights mais profundos sobre como os ca¢nceres de mama respondem aos tratamentos. Além disso, essas técnicas podem ser aplicadas a outros tipos de ca¢ncer. O estudo estãoem um esta¡gio inicial, no entanto, mais pesquisas sera£o necessa¡rias antes que a ressonância magnanãtica de sãodio possa comea§ar a beneficiar os pacientes."

O Dr. Simon Vincent, Diretor de Pesquisa, Apoio e Influaªncia da Breast Cancer Now, disse: "a‰ vital que o câncer de mama seja diagnosticado com rapidez e precisão, e sua resposta ao tratamento monitorada de perto, para garantir que os pacientes recebam o melhor atendimento possí­vel. a pesquisa de esta¡gio em ressonância magnanãtica de sãodio tem o potencial de melhorar o atendimento ao paciente , fornecendo a s equipes médicas informações mais detalhadas. Esperamos que os cientistas desenvolvam essa descoberta para entender como ela pode funcionar na prática para beneficiar os pacientes na cla­nica. O câncer pode acumular sãodio também deve ser investigado, pois pode ajudar a descobrir novas maneiras de tratar essa doença devastadora."

"Acaºmulo de sãodio no câncer de mama prevaª malignidade e resposta ao tratamento" épublicado no link de inserção do British Journal of Cancer , uma vez publicado. O estudo também foi apoiado pelo Conselho de Pesquisa em Engenharia e Ciências Fa­sicas (EPSRC) e Conselho de Pesquisa em Biotecnologia e Ciências Biola³gicas (BBSRC).

 

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