No início do mês, enquanto atletas mundialmente famosos lutavam por lugares no pódio na capital francesa, outra cidade europeia sediava uma olimpíada: a pacata Blagoevgrad, na Bulgária, recebeu a edição 2024 da International Mathematics Competition for University Students - e os representantes brasileiros também levaram medalhas para casa.

A equipe da Escola de Matemática Aplicada da Fundação Getulio Vargas (FGV EMAp) foi composta pelos discentes Pablo Andrade, Jairon Henrique Batista, Luis Felipe Marques, Cleyton Vinicius dos Santos, João Pedro Viana Costa, João Vitor Alves Ferreira e Ramyro Correa, e, liderada pelo aluno de Mestrado Rodrigo Ribeiro, conquistou três medalhas - uma de ouro com Pablo, uma de prata Jairon e uma de bronze com Luis Felipe. Cleyton, João Pedro, João Vitor e Ramyro foram destacados com menções honrosas.

A competição, que foi realizada de 6 a 11 de agosto, é reconhecida como a maior olimpíada internacional de matemática universitária e contou com a participação de estudantes de diversas instituições renomadas ao redor do mundo. Foram 401 participantes, no total, com 102 medalhistas de ouro, 82 de prata e 86 de bronze. 

Para chegar ao objetivo de receber medalha de ouro, prata e bronze, ou receber menção honrosa, é necessário se sair bem nas duas provas realizadas no evento. Os testes são aplicados em dois dias consecutivos, cada um com cinco questões e com duração de cinco horas. Cada questão solicita a demonstração de alguma afirmação ou a chegada à resposta certa. 

Em geral, as questões são em ordem de dificuldade: as primeiras são mais rápidas e simples, mas as últimas são bem complexas e podem levar muito tempo pra resolver. Em alguns casos, a questão mais difícil é resolvida completamente por somente uma ou duas pessoas. Cada item vale dez pontos, e é possível tirar qualquer nota que seja um número inteiro entre 0 e 10. Os participantes são divididos entre medalhistas (ouro, prata e bronze), os que recebem menções honrosas e os que recebem certificado de participação, seguindo as notas tiradas por eles. Para o ouro, é necessário obter 55% de aproveitamento na prova; para a prata, 43%; para o bronze, 33%; e para a menção honrosa, 15%. 

Além das conquistas acadêmicas, a IMC também proporciona aos participantes a oportunidade de interagir com empresas patrocinadoras de grande visibilidade mundial, como Huawei, Pinely e Jane Street, que oferecem oportunidades de emprego e estágio para os alunos de destaque.

Cleyton destacou a importância das aulas, simulados e sessões de solução de problemas em grupo, que foram organizadas com a colaboração de professores da Escola e de outras instituições. “A sensação é de privilégio e também de muita responsabilidade. Privilégio por poder levar o nome de uma instituição como a FGV para o mundo das competições de matemática”, afirmou Cleyton, ressaltando a importância da participação na IMC para a formação acadêmica e profissional.

Luis Felipe Marques, medalhista da competição, enfatizou o papel crucial do Clube Olímpico, criado pela FGV EMAp para intensificar a preparação dos alunos: “Nosso ciclo de preparação foi bem intenso. Nesse último ano, a Escola se prontificou a criar o nosso Clube Olímpico, que foi crucial para a preparação de alunos tanto da própria EMAp quanto de outras universidades do Rio de Janeiro”.

O International Mathematics Competition (IMC) é uma competição global voltada para estudantes universitários de matemática, oferecendo uma oportunidade única de se envolver em desafios matemáticos de alto nível. Realizado anualmente, o IMC reúne alunos de diversas partes do mundo para competir em áreas como Álgebra, Análise, Geometria e Combinatória. Além de promover a excelência acadêmica, o evento destaca a importância da diversidade e da inclusão, criando um ambiente acolhedor e respeitoso para todos os participantes, independentemente de suas origens ou crenças.