Uma primeira história da tecnologia de segurança de documentos, coautorada por Jana Dambrogio, das Bibliotecas do MIT, fornece novas ferramentas para pesquisa interdisciplinar.

Um novo livro compartilha a rica história de uma tecnologia de segurança de documentos centenária — dobrar e proteger uma carta em seu próprio envelope para entrega. “Estamos convidando as pessoas a explorar e expandir esse novo campo de estudo por meio de 'mente e mão'”, diz a coautora Jana Dambrogio, conservadora do Thomas F. Peterson (1957) das bibliotecas do MIT. Créditos: Foto: L. Barry Hetherington
Desde que as pessoas se comunicam por escrito, elas encontraram maneiras de manter suas mensagens privadas. Antes da invenção do envelope gomado em 1830, proteger a correspondência envolvia letterlocking, um processo engenhoso de dobrar uma folha plana de papel para se tornar seu próprio envelope, geralmente usando uma combinação de dobras, pregas, fendas ou adesivos como cera de lacre. Escritores de cartas, de Erasmo a Catarina de Médici e Emily Dickinson, empregaram essas técnicas, que Jana Dambrogio, a conservadora Thomas F. Peterson (1957) das bibliotecas do MIT, chamou de "letterlocking".
“O estudo do letterlocking une muito conscientemente as humanidades e as ciências”, diz Dambrogio, que se interessou pela prática como bolsista no estúdio de conservação dos Arquivos Apostólicos do Vaticano, onde descobriu exemplos dos séculos XV e XVI. “Ele se baseia nas perspectivas não apenas de conservadores e historiadores, mas também de engenheiros, especialistas em imagem e cientistas.”
Agora, a rica história dessa tecnologia de segurança de documentos centenária é o assunto de um novo livro, “ Letterlocking: The Hidden History of the Letter ,” publicado pela MIT Press e coautorado com Daniel Starza Smith, um palestrante em literatura inglesa moderna no King's College London. Dambrogio e Smith foram pioneiros no campo da pesquisa de letterlocking nos últimos 10 anos, trabalhando com uma coleção internacional e interdisciplinar de especialistas, o Unlocking History Research Group.
Com mais de 300 imagens e diagramas, “Letterlocking” explora a história da prática por meio de exemplos reais de todo o mundo. Inclui um dicionário de 60 termos e conceitos técnicos, sistemas que os autores desenvolveram ao estudar mais de 250.000 cartas históricas. O livro pretende ser um trampolim para novas descobertas, seja fornecendo uma nova lente sobre a história ou estimulando avanços tecnológicos.
Ao trabalhar com a Coleção Brienne — um baú postal do século XVII cheio de cartas não entregues — o Unlocking History Research Group buscou estudar exemplos intactos de cartas trancadas sem destruí-las no processo. Isso estimulou avanços em conservação, radiologia e algoritmos computacionais. Em 2020, a equipe colaborou com pesquisadores do Laboratório de Ciência da Computação e Inteligência Artificial do MIT (CSAIL), Amanda Ghassaei SM '17 e Holly Jackson '22, para desenvolver novos algoritmos que pudessem virtualmente ler uma carta fechada, publicando os resultados na Nature Communications em 2021.
“Letterlocking” também oferece um guia abrangente para fazer suas próprias cartas trancadas. “A melhor introdução ao letterlocking é fazer alguns modelos”, diz Dambrogio. “Sinta o formato e o peso; veja como seria fácil esconder ou difícil abrir sem ser notado. Estamos convidando as pessoas a explorar e expandir esse novo campo de estudo por meio da 'mente e da mão'.”