Talento

Diversos cientistas juniores mostram seus talentos e aprendem a navegar na academia
O Simpa³sio Intersections Science Fellows foi realizado por meio de sessaµes de Zoom e webinars de 6 a 8 de janeiro, e foi organizado por uma coaliza£o formada por Yale e 25 outras instituia§aµes de pesquisa nacionais.
Por Jeanna Lucci-Canapari - 20/02/2021

Um simpa³sio multiinstitucional liderado pela Yale School of Medicine tratou mais de 1.900 participantes online de todo opaís para uma vitrine de pesquisa de um grupo diversificado de talentosos pesquisadores de pa³s-doutorado, com o objetivo de impulsionar suas carreiras promissoras em descobertas cienta­ficas. O Simpa³sio Intersections Science Fellows foi realizado por meio de sessaµes de Zoom e webinars de 6 a 8 de janeiro, e foi organizado por uma coaliza£o formada por Yale e 25 outras instituições de pesquisa nacionais.

O simpa³sio apresentou contribuições de pesquisa de 26 cientistas juniores, que foram escolhidos para apresentar seu trabalho como 2021 Intersection Science Fellows. Selecionados a partir de um grupo de mais de 400 candidatos, os bolsistas representaram em grande parte as comunidades que historicamente não foram representadas no campo da pesquisa médica, incluindo pessoas de minorias anãtnicas e raciais, pessoas com deficiência, pessoas de baixonívelsocioecona´mico, mulheres ou pessoas que identificar como LGBTQI +.

Simpa³sio Intersections Science Fellows
Os participantes se reuniram de locais remotos, de 6 a 8 de janeiro.

Pesquisadores de pa³s-doutorado - conhecidos como pa³s-doutorados - estãoem uma encruzilhada em suas carreiras. Buscar cargos no corpo docente em instituições acadaªmicas, em vez de levar seus talentos para a indaºstria, ensino ou outros campos, éuma decisão difa­cil e os coloca em um caminho repleto de desafios. Para cientistas de origens historicamente sub-representadas no campo, existem obsta¡culos adicionais.

Mesmo com as grandes realizações de todos os bolsistas que foram escolhidos, disse Rochelle D. Smith, MS, reitora associada de diversidade e inclusão (DEI) e diretor de diversidade associado da faculdade de medicina, eles ainda podem enfrentar obsta¡culos como esterea³tipos, sa­ndrome do impostor e marginalização. “Todas essas coisas podem ter um efeito cumulativo em seus pensamentos sobre quais podem ser os pra³ximos passos em suas carreiras”, diz Smith. “Este simpa³sio, esperana§osamente, serviu como um gerador de confianção e reforçou para eles que eles estãoprontos, e eles são os cientistas que precisamos para lidar com as questões de um mundo diverso.”

O simpa³sio e as bolsas são etapas de um esfora§o maior para abordar essas disparidades e criar ambientes mais inclusivos na medicina acadaªmica. “Muitas mulheres e estudantes de graduação e pa³s-doutorandos sub-representados sentem que suas experiências foram menos do que ideais durante seu treinamento”, disse Darin Latimore, MD, vice-reitora, diretora de diversidade e professora associada de medicina (medicina geral). “Aqueles que se sentem assim tem muito menos probabilidade de se inscrever na medicina acadaªmica como uma escolha de carreira de longo prazo. Portanto, as instituições de ensino superior precisam descobrir como garantir que os alunos de graduação e pa³s-doutorados tenham acesso equitativo a recursos, oportunidades de publicação e patroca­nio, para que estejam preparados para ir para o pra³ximo esta¡gio da medicina acadaªmica. ”

“Estamos mostrando que o pipeline funcionou”, disse Smith, referindo-se ao esfora§o conta­nuo e sistemico para incentivar os alunos de grupos sub-representados a seguir carreiras em ciaªncia, tecnologia, engenharia e matemática (STEM), a fim de, em última análise, aumentar as classificações de professores dessas origens. “Para aqueles que dizem que não podemos encontrar diversos talentos para diversificar as fileiras do nosso corpo docente, este simpa³sio mostra que podemos. Nosso objetivo éque o recrutamento de talentos diversificados se torne a norma. ”

Cada bolsista foi emparelhado com um mentor que ira¡, ao longo do pra³ximo ano, guiar sua entrada em seu campo, fazer conexões cruciais e ajudar a mapear caminhos para que possam, no final das contas, conseguir posições docentes.

Oferecer oportunidades de networking significativas foi outro objetivo importante do simpa³sio. “Minorias e mulheres também tendem a ter redes menores do que os homens brancos”, disse Latimore, “o que significa que elas simplesmente tendem a ser menos informadas sobre todas as oportunidades incra­veis que existem e os caminhos para chegar a essas oportunidades”.

“O simpa³sio dissipou o mito de que diversidade e excelaªncia são mutuamente exclusivas”, disse Sherree Wilson, PhD, vice-reitora associada e reitora associada de diversidade, equidade e inclusão da Escola de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis, membro do comitaª que combinou companheiros com seus mentores.

“Achei todo o programa realmente benanãfico para o planejamento de minhas metas de carreira e, mais importante, para me preparar para entrevistas para cargos no corpo docente”, disse Hiruy Meharena, PhD, pa³s-doutorado em gena´mica no MIT que estuda variações estruturais no genoma no que se refere a neurolégicas transtornos como a sa­ndrome de Down e transtorno do espectro do autismo. Além de apresentar seus trabalhos, os bolsistas participaram de sessaµes sobre temas relacionados a  navegação pelos desafios apresentados pelas carreiras da medicina acadaªmica.

“O Simpa³sio me proporcionou workshops muito relevantes que foram oportunos, pois eu estava comea§ando o processo de entrevista de emprego para o corpo docente na semana após o simpa³sio”, disse Yadira Soto-Feliciano, PhD, pa³s-doutoranda em genanãtica na Universidade Rockefeller cujo trabalho busca entender os mecanismos de regulação da transcrição por adaptador de cromatina e protea­nas-esqueleto. “Eu realmente espero que sirva no projeto para iniciativas semelhantes em todo opaís.”

O simpa³sio foi conduzido por uma equipe de pa³s-docs de todas as instituições participantes e foi a “ideia”, disse Smith, da pa³s-doutoranda de Yale Valerie Tornini, PhD; Anupama Hemalatha, PhD; Aileen Fernandez, PhD; Brionna Davis-Reyes, PhD; e Chrystal Starbird, PhD. Caroline Hendry, PhD, diretora cienta­fica e conselheira da cadeira de Genanãtica, Yale School of Medicine, junto com o conselheiro saªnior Antonio Giraldez, PhD, presidente e Fergus F. Wallace Professor de Genanãtica ajudaram a liderar o programa junto com Latimore e Smith.

Para aqueles que dizem que não podemos encontrar diversos talentos para diversificar as fileiras do nosso corpo docente, este simpa³sio mostra que podemos. Nosso objetivo éque o recrutamento de talentos diversificados se torne a norma.

Rochelle D. Smith, MS

“Todos doaram seu tempo como voluntários e muitos pa³s-docs colocaram temporariamente de lado suas pesquisas para que isso acontecesse”, disse o associado de pa³s-doutorado em Neurociênciade Yale, Snusha Ravikumar, PhD, que era membro da equipe organizadora. “Nos bastidores, o clima era enanãrgico e de apoio e havia muita paixa£o em fazer o simpa³sio ganhar vida.”

Os organizadores do simpa³sio buscaram usar a plataforma Zoom, agora necessa¡ria, da melhor maneira possí­vel. Uma gama maior de pessoas pa´de participar das sessaµes online porque não havia necessidade de viajar. “Quera­amos, tanto quanto possí­vel, criar um calor, uma conexão que com certeza teria sido em pessoa”, disse Smith. Durante a conferaªncia, o site foi preenchido com fotos dos bolsistas, bem como curra­culos, bem como o trabalho dos associados do simpa³sio - pa³s-docs que não foram escolhidos para serem bolsistas, mas tiveram seus trabalhos apresentados como menções honrosas. “Em uma sessão, atécompramos almoa§o para todos - compramos cartaµes do GrubHub para que eles pudessem partir o pa£o juntos virtualmente.”

Dito isso, para futuras versaµes do simpa³sio, Latimore espera retornar a  interação face a face, que não pode ser replicada quando se trata de networking. “Muitas conexões reais acontecem na cafeteira, na frente do elevador, obtendo aquele muffin”, disse Latimore. Latimore e Smith afirmam que a intenção écontinuar o simpa³sio no pra³ximo ano, seja online ou pessoalmente.

“Minha esperana§a éque um dia os grupos historicamente sub-representados sejam super-representados nas ciências”, disse Smith. “Atéla¡, damos esses pequenos passos que tem um grande impacto. Se todas as instituições pudessem fazer algo assim, acho que nos pra³ximos cinco a dez anos o panorama do STEM poderia ser dramaticamente mais diverso do que éagora. ”

 

.
.

Leia mais a seguir