Talento

A interseção de matemática, computadores e tudo o mais
Senior Shardul Chiplunkar pretende ser um tradutor entre o mundo da tecnologia e o resto da sociedade.
Por Sandi Miller - 06/12/2021

Rubrica:“Como softwares complexos agora são tão importantes no mundo, eu quero que a indústria de computação - e eu - tenhamos mais capacidade para se envolver com um paºblico mais amplo”, disse Shardul Chiplunkar, saªnior do MIT. Créditos:Foto: Steph Stephens


Shardul Chiplunkar, aluno do último ano do Curso 18C (matemática com ciência da computação), entrou no MIT interessado em computadores, mas logo estava tentando de tudo, desde girar o fogo atéconstruir firewalls. Ele se envolveu em engenharia de a¡udio e sopro de vidro , foi tenor do grupo a capella do MIT / Wellesley Toons e aprendeu a navegar.

“Quando estava entrando no MIT, pensei que me interessaria apenas por matemática e ciência da computação, acadaªmicos e pesquisa”, diz ele. “Agora, o que mais aprecio éa diversidade de pessoas e ideias”.

Academicamente, seu foco estãona interface entre as pessoas e a programação. Mas suas atividades extracurriculares o ajudaram a descobrir seu objetivo secunda¡rio, ser uma espanãcie de tradutor entre o mundo tanãcnico e os usuários profissionais de software.

“Quero criar melhores estruturas conceituais para explicar e compreender sistemas de software complexos e desenvolver melhores ferramentas e metodologias para o desenvolvimento de software profissional em grande escala, por meio de pesquisas fundamentais na teoria de linguagens de programação e interação homem-computador”, diz ele.

a‰ um papel que ele praticamente nasceu para desempenhar. Criado no Vale do Sila­cio, quando a bolha das pontocom estava no auge, ele foi atraa­do pelos computadores desde muito jovem. Ele tinha 8 anos quando sua familia se mudou para Pune, andia, para trabalhar com seu pai como engenheiro de software de rede. Em Pune, sua ma£e também trabalhou como tradutora, editora e locutora de ra¡dio. Chiplunkar acabou falando inglês, hindi, francaªs e seu nativo Marathi.

Na escola, ele participava ativamente de competições de matemática e codificação, e um amigo o apresentou a quebra-cabea§as lingua­sticos, que ele lembra "eram como matemática". Ele passou a se destacar na OlimpÍada de Lingua­stica, onde alunos do ensino manãdio resolvem problemas baseados no estudo cienta­fico das la­nguas - a lingua­stica.

Chiplunkar veio para o MIT para estudar o que ele chama de “o curso perfeito”, curso 18C. Mas, como filho de um pai tanãcnico e de uma ma£e tradutora, talvez fosse inevita¡vel que Chiplunkar descobrisse como combinar os dois assuntos em uma trajeta³ria profissional única.

Embora ele fosse um nativo em linguagens humanas, foi um Programa de Oportunidades de Pesquisa de Graduação do Laborata³rio de Ciência da Computação e Inteligaªncia Artificial que cimentou seu interesse em pesquisar linguagens de programação. Sob o professor Adam Chlipala , ele desenvolveu uma linguagem de especificação para firewalls de internet e um compilador formalmente verificado para converter essas especificações em ca³digo executa¡vel, usando a sa­ntese de software correta por construção e técnicas de prova.

“Suponha que vocêqueira bloquear um determinado site”, explica Chiplunkar. “Vocaª abre seu firewall e digita o enderea§o do site, por quanto tempo deseja bloquea¡-lo e assim por diante. Vocaª tem alguns parametros em uma linguagem inventada que informa ao firewall qual ca³digo executar. Mas como vocêsabe que o firewall vai traduzir essa linguagem em ca³digo sem cometer erros? Essa era a essaªncia do projeto. Eu estava tentando criar uma linguagem para especificar matematicamente o comportamento dos firewalls e para convertaª-lo em ca³digo e provar que o ca³digo fara¡ o que vocêdeseja. O software viria com uma garantia matematicamente comprovada. ”

Ele também explorou interesses adjacentes em linguagens de programação probabila­sticas e inferaªncia de programas por meio de pesquisas em ciências cognitivas, trabalhando com o professor Tobias Gerstenberg na Universidade de Stanford e, posteriormente, com Joshua Rule no laboratório Tenenbaum no Departamento de Canãrebro e Ciências Cognitivas do MIT.

“Em linguagens de programação regulares, os dados ba¡sicos com os quais vocêlida, os a¡tomos, são números fixos”, diz Chiplunkar. “Mas em linguagens de programação probabila­sticas, vocêlida com distribuições de probabilidade. Em vez da constante cinco, vocêpode ter uma varia¡vel aleata³ria cujo o valor manãdio écinco, mas toda vez que vocêexecuta o programa estãoem algum lugar entre zero e 10. Acontece que vocêtambém pode calcular com essas probabilidades - e éuma maneira mais poderosa de produzir um modelo de computador de alguns aspectos da cognição humana. linguagem permite expressar conceitos que vocênão poderia expressar de outra forma. "

“Muitos dos motivos pelos quais gosto das ciências cognitivas computacionais são os mesmos motivos pelos quais gosto de programação e da linguagem humana”, explica ele. “A cognição humana muitas vezes pode ser expressa em uma representação que écomo uma linguagem de programação. a‰ mais uma representação abstrata. Nãotemos ideia do que realmente acontece no cérebro, mas a hipa³tese éque em algumnívelde abstração, éum bom modelo de como a cognição funciona. ”

Chiplunkar também espera trazer uma melhor compreensão dos sistemas de software modernos para a esfera pública, para capacitar comunidades curiosas por tecnologia, como advogados, legisladores, médicos e educadores. Para ajudar nessa busca, ele fez cursos no MIT sobre pola­tica de internet e lei de direitos autorais e segue avidamente o trabalho de ativistas de direitos e liberdades digitais. Ele acredita que os programadores precisam fundamentalmente de uma nova linguagem e conceitos para falar sobre a arquitetura de sistemas de computador para fins sociais mais amplos.

“Quero que possamos explicar por que um cirurgia£o deve confiar em um assistente de cirurgia roba³tica ou como uma lei sobre armazenamento de dados precisa ser atualizada para sistemas modernos", diz ele. "Acho que criar linguagens conceituais melhores para software complexo étão importante quanto criar melhores ferramentas prática s. Como softwares complexos agora são tão importantes no mundo, quero que a indústria da computação - e eu - tenhamos melhores condições de interagir com um paºblico mais amplo. ”

 

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