Tecnologia Científica

DNA antigo revela importante pea§a que faltava na história da humanidade
O estudo, publicado na Science em 14 de maio, revela que o movimento populacional desempenhou um papel profundo no ini­cio da história genanãtica dos asia¡ticos orientais.
Por Academia Chinesa de Ciências - 14/05/2020


Amostragem de um dente na sala limpa da IVPP Crédito: IVPP

Os genomas recanãm-lana§ados do leste asia¡tico neola­tico revelaram uma pea§a que faltava na pré-história humana, de acordo com um estudo conduzido pela equipe do professor Fu Qiaomei, do Instituto de Paleontologia e Paleoantropologia de Vertebrados e Paleoantropologia (PIV) da Academia Chinesa de Ciências.

O estudo, publicado na Science em 14 de maio, revela que o movimento populacional desempenhou um papel profundo no ini­cio da história genanãtica dos asia¡ticos orientais.

Os pesquisadores usaram técnicas avana§adas de captura de DNA antigo para recuperar DNA antigo de 25 indivíduos de 9.500-4.200 anos e um indiva­duo de 300 anos do norte e sul da asia Oriental.

O DNA recanãm-sequenciado destaca os importantes períodos da história do leste asia¡tico: a transição da economia de coleta de caçadores para a agricultura.

Uma hipa³tese para o movimento populacional no leste da asia éque, durante o neola­tico, uma "segunda camada" de agricultores substituiu uma "primeira camada" de caçadores-coletores no leste e sudeste da asia.

Embora a genanãtica de humanos antigos no sudeste da asia, a Sibanãria e o arquipanãlago japonaªs tenha sido bem estudada, pouco se sabe atéagora sobre a genanãtica de humanos antigos no norte e no sul da China.

A professora Fu e sua equipe descobriram que esses humanos neola­ticos compartilham a relação genanãtica mais próxima dos asia¡ticos do leste de hoje que pertencem a essa "segunda camada". Isso sugere que, há9.500 anos atrás, os ancestrais prima¡rios que compunham a composição genanãtica dos asia¡ticos orientais hoje já podiam ser encontrados no leste da asia continental.

Skull of Qihe 2, um indiva­duo de 8.400 anos de idade, de Qihe Cave, Fujian, China
Crédito: FAN Xuechun

Enquanto ancestrais mais divergentes podem ser encontrados no sudeste da asia e no arquipanãlago japonaªs, no continente chinaªs, as populações neola­ticas já exibiam caracteri­sticas genanãticas pertencentes aos asia¡ticos orientais atuais.

Notavelmente, isso inclui os primeiros asia¡ticos neola­ticos do sul do leste, que datam de aproximadamente 8.000 anos a partir deste estudo, que deveriam ter sido a "primeira camada" dos primeiros asia¡ticos, de acordo com a hipa³tese anterior. De fato, a professora Fu e sua equipe mostraram que eles compartilhavam uma relação mais próxima com os asia¡ticos do leste da "segunda camada" de hoje. Assim, os resultados do presente estudo falham em apoiar um modelo de dispersão de "duas camadas" no leste neola­tico da asia nessa área.

Os cientistas também descobriram que os asia¡ticos do leste neola­tico primitivo eram mais geneticamente diferenciados um do que os asia¡ticos do leste de hoje. No ini­cio da asia Oriental neola­tica, desde 9.500 aC, existia uma ascendaªncia ao norte ao longo do rio Amarelo e nas estepes orientais da Sibanãria, distinta de uma ascendaªncia ao sul que existia ao longo da costa do continente e ilhas do sul da China no Estreito de Taiwan desde 8.400 BP .

O movimento populacional pode já ter comea§ado a impactar os asia¡ticos orientais pelo neola­tico tardio. Por exemplo, os asia¡ticos do leste do neola­tico tardio do sul podem ter compartilhado uma conexão com os asia¡ticos do leste do litoral norte e os ancestrais dos primeiros também podem ter se estendido para o norte.

Hoje, a maioria das populações do leste asia¡tico não estãoclaramente separada em dois grupos distintos. Atualmente, os asia¡ticos do leste continental do norte e do sul compartilham uma relação genanãtica mais próxima com os asia¡ticos do leste neola­tico do norte ao longo do rio Amarelo do que com os asia¡ticos do leste neola­tico do sul na costa sul da China.

Ana¡lises posteriores mostram que elas são quase todas uma mistura de ascendaªncia norte e sul do leste asia¡tico neola­tico, com a ascendaªncia norte desempenhando um papel maior. O movimento populacional, particularmente do norte ao longo do rio Amarelo para o sul, foi uma parte importante da pré-história do leste asia¡tico após o neola­tico.

Pedaa§o de osso petroso de um indiva­duo com cerca de 9.500 anos de idade de Bianbian
Cave, Shandong, China. Esse indiva­duo fazia parte de um grupo de ascendaªncia do norte
encontrado ao longo do rio Amarelo e nas estepes do leste da Sibanãria. Crédito: GAO Wei

Curiosamente, os chineses han de hoje em todas as prova­ncias, norte e sul, mostram uma quantidade semelhante de influaªncias norte e sul.

A ascendaªncia do sul, embora hoje menos representada no leste da asia continental, teve ampla influaªncia em outras regiaµes. Os atuais falantes do idioma austronanãsio, que compartilham uma estreita relação genanãtica com os asia¡ticos do leste da atualidade, mas vivem em uma ampla faixa de ilhas no sudeste da asia e no sudoeste do Paca­fico, mostram uma relação genanãtica notavelmente próxima das populações neola­ticas da costa sul da China .

Os materiais arqueola³gicos que datam do Neola­tico Manãdio hámuito sugerem a conexão entre os habitantes da ilha austronanãsios e as populações no leste da asia. Agora, as relações genanãticas descobertas pela Prof.

A história revelada por esses 26 seres humanos antigos destaca o profundo impacto que o movimento e a mistura populacional tiveram na história humana, mas também revelam uma continuidade que remonta a 9.500 anos. Diferentemente da Europa, influaªncias da asia Central não tiveram nenhum papel na formação dos ancestrais do Leste Asia¡tico, com a mistura ocorrendo em grande parte regionalmente entre as populações do norte e do sul do Leste da asia.

Ainda não se sabe toda a gama de ancestrais presentes no leste da asia durante o Neola­tico, pois dados em todo o genoma não foram recuperados de muitas regiaµes do interior do leste da asia continental.

Mas as conexões costeiras entre populações antigas na Sibanãria, Japa£o, China e sudeste da asia sugerem que, a  medida que mais DNA antigo for recuperado e estudado, uma história complexa de contato e mistura populacional na pré-história humana do Leste Asia¡tico serárevelada.

 

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