Tecnologia Científica

Micro e nanopla¡sticos detecta¡veis ​​em tecidos humanos
Os cientistas relatam que estãoentre os primeiros a examinar micro e nanopla¡sticos em órgãos e tecidos humanos.
Por American Chemical Society - 17/08/2020


Crédito: Unsplash / CC0 Public Domain

A poluição do solo, da águae do ar pelo pla¡stico éum problema global. Mesmo quando os sacos de pla¡stico ou garrafas de águaquebram a ponto de não serem mais uma monstruosidade, pequenos fragmentos ainda podem contaminar o meio ambiente. Animais e humanos podem ingerir aspartículas, com consequaªncias incertas para a saúde. Agora, os cientistas relatam que estãoentre os primeiros a examinar micro e nanopla¡sticos em órgãos e tecidos humanos.

Os pesquisadores apresentara£o seus resultados hoje no Encontro Virtual Outono 2020 da American Chemical Society (ACS) e Expo.

"Vocaª pode encontrar pla¡sticos contaminando o meio ambiente em praticamente todos os locais do mundo e, em poucas décadas, passamos de ver o pla¡stico como um benefa­cio maravilhoso para considera¡-lo uma ameaa§a", disse Charles Rolsky, que estãoapresentando o trabalho na reunia£o. "Ha¡ evidaªncias de que o pla¡stico estãoentrando em nosso corpo, mas poucos estudos o procuraram la¡. E, neste momento, não sabemos se esse pla¡stico éapenas um incômodo ou se representa um perigo para a saúde humana ."

Os cientistas definem micropla¡sticos como fragmentos de pla¡stico com menos de 5 mm ou cerca de 0,2 polegadas de dia¢metro. Os nanopla¡sticos são ainda menores, com dia¢metros menores que 0,001 mm. Pesquisas em vida selvagem e modelos animais relacionaram a exposição a micro e nanopla¡sticos a  infertilidade, inflamação e ca¢ncer, mas os resultados para a saúde das pessoas são atualmente desconhecidos. Estudos anteriores mostraram que os pla¡sticos podem passar pelo trato gastrointestinal humano, mas Rolsky e Varun Kelkar, que também apresentara¡ a pesquisa no encontro, se perguntaram se as minaºsculaspartículas se acumulam em órgãos humanos . Rolsky e Kelkar são alunos de pós-graduação no laboratório de Rolf Halden, Ph.D., na Arizona State University.

“Nunca queremos ser alarmistas, mas épreocupante que esses materiais não biodegrada¡veis ​​que estãopresentes em todos os lugares possam entrar e se acumular nos tecidos humanos , e não sabemos os possa­veis efeitos para a saúde”, diz Kelkar. “Assim que tivermos uma ideia melhor do que estãonos tecidos, podemos conduzir estudos epidemiola³gicos para avaliar os resultados de saúde humana. Dessa forma, podemos comea§ar a entender os riscos potenciais a  saúde, se houver”.


Para descobrir, os pesquisadores colaboraram com Diego Mastroeni, Ph.D., para obter amostras de um grande reposita³rio de tecidos cerebrais e corporaisque foi estabelecido para estudar doenças neurodegenerativas, como Alzheimer. As 47 amostras foram retiradas de pulmaµes, fa­gado, baa§o e rins - quatro órgãos que provavelmente sera£o expostos, filtrar ou coletar micropla¡sticos. A equipe desenvolveu um procedimento para extrair pla¡sticos das amostras e analisa¡-los por espectrometria μ-Raman. Os pesquisadores também criaram um programa de computador que convertia informações sobre a contagem departículas de pla¡stico em unidades de massa e área desuperfÍcie. Eles planejam compartilhar a ferramenta online para que outros pesquisadores possam relatar seus resultados de maneira padronizada. "Este recurso compartilhado ajudara¡ a construir um banco de dados de exposição de pla¡stico para que possamos comparar exposições em órgãos e grupos de pessoas ao longo do tempo e do espaço geogra¡fico", diz Halden.

O manãtodo permite que os pesquisadores detectem dezenas de tipos de componentes pla¡sticos em tecidos humanos, incluindo policarbonato (PC), tereftalato de polietileno (PET) e polietileno (PE). Quando emparelhado com um ensaio de espectrometria de massa desenvolvido anteriormente, a contaminação por pla¡stico foi detectada em todas as amostras. O bisfenol A (BPA), ainda usado em muitos recipientes de alimentos, apesar das preocupações com a saúde , foi encontrado em todas as 47 amostras humanas.

Para o conhecimento dos pesquisadores, seu estudo éo primeiro a examinar a ocorraªncia de micro e nanopla¡sticos em órgãos humanos de indivíduos com hista³rico conhecido de exposição ambiental. "Os doadores de tecido forneceram informações detalhadas sobre seu estilo de vida, dieta e exposições ocupacionais", disse Halden. "Como esses doadores tem histórias bem definidas, nosso estudo fornece as primeiras pistas sobre fontes e rotas potenciais de exposição a micro e nanopla¡sticos."

As pessoas devem se preocupar com a alta frequência de detecção de componentes pla¡sticos em tecidos humanos? “Nunca queremos ser alarmistas, mas épreocupante que esses materiais não biodegrada¡veis ​​que estãopresentes em todos os lugares possam entrar e se acumular nos tecidos humanos , e não sabemos os possa­veis efeitos para a saúde”, diz Kelkar. “Assim que tivermos uma ideia melhor do que estãonos tecidos, podemos conduzir estudos epidemiola³gicos para avaliar os resultados de saúde humana. Dessa forma, podemos comea§ar a entender os riscos potenciais a  saúde, se houver”.

 

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