Tecnologia Científica

Cientistas pintam atlas multicoloridos do cérebro
Uma nova técnica desenvolvida por pesquisadores da Columbia conhecida como NeuroPAL ajuda a desvendar a dina¢mica das redes neurais no sistema nervoso de vermes microsca³picos.
Por Carla Cantor - 10/01/2021


Um verme NeuroPAL enrolado em uma forma de O com a cabea§a e a cauda tocando-se no topo do anel. Cada neura´nio (os pontos coloridos) pode ser identificado por sua cor. As cores são adicionadas com protea­nas fluorescentes usando uma técnica de engenharia genanãtica desenvolvida recentemente. Crédito: Eviatar Yemini

O cérebro humano contanãm aproximadamente 86 bilhaµes de neura´nios, ou células nervosas, entrelaa§adas por cerca de 100 trilhaµes de conexões, ou sinapses. Cada canãlula tem uma função que nos ajuda a mover maºsculos, processar nosso ambiente, formar memórias e muito mais.

Dado o grande número de neura´nios e conexões, ainda hámuito que não sabemos sobre como os neura´nios trabalham juntos para dar origem ao pensamento ou comportamento.

Agora, os cientistas da Columbia desenvolveram uma técnica de coloração, conhecida como NeuroPAL (um Atlas Policroma¡tico Neuronal de Marcos), que torna possí­vel - pelo menos em experimentos com Caenorhabditis elegans ( C. elegans ), uma espanãcie de verme comumente usada em pesquisas biológicas - para identificar cada neura´nio na mente de um verme.

Sua pesquisa aparece na edição de 7 de janeiro da revista Cell .

O NeuroPAL, que usa manãtodos genanãticos para “pintar” neura´nios com cores fluorescentes, permite, pela primeira vez, os cientistas identificarem cada neura´nio do sistema nervoso de um animal, ao mesmo tempo em que registram todo o sistema nervoso em ação.

“a‰ incra­vel 'assistir' um sistema nervoso em sua totalidade e ver o que ele faz”, disse Oliver Hobert, professor do Departamento de Ciências Biola³gicas da Universidade de Columbia e investigador principal do Howard Hughes Medical Institute. “As imagens criadas são impressionantes - pontos coloridos brilhantes aparecem no corpo do verme como luzes de Natal em uma noite escura.”

"Ser capaz de identificar neura´nios, ou outros tipos de células, usando cores pode ajudar os cientistas a entender visualmente o papel de cada parte de um sistema biola³gico", disse Yemini. "Isso significa que quando algo da¡ errado com o sistema, pode ajudar a identificar onde o colapso ocorreu. ”


Para conduzir sua pesquisa, os cientistas criaram dois programas de software: um que identifica todos os neura´nios em imagens coloridas do verme NeuroPAL e um segundo que leva o manãtodo NeuroPAL além do verme, projetando uma coloração ideal para manãtodos potenciais de identificação de qualquer tipo de canãlula ou tecido em qualquer organismo que permite manipulações genanãticas.

 “Usamos o NeuroPAL para registrar os padraµes de atividade cerebral do verme e decodificar o sistema nervoso em funcionamento”, disse Eviatar Yemini, pesquisador de pa³s-doutorado no Departamento de Ciências Biola³gicas da Universidade de Columbia e principal autor do estudo.

Como as cores são inseridas no DNA do neura´nio e associadas a genes específicos, as cores também podem ser usadas para revelar se esses genes específicos estãopresentes ou ausentes em uma canãlula.

Os pesquisadores afirmam que a novidade da técnica pode em breve ser ofuscada pelas descobertas que ela possibilita. Antes de sua publicação no Cell , Hobert e Yemini lançaram NeuroPAL para a comunidade cienta­fica, e vários estudos já foram publicados mostrando a utilidade da ferramenta.

"Ser capaz de identificar neura´nios, ou outros tipos de células, usando cores pode ajudar os cientistas a entender visualmente o papel de cada parte de um sistema biola³gico", disse Yemini. "Isso significa que quando algo da¡ errado com o sistema, pode ajudar a identificar onde o colapso ocorreu. ”

Colaboradores no estudo incluem Liam Paninski, Columbia University; Vivek Venkatachalam, Northeastern University; e Aravinthan Samuel, Harvard University. O financiamento da pesquisa foi fornecido pelo Howard Hughes Medical Institute, National Institutes of Health, National Science Foundation, Simons Collaboration on the Global Brain, Gatsby Charitable Foundation, Harvard Data Science Initiative e Burroughs Wellcome Fund.

 

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