Tecnologia Científica

O rover da NASA pousa em Marte em busca de sinais de vida antiga
Um rover da NASA cruzou o canãu laranja de Marte e pousou no planeta na quinta-feira, realizando a etapa mais arriscada em uma jornada anãpica para trazer de volta rochas que poderiam responder se a vida já existiu em Marte.
Por Marcia Dunn - 18/02/2021


Esta foto disponibilizada pela NASA mostra a primeira imagem enviada pelo rover Perseverance mostrando asuperfÍcie de Marte, logo após o pouso na cratera de Jezero, na quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021. (NASA via AP)

Um rover da NASA cruzou o canãu laranja de Marte e pousou no planeta na quinta-feira, realizando a etapa mais arriscada em uma jornada anãpica para trazer de volta rochas que poderiam responder se a vida já existiu em Marte.

Os controladores terrestres do Laborata³rio de Propulsão a Jato da agaªncia espacial em Pasadena, Califa³rnia, puseram-se de panã, ergueram os braa§os e aplaudiram em triunfo e ala­vio ao receber a confirmação de que o Perseverance de seis rodas havia pousado no planeta vermelho, por muito tempo uma armadilha mortal para a nave espacial que se aproxima.

Demorou 11 minutos e meio cheios de tensão para o sinal chegar a  Terra.

"Touchdown confirmado! Perseverana§a segura nasuperfÍcie de Marte, pronta para comea§ar a buscar sinais de vida passada", anunciou o controlador de voo Swati Mohan para colegas batendo nas costas e batendo os punhos usando máscaras contra o coronava­rus.

O pouso marca a terceira visita a Marte em pouco mais de uma semana. Duas Espaçonaves dos Emirados arabes Unidos e da China entraram em a³rbita ao redor de Marte em dias sucessivos na semana passada. Todas as três missaµes decolaram em julho para tirar vantagem do alinhamento estreito da Terra e Marte, viajando cerca de 300 milhões de milhas em quase sete meses.

Perseverance, o maior e mais avana§ado rover já enviado pela NASA, tornou-se a nona Espaçonave a pousar com sucesso em Marte, cada uma delas dos Estados Unidos, comea§ando na década de 1970.

O vea­culo movido a pluta´nio do tamanho de um carro chegou a  cratera de Jezero, atingindo o menor e mais difa­cil alvo da NASA: uma faixa de 5 por 4 milhas em um antigo delta de rio cheio de fossos, penhascos e campos de rocha. Os cientistas acreditam que se a vida floresceu em Marte, isso teria acontecido de 3 bilhaµes a 4 bilhaµes de anos atrás, quando a águaainda corria no planeta.

Nos pra³ximos dois anos, Percy, como éapelidado, usara¡ seu braa§o de 2 metros para perfurar e coletar amostras de rochas com possa­veis sinais de vida microsca³pica passada. Traªs a quatro daºzias de amostras do tamanho de giz sera£o seladas em tubos e colocadas de lado em Marte para serem recuperadas por um fetch rover e trazidas de volta para casa por outro foguete. O objetivo étrazaª-los de volta a  Terra já em 2031.

Os cientistas esperam responder a uma das questões centrais da teologia, filosofia e exploração espacial.

Esta foto disponibilizada pela NASA mostra a segunda imagem enviada pelo rover Perseverance mostrando asuperfÍcie de Marte, logo após o pouso na cratera de Jezero,
na quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021. (NASA via AP)

"Estamos sozinhos neste tipo de vasto deserto ca³smico, apenas voando pelo Espaço, ou a vida émuito mais comum? Ela simplesmente surge quando e onde as condições estãopropa­cias?" disse o vice-cientista do projeto Ken Williford. "Estamos realmente prestes a ser capazes de responder potencialmente a essas enormes questões."
 
A Espaçonave chinesa inclui um rover menor que também buscara¡ evidaªncias de vida - se conseguir descer da a³rbita com segurança em maio ou junho.

A perseverana§a esteve por conta própria durante a descida de "sete minutos de terror", descrita pela NASA.

Os controladores de voo esperaram impotentes enquanto a Espaçonave pré-programada atingia a fina atmosfera marciana de 95% de dia³xido de carbono a 19.500 km / h, ou 16 vezes a velocidade do som, desacelerando conforme despencava.

Ele lançou seu pa¡raquedas de 70 panãs (21 metros), alijou seu escudo tanãrmico e então usou uma plataforma dirigida por foguete conhecida como guindaste do canãu para baixar o rover os últimos 60 panãs (18 metros) dasuperfÍcie.

Esta ilustração fornecida pela NASA mostra a Espaçonave Mars 2020 carregando o rover
Perseverance enquanto se aproxima de Marte. A missão de US $ 3 bilhaµes do Perseverance
éa primeira etapa de um esfora§o americano-europeu para trazer amostras de Marte para
a Terra na próxima década. (NASA / JPL-Caltech via AP)

O Perseverance prontamente enviou de volta uma foto granulada em preto e branco dasuperfÍcie marcada de Marte, a sombra do vea­culo espacial visível na moldura. O rover parecia ter pousado a cerca de 35 metros das rochas mais próximas.

"Pegue isso, Jezero!" um controlador gritou.

Marte provou ser um lugar traia§oeiro: em menos de três meses em 1999, uma Espaçonave americana foi destrua­da ao entrar em a³rbita porque os engenheiros misturaram unidades manãtricas e inglesas, e uma sonda americana caiu em Marte depois que seus motores pararam prematuramente.

O Perseverance conduzira¡ um experimento no qual convertera¡ pequenas quantidades de dia³xido de carbono na atmosfera em oxigaªnio, um processo que pode ser uma baªnção para futuros astronautas, fornecendo ar respira¡vel e um ingrediente para combusta­vel de foguete.

O rover também éequipado com um registro de 25 ca¢meras e dois microfones, muitos deles ligados durante a descida. Entre as vistas nunca antes vistas, a NASA pretende enviar de volta nos pra³ximos dias: o enorme paraquedas supersa´nico se abrindo e o solo se aproximando.

"Um banquete para os olhos e ouvidos. Realmente vai ser espetacular", observou Jim Bell, da Arizona State University, cientista-chefe de um par de ca¢meras de mastro que servira£o como os olhos do rover.

A NASA estãose unindo a  Agência Espacial Europeia para trazer as rochas para casa. A missão da Perseverance sozinha custa quase US $ 3 bilhaµes.

A única maneira de confirmar - ou descartar - sinais de vida passada éanalisar as amostras nos melhores laboratórios do mundo. Instrumentos pequenos o suficiente para serem enviados a Marte não teriam a precisão necessa¡ria.

"a‰ realmente a campanha de exploração mais extraordina¡ria, incrivelmente complicada e que fara¡ história", disse David Parker, diretor de exploração humana e roba³tica da Agência Espacial Europeia, na vanãspera do pouso.

 

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