Tecnologia Científica

Sem olhos? Sem problemas. Worms ainda evitam o blues
Worms não gostam de blues. Pelo menos não as bactanãrias ta³xicas tingidas de azul que são comuns nos montes de lixo ambiental que eles chamam de lar.
Por Bill Hathaway - 07/03/2021


Reprodução

Worms não gostam de blues. Pelo menos não as bactanãrias ta³xicas tingidas de azul que são comuns nos montes de lixo ambiental que eles chamam de lar. Então, como um verme que se alimenta de bactanãrias - sem olhos, fotorreceptores ou os genes de opsina que ajudam os animais a perceber a cor - evita a bactanãria ta³xica Pseudomonas aeruginosa, refletora de azul?

Atérecentemente, Michael Nitabach, de Yale, pensava que os vermes devem reconhecer odores quimiossensoriais distintos emitidos por essa bactanãria. D. Dipon Ghosh, um ex-aluno de pós-graduação no laboratório de Nitabach, questionou se os vermes também poderiam ter a capacidade de, de alguma forma, sentir as cores.

“ Eu disse que ele estava sendo rida­culo”, disse Nitabach, professor de fisiologia celular e molecular, de genanãtica e de neurociência

Acontece que Ghosh estava certo. Na edição de 5 de mara§o da revista Science, Nitabach e Ghosh relatam como os vermes conseguem detectar cores na ausaªncia completa de um sistema visual ba¡sico.

Esta descoberta expande nossas ideias atuais sobre a possí­vel gama de sensibilidades que células e organismos - mesmo aqueles que não possuem as protea­nas necessa¡rias para a visão - podem ter para iluminar em seu ambiente.

Em uma sanãrie de experimentos, a equipe de pesquisa expa´s diferentes cepas do verme Caenorhabditis elegans a  bactanãria P. aeruginosa colorida em luz branca ou a  bactanãria E. coli incolor em luz de espectros de cores variadas. Eles descobriram que enquanto alguns membros da familia precisam de uma bactanãria ta³xica de sinalização química e de uma cor especa­fica para decidir evitar a bactanãria, outros evitam a bactanãria apenas com base na cor. Em ambos os casos, a decisão do verme de evitar a bactanãria foi guiada pela cor da luz em seu ambiente.

O laboratório também identificou dois genes em vermes que estãoassociados a  capacidade de avaliar a cor. Em mama­feros, esses mesmos genes ajudam a regular a resposta ao estresse e podem ser ativados pela exposição a  luz ultravioleta.

“ O que o worm estãofazendo éalgo muito inteligente”, disse Nitabach. “Eles estãotentando gerar uma imagem mais precisa da realidade externa, empregando vários sentidos ao mesmo tempo.”

Os pesquisadores especulam que essa capacidade ajuda o verme a se engajar em uma busca sauda¡vel. Por exemplo, para vermes que foram expostos a bactanãrias ta³xicas que secretam pigmentos azuis, evitar os azuis pode ser uma ideia muito boa.

 

.
.

Leia mais a seguir